Associada ao processo de industrialização, a rede urbana estabelece uma hierarquia e uma atração entre as cidades brasileiras com base na quantidade de serviços que elas oferecem: escolas, bancos, universidades, hospitais, redes de televisão, estações de rádio, centros de cultura e lazer, hotéis, restaurantes, aeroportos, órgãos e equipamentos públicos etc.
Assim, é possível organizar as cidades brasileiras com base na seguinte hierarquia urbana:
- Metrópoles globais. Cidades que se relacionam intensamente com o exterior. No caso brasileiro, só duas cidades exercem essa função: São Paulo e Rio de Janeiro.
- Metrópoles nacionais. Cidades que mantém uma intensa relação com todas as áreas do país. No Brasil, sete cidades exercem essa função: Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre e Brasilia.
- Metrópoles regionais. São as cidades que influenciam as demais dentro de sua respectiva região. Destacam-se: Manaus, Belém e Goiânia.
- Centros regionais. Cidades que influenciam uma grande área ao seu redor. Atualmente existem no Brasil 16 centros regionais: Rio Branco, Porto Velho, São Luís, Teresina, Natal, João Pessoa, Maceió, Aracaju, Vitória, Cuiabá, Campo Grande, Ribeirão Preto, Campinas, São José dos Campos, Santos e Florianópolis.
Um fato interessante atual é a nova forma de relacionamento da hierarquia urbana. Em um passado não muito distante, havia pouca relação entre um centro regional e uma metrópole nacional, o que tomava muito rígida as relações entre as cidades. Hoje há maior fluidez, de forma que um centro regional consegue se relacionar diretamente com uma metrópole global. Essa nova realidade é chamada de nova rede urbana.
As regiões metropolitanas brasileiras
Geradas pela acelerada urbanização, as regiões metropolitanas caracterizam-se pelo intenso processo de conurbação (união de municípios independentes entre si em termos administrativos, mas que espacialmente estão integrados pelo fluxo de pessoas e serviços). Cada região metropolitana é formada por uma cidade principal (metrópole) e os municípios vizinhos a ela conurbados.
No Brasil, o crescimento dessas áreas foi ordenado pelo governo federal com a Lei Complementar nº 14, de 1973. Essa lei visava facilitar o planeamento nos setores de transporte, saneamento, abastecimento e habitação para toda a área metropolitana, com o objetivo de enfrentar de maneira coordenada os graves problemas que as atingem.
O Brasil possui atualmente 35 regiões metropolitanas, as principais são:
- São Paulo: mais de 21,2 milhões de habitantes.
- Rio de Janeiro: mais de 12,3 milhões de habitantes.
- Belo Horizonte: mais de 5,8 milhões de habitantes.
- Distrito Federal (Região Integrada): mais de 4,2 milhões de habitantes.
- Porto Alegre: mais de 4,2 milhões de habitantes.
- Recife: cerca de 4 milhões de habitantes.
- Fortaleza: cerca de 4 milhões de habitantes.
- Salvador: cerca de 4 milhões de habitantes.
- Curitiba: mais de 3,5 milhões de habitantes.
- Campinas: mais de 3 milhões de habitantes.
A megalópole brasileira
Megalópole é palavra de origem grega que significa grande (mego) cidade (pólis). Nesse caso, refere-se ao adensamento urbano de duas metrópoles. No Brasil, esse processo está em formação no eixo da via Dutra que atravessa o vale do Paraíba, ligando a área metropolitana da Grande São Paulo (com seus 39 municípios integrados) à área metropolitana da Grande Rio de Janeiro (com 20 municípios integrados).
Por: Paulo Magno da Costa Torres