O Mercado Comum do Sul – Mercosul – começou a se formar em 1988, quando Brasil e Argentina fecharam acordos que previam a diminuição das tarifas alfandegárias entre ambos.
Histórico do bloco
Em 1991, com a adesão do Paraguai e do Uruguai, foi assinado o tratado de Assunção, oficializando a existência do Mercosul. Na década de 1990, o Chile e a Bolívia também assinaram tratados de associação com o Mercosul, tornando-se parceiros comerciais privilegiados do mercado comum.
Outros países se tornaram membros associados: Peru, em 2003, e Colômbia e Equador, em 2004, Suriname e Guiana em 2015.
Em 2006, a Venezuela assinou o protocolo de adesão ao Mercosul; sua entrada no bloco foi aprovada pelo senado do Uruguai, da Argentina e do Brasil.
Durante anos, a Venezuela aguardou, sem sucesso, a aprovação do senado do Paraguai para ser Estado-membro. Em 2012, a Venezuela aderiu definitivamente ao bloco, fato que gerou grande polêmica, uma vez que não contou com a aprovação paraguaia, pois, semanas antes, o Paraguai tinha sido suspenso do bloco, em razão da ruptura da ordem democrática com o impeachment do então presidente Fernando Lugo.
Porém em julho de 2013 o Paraguai retorna como país membro após ter eleito seu novo presidente e em dezembro de 2016 a Venezuela foi suspensa do bloco por não comprimento das normas.
- Países membros: Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai
- Países associados: Bolívia, Chile, Peru, Colômbia e Equador, Guiana e Suriname.
Um dos objetivos do Mercosul é ampliar as trocas comerciais entre os países-membros, principalmente entre as duas economias mais fortes: o Brasil e a Argentina.
O Brasil no Mercosul
O parque industrial brasileiro é mais completo do que o argentino. Com isso, o Brasil produz uma quantidade maior de mercadorias (bens de produção e bens de consumo). Os salários dos operários brasileiros são menores que os salários dos operários argentinos, e o custo da energia no Brasil é inferior, pois grande parte da eletricidade brasileira é gerada em usinas hidrelétricas.
Em razão do custo menor, em muitos setores, os produtos brasileiros têm preços mais competitivos que os dos similares argentinos; o resultado é uma vantagem maior de venda desses produtos na Argentina. Tal fato gerou, em várias situações, discordâncias entre os dois Estados no que se refere às tarifas comerciais adotadas.
O Brasil exporta para a Argentina principalmente produtos industrializados, com exceção de café e minério de ferro.
A Argentina exporta para o Brasil petróleo e produtos agropecuários, tais como trigo e frutas. Os produtos industrializados concentram-se no setor automobilístico.
A Argentina, por sua vez, apresenta vantagens significativas sobre o Brasil em muitos produtos agropecuários, tais como: elevada fertilidade natural dos pampas argentinos, clima favorável ao cultivo dos mais variados cereais e de frutas típicas de clima temperado (uva, maçã, pês sego) com custos de produção bem menores.
É importante ressaltar que a integração efetiva do centro econômico do Mercosul depende de uma eficiente infraestrutura de transporte e de comunicações.
No sul do Brasil, essa infraestrutura compreende a ligação rodoviária entre o Paraguai e o porto de Paranaguá (PR), que facilita o escoamento da produção paraguaia em direção ao Brasil e aos mercados externos. O porto do Rio Grande (RS) é utilizado para o escoamento das exportações agropecuárias do Uruguai.
Entre os projetos de transporte estão a hidrovia do Paraguai-Paraná, para escoar minérios e soja para os países platinos; a autoestrada ligando São Paulo a Buenos Ai res; e a ligação rodoviária entre o porto do Rio Grande e o porto de Antofagasta, no norte do Chile, escoando os produtos do Mercosul para o oceano Pacífico.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
Veja também:
- O que são Blocos Econômicos
- União Europeia – UE
- Acordo de Livre Comércio da América do Norte – NAFTA
- Área Livre de Comercio das Américas – ALCA