A cidade do Cairo é a capital do Egito e está localizada na margem Leste do Rio Nilo, acerca de 150 quilômetros do Mar Mediterrâneo. A maior cidade da África possui seis milhões e trezentos mil habitantes, de acordo com o último censo, sendo que a população de sua área metropolitana já ultrapassa os oito milhões. A cidade do Cairo de hoje teve início há aproximadamente dois mil anos, quando os romanos construíram um forte, chamado Babylon, bem onde a capital está situada. Muito tempo depois, exatamente no ano de 640, árabes tomaram o local e ali estabeleceram um campo militar cujo nome era al-Fustat.
O local só deixou de ter funções exclusivamente militares quando, depois de 970, a família Fatimid se apossou dos antigos fortes e os transformou em cidade, proclamando-a a capital de sua dinastia. Nesta época, o Cairo desfrutou de um constante e equilibrado crescimento econômico e político, ganhando prestígio perante as outras metrópoles europeias e africanas. Mesmo tendo sido dominada mais uma série de vezes durante sua existência e, apesar de a maioria destes conflitos jamais ter conseguido frear ou diminuir o desenvolvimento da cidade, que, aliás, em meados do século XIV já contava com uma próspera população de meio milhão de habitantes, somente um século mais tarde o Cairo viria a sofrer um declínio.
Depois do ataque dos mongóis e da dominação turca, a maior metrópole africana viu sua economia e prestígio político sofrerem um estancamento aparentemente irrecuperável. O Cairo só voltou a progredir no século XIV, quando o atual chefe de governo, Muhammad Ali, tornou o Egito e, consequentemente, a cidade do Cairo, independente do império Turco-Otomano. Um dos sucessores de Muhammad, Ismael Pasha, deu início a uma grande variedade de construções de estilo europeu, conferindo à capital um novo visual. No ano de 1882, porém, a cidade do Cairo voltou às mãos estrangeiras, ficando sob domínio britânico até 1922, quando foi devolvida a seu país de origem, o Egito.
Desta data em diante, o Cairo passou a desenvolver-se com rapidez e gozou, principalmente após a Segunda Guerra Mundial, de um sólido e relevante processo de industrialização. A existência do rio Nilo foi fundamental para que este processo de industrialização fosse tão bem sucedido, uma vez que serviu, e continua servindo, como um barato e apropriado meio de transporte para os produtos ali fabricados. Além disso, o Nilo é um constante provedor de água limpa e fresca, uma das principais necessidades locais, tanto no âmbito humano quanto na agricultura, por causa do seco clima do lugar.
A cidade do Cairo de hoje possui onze pontes que cruzam o rio Nilo ou que alcançam suas ilhas, além de ruelas antigas e pequenos bazares datados de muitos anos atrás. Na parte mais moderna da capital egípcia, altos edifícios, ruas movimentadas e o metrô comprovam o desenvolvimento conseguido através dos séculos. A metrópole é o maior centro comercial e industrial do seu país, produzindo principalmente ferro, aço, produtos têxteis, derivados do plástico, automóveis e produtos metalúrgicos.
Mas, justamente por ser uma cidade tão antiga e por possuir construções pitorescas e inexistentes em qualquer outro lugar do mundo, a cidade do Cairo contém um enorme potencial turístico, que colabora de forma fundamental com a economia da capital. Milhares de pessoas do mundo inteiro se dirigem à cidade para visitar seu famoso museu, que contém a maior coleção de objetos arqueológicos de todo o planeta, fruto de anos de escavações e trabalho de conceituados arqueólogos do mundo inteiro e que servem para contar a história de um dos impérios mais fascinantes que já existiram. Mas os maiores atrativos turísticos da capital egípcia estão localizados a apenas alguns quilômetros do centro e podem ser facilmente visitados de carro, ônibus ou até mesmo camelo. As pirâmides dos faraós e a esfinge atraem admiradores e curiosos em todas as épocas do ano, movimentando a economia local.
Autoria: Rafael Balsissera