Além dos sistemas agrícolas convencionais, existe ainda outra forma de analisar os sistemas de produção no campo, que é quando levamos em consideração suas relações de trabalho. Nesse sentido, podemos distinguir duas formas distintas: a agricultura familiar e a patronal.
A agricultura familiar
Nesse sistema de produção, todo o gerenciamento é feito por um grupo familiar, sendo ou não os proprietários da terra, com ou sem mão de obra contratada.
Podemos reconhecer vários tipos de agricultura familiar, como a de subsistência, a de jardinagem (comum no sul e Sudeste Asiático), os cinturões verdes (em torno dos centros urbanos) e a itinerante (comum em regiões muito pobres do planeta).
Podemos, então, concluir que existem áreas de baixa produtividade, como a itinerante ou a de subsistência, mas também existem aquelas que apresentam boa produtividade, como os cinturões verdes e a de jardinagem.
Dependendo da política agrícola adotada pelo Estado, a agricultura familiar possui um papel de destaque na produção de alimentos para o abastecimento interno e até na geração de excedentes exportáveis, através do sistema de cooperativismo, que diminui custos e aumenta a capacidade produtiva.
O sistema de cooperativas agrícolas permite o agrupamento de vários pequenos produtores rurais e tudo o que compram ou vendem é feito em conjunto. Se, por exemplo, precisam comprar sementes para o plantio, a compra é feita em conjunto, o que reduz os custos para cada agricultor cooperado. É assim em todas as fases da produção.
A agricultura patronal
É chamada também de empresarial. Nesse sistema agrícola, predomina a mão de obra assalariada, volante ou permanente e o trabalhador não é o proprietário das terras.
Conta com recursos avançados de produção, formando, nos países desenvolvidos, grandes complexos ou sistemas produtivos agroindustriais altamente capitalizados e dotados de excelente infraestrutura de transportes, armazenagem e produção.
Técnicas como a utilização de sementes especiais – inclusive as transgênicas –, uso intensivo de adubos e fertilizantes e elevado grau de mecanização são comuns nessas propriedades. Além disso, utiliza também profissionais qualificados, como agrônomos, zootecnistas e engenheiros.
Quanto ao tamanho das propriedades, são médias e grandes e apresentam elevado grau de especialização na produção. Por serem bastante desenvolvidas, são plenamente integradas aos ramos industriais e de serviços, criando uma cadeia produtiva chamada por muitos especialistas de agribusiness ou agronegócio.
Os insumos e equipamentos utilizados são produzidos em indústrias especializadas e a produção abastece o setor agroindustrial (açúcar, álcool, sucos, óleos vegetais, tecidos, produtos químicos, alimentos etc.) ou é destinada à exportação. Além disso, muitos setores de produção envolvem transportadoras, empresas de produção de energia, marketing, fabricação de embalagens, setores de comunicações, entre outros.
Diferenças
Na agricultura familiar predomina a pequena propriedade, mão de obra não assalariada e produção voltada para o abastecimento do mercado interno e externo. Na agricultura patronal, as propriedades são maiores, a mão de obra é assalariada e a produção de grandes excedentes é para exportação, abastecimento do setor industrial e/ou mercado interno.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
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