O carvão é o combustível fóssil mais abundante na Terra. Calcula-se que existam reservas para mais 200 anos de consumo humano. Geralmente, é de cor negra e brilhante, ainda que essa característica possa variar.
Origem e formação do carvão
O carvão mineral é oriundo da decomposição das florestas que ocorreram no período Carbonífero, da era primária, sendo uma das formas em que o elemento carbono é encontrado no Globo Terrestre, na formação do carvão mineral ocorre um processo no qual há transformação da celulose, com a saída de íons de hidrogênio e oxigênio e um aumento no enriquecimento do carbono.
Esse processo pode ser originado pela decomposição de florestas no próprio local, ou ainda, pela sedimentação de detritos vegetais trazidos pelas águas. Assim pode-se dizer que as jazidas de carvão representam restos de vegetais que foram transformados no local, ou transportados por longas distâncias, onde ocorreu a decomposição da celulose pela ação de bactérias, como por exemplo, o Micrococus carbo, uma bactéria anaeróbica.
Tipos de carvão
Existem distintos tipos de carvão mineral, cada um formado em um período geológico diferente. Podem ser classificados de acordo com a porcentagem de carbono que apresentam, a qual aumenta com o passar do tempo, de forma que os carvões mais ricos em carbono são também os mais antigos.
- O antracito é o carvão com o maior conteúdo de carbono, em tomo de 90%. É o mais antigo e o de maior poder energético.
- A hulha tem um conteúdo de carbono que varia entre 75% e 90% e possui alto poder calorífico. É o carvão mais utilizado nas centrais térmicas.
- O linhito tem aproximadamente 70% de carbono, e seu poder calorífico não é muito alto. É o mais jovem dos carvões e tem cor marrom-escura.
- A turfa é a classe de carvão que apresenta o mais baixo conteúdo em carbono, em tomo de 50%. É, portanto, a menos rentável, Além de combustível, a turfa é considerada um dos melhores fertilizantes naturais.
A boa qualidade do carvão depende da pequena quantidade de minerais existentes em sua composição, pois estes minerais não queimam e ainda roubam calor.
A extração e o tratamento do carvão
O carvão mineral pode ser extraído de canteiros a céu aberto ou de minas subterrâneas. Na atualidade, existem poucas jazidas ao ar livre, porque estas já estão se esgotando, de forma que o mais usual, agora, é que se extraia o carvão do subsolo, de minas bem profundas.
Na hora de abrir uma mina, é importante fazer primeiro uma prospecção do terreno para verificar se ela será rentável. Por vezes, o carvão se encontra a uma profundidade tão grande que o custo de extração supera o preço final de venda ou se trata de um carvão com um conteúdo tão baixo de carbono que sua extração não resultará em um produto rentável.
O carvão, tal como sai das minas, deve ser lavado para eliminar resíduos de enxofre. Depois, é moído e triturado até estar pulverizado. Por último, é classificado e separado nos diferentes tipos de carvão.
A energia química contida no carvão extraído das minas transforma-se em energia elétrica nas centrais térmicas. Nesse processo, é liberado no ar dióxido de enxofre, substância perigosa que deve ser filtrada nas mesmas centrais.
Usos do carvão
O uso do carvão é conhecido há mais de 2 mil anos, mas foi apenas na Idade Média que se começou a empregá-lo para produzir calor. Sua utilização mais intensa, porém, chegou com a Revolução Industrial, no final do século XVIII.
As primeiras máquinas a vapor, motor principal da industrialização, tiveram como base a energia do carvão. Atualmente, ele vem sendo substituído pelo petróleo. Seu emprego acontece, principalmente, nas centrais térmicas, onde sua energia química é usada para obter energia elétrica.
Nas usinas, queima-se o carvão para esquentar a água, que se transforma em vapor e é capaz de mover uma turbina. O movimento da turbina aciona um gerador, e a energia mecânica é transformada, então, em eletricidade.
O carvão é, além disso, um componente importante na produção de ferro e aço, assim como na indústria química.
Autoria: André Amato