Geografia do Brasil

Rios Voadores

Os rios voadores, pesquisados desde 2008, por Gerard Moss, engenheiro e explorador francês naturalizado brasileiro, são imensos cursos de água atmosféricos vindos da Amazônia, tendo muitas vezes nuvens, formados pela elevada concentração de vapor-d’água, empurrados pelos ventos alísios em direção a oeste.

Como os rios voadores se formam

Os ventos alísios que se deslocam para oeste na região equatorial impulsionam o vapor-d’água proveniente da elevada evaporação das águas do Oceano Atlântico em direção a oeste, área da imensa Floresta Amazônica, que, por sua vez, contribui para elevar a quantidade de vapor-d’água através da evapotranspiração.

A evapotranspiração é o processo que determina a passagem da água da superfície terrestre para a atmosfera através do estado de vapor, envolvendo a evaporação de água de rios, lagos, solo, mares, oceanos etc., e da transpiração dos vegetais. A evapotranspiração tem importantíssimo papel no ciclo hidrológico ou da água.

O vapor-d’água deslocado para o interior da região Amazônica pelos ventos alísios colabora para a ocorrência de precipitações (chuvas) sobre a Floresta Amazônica, o que contribui para aumentar o vapor-d’água por meio da evapotranspiração, formando importante ciclo de evapotranspiração e precipitação.

Estudos realizados pelo INPA (Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia) já mostraram que cada árvore com copa acima de 10 metros de diâmetro, presente na Floresta Amazônica, é capaz de liberar mais de 300 litros de água por dia por meio da transpiração.

Características

O rio voador, como uma massa de ar, desloca-se rasante sobre a Amazônia (80% movem-se a no máximo 3 km de altura) em direção à Cordilheira dos Andes, precipitando parte do vapor-d’água na porção leste das encostas montanhosas andinas, ajudando a formar nascentes de rios.

Obstruídos pela Cordilheira dos Andes, os rios voadores deslocam-se em uma curva na direção meridional (sul) da América do Sul, principalmente durante o verão, transportando esse vapor para a ocorrência de precipitações (chuvas) nas regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil, além da Bolívia, Paraguai e Argentina.

Mapa dos rios voadores.

Importância dos rios voadores da Amazônia

Os estudos sobre os rios voadores revelaram a necessidade de manter a Floresta Amazônica a salvo do desmatamento. A quantidade de água liberada pelas árvores é de suma importância para a elevada manutenção do vapor-d’água e consequente precipitação sobre a Amazônia, para as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul e também para países vizinhos. A Floresta Amazônica simplesmente dobra o vapor-d’água proveniente do Oceano Atlântico, onde nascem os rios voadores. A vazão dos rios voadores chega a 200 milhões de litros por segundo sobre a Amazônia.

A degradação da Floresta Amazônica em razão do desmatamento e das queimadas, por causa do avanço da agropecuária (ex.: soja e gado de corte), da extração da madeira e da ocupação urbana, é motivo de grande preocupação em face do impacto ambiental em relação à perda da biodiversidade, da erosão, do assoreamento de rios e reservatórios etc., bem como dos impactos sociais sobre a população ribeirinha, quilombola, indígena etc.

A redução de áreas com floresta impacta fortemente a produção de vapor de água em uma área que ocupa uma posição geográfica equatorial de atração de ventos alísios, em razão da baixa pressão atmosférica, reduzindo precipitações na região Amazônica, nas regiões Centro–Oeste, Sudeste e Sul, além dos países vizinhos. A redução de precipitações já enfrentada por essas regiões está ligada, entre outros fatores, à diminuição na atuação dos rios voadores, possibilitando novas crises hídricas no Sudeste, por exemplo, como a que ocorreu no biênio 2014/2015.

Importância dos rios voadores da Amazônia.

Referência

Projeto Rios Voadores – http://riosvoadores.com.br/

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