Geografia do Brasil

Manguezal

O Manguezal é um bioma costeiro, ou seja, ele fica na transição entre o ambiente terrestre e marinho. O solo é lodoso e salgado e a vegetação é característica. É encontrado junto à desembocadura dos rios, ficando coberto de água salobra na maré cheia.

O Brasil possui a maior faixa de Manguezal do planeta, numa superfície de cerca de 20 mil km2, que se estende do nordeste ao sul do país, desde o Cabo Orange, no Amapá, até o município de Laguna, em Santa Catarina

Mangue é a vegetação que predomina no manguezal.

Vegetação

Em função do solo extremamente salino e da deficiência de oxigênio, em virtude das oscilações constantes da maré, a vegetação é formada por árvores com raízes escoras (para aumentar a superfície de sustentação) e com raízes pneumatóforas (raízes respiratórias). Não há vegetação rasteira.

Tipos de mangue

Por causa das poucas condições encontradas neste ambiente é possível encontrar somente três espécies de vegetais: mangue vermelho, mangue seriba e mangue branco que, em alguns lugares do mundo, podem atingir até 20 metros de altura.

  • Mangue Vermelho: Possui raiz que sai de várias alturas do caule (raízes aéreas) e utilizam o solo para conseguiram uma melhor sustentação;
  • Mangue Seriba, Siriúba ou Preto: Possui ramificações verticais que servem para recolher oxigênio do ar, e se desenvolvem em maior número;
  • Mangue Branco: Encontrado nos terrenos mais altos e de solo mais firme. É semelhante ao mangue preto, porém, se desenvolve em menor quantidade.

Esses dois últimos tipos de mangue possuem um sistema de raízes respiratórias (pneumatóforas), que absorvem o oxigênio durante a maré baixa.

Barco passando em um pequeno rio entre o manguezal.
Manguezal.

Importância do manguezal

Esse bioma é rico em nutrientes e matéria orgânica, servindo de fonte de alimento para várias espécies marinhas.

Devido a força das marés o manguezal apresenta pouca diversidade de espécies, mas por outro lado possui uma alta produtividade primária, abundância de vida e biomassa. Eles funcionam como uma espécie de berçário para as espécies locais, além de ter um papel fundamental na proteção contra a erosão costeira, promovendo a retenção de sedimentos transportados pelo mar nas terras continentais pela fixação dos vegetais.

As raízes do mangue retêm sedimentos e funcionam como um importante filtro das impurezas lançadas na água, que não são escoados para o mar.

A exploração do manguezal começou na Ásia, aqui eles são aproveitados economicamente para a extração do tanino, da madeira usada em construções (caibros) e também na pesca de caranguejos. Porém essa exploração tem se expandido cada dia mais, sendo um perigo para o ecossistema. Muitos manguezais já foram destruídos por conta disso.

Problemas ambientais

Os manguezais têm sido intensamente explorados no Brasil, pelo uso dos caranguejos, das folhas e cascas de suas árvores e, principalmente, por especulação imobiliária.

Toda a vida do mangue fica comprometida por todo o tipo de poluição que pode chegar às suas águas: esgoto, resíduos de agricultura ou resíduos químicos. Em algumas regiões, como em Recife, o manguezal foi todo ocupado pela cidade; em outras, ele é utilizado como depósito de lixo.

Em outros locais (Santa Catarina), essas regiões são afetadas por ficarem nas proximidades de regiões carvoeiras, recebendo o sulfato de ferro proveniente do carvão (pirita). A pirita exposta ao ar forma ácido sulfúrico, que escoa pelos rios e chega aos manguezais. A acidez da água torna impossível a sobrevivência de peixes e camarões.

As regiões de mangue também podem sofrer contaminação por petróleo derramado ao mar e que, chegando ao mangue, encharca o lodo e extermina as plantas.

Para reconhecer a importância dos manguezais, em 1965 o Código Florestal definiu que essas áreas fossem áreas de proteção permanente. Porém a urbanização em suas proximidades tem destruído gradativamente estes habitats e, mesmo com a proteção da lei, essas áreas continuam sendo ameaçadas, provocada principalmente pela especulação imobiliária.

Por: Gislaine Monteiro Vasconcelos

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