Islã significa resignação, submissão (a Alá – Deus). Aqueles que obedecem a Alá, considerando-o o único e verdadeiro Deus, aceitando a fé do Islamismo, são chamados de muçulmanos, islâmicos ou maometanos.
O livro sagrado dos muçulmanos é o Corão ou Alcorão, redigido em árabe, entre os anos 610 e 632. Ele contém a coletânea de tudo o que foi revelado por Alá a Maomé.
O Islamismo surgiu no começo do século VII e rapidamente se difundiu entre as tribos árabes, unindo-as em tomo da mesma fé.
Hoje, a religião muçulmana é a que mais cresce no mundo e tem cerca de 1,3 bilhão de adeptos.
A civilização islâmica teve a sua origem na península arábica. Habitada por diferentes povos semitas (árabes, hebreus, assírios, fenícios e aramaicos), organizados em tribos, a Arábia não tinha unidade política, estando dividida em clãs familiares.
A cidade de Meca é o mais importante centro religioso muçulmano e nela se localiza a CAABA (Casa de Deus), que abriga a Pedra Negra, um pedaço de meteorito, trazido do céu pelo anjo Gabriel para o profeta Abraão.
Os povos árabes foram os grandes divulgadores da religião islâmica. A expansão árabe-muçulmana acabou por islamizar uma série de povos não-árabes, como os turcos e os persas.
Assim, embora os muçulmanos constituam a maioria da população nos países árabes, os quatro países com maior população muçulmana não são árabes: Indonésia (160 milhões), Paquistão (100 milhões), Índia (90 milhões) e Bangladesh (85 milhões).
A morte do profeta Maomé, que viveu de 570 d.C. a 632 d.C., provocou a divisão de seus seguidores em dois grandes grupos: os xiitas e os sunitas, predominantes até hoje.
Os sunitas seguiram os ensinamentos de Maomé contidos em um conjunto de textos que foi denominado SUNA. Para os sunitas, o SUNA é uma importante fonte de verdade ao lado do Alcorão.
Xiitas e Sunitas
Os xiitas consideram que o líder religioso e político deva ser descendente de Maomé, além de só admitirem o Alcorão como fonte sagrada. Os xiitas são contrários à ocidentalização e são defensores intransigentes dos fundamentos da fé islâmica. Os sunitas correspondem a 85% do mundo muçulmano e os xiitas, aos restantes 15%.
Os xiitas são maioria em poucos países como o Irã, o Iraque e o Bahrein.
No mundo muçulmano, não pode nem deve haver conflito entre a política e o mundo espiritual. O mundo político deve submeter-se ao espiritual e a ele deve se adequar.
“O mundo islâmico é constituído por uma só nação”, dizia o Profeta.
O islamismo é monoteísta e o fiel muçulmano tem quatro deveres básicos a cumprir:
- fazer orações cinco vezes ao dia, voltado para MECA.
- jejuar, não consumir bebidas nem tabaco, abstinência sexual, especialmente no mês sagrado dos muçulmanos (Ramadã).
- dar esmolas que sejam proporcionais a sua renda.
- ir a Meca pelo menos uma vez na vida, em peregrinação religiosa.
Situação da população muçulmana árabe
“Numa iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), um grupo de estudiosos debruçou-se sobre o estado atual do mundo árabe em busca um diagnóstico de seus problemas. As conclusões são desalentadoras. O estudo abarca as 22 nações que integram a Liga Árabe — exclui, portanto, os Estados muçulmanos não-árabes, como o Irã, a Turquia, o Paquistão e a Indonésia. Os países árabes, unidos pelo mesmo idioma, somam 280 milhões de habitantes, um pouco mais que os Estados Unidos. O PIB de todos eles juntos é de US$ 531 bilhões, menor que o da Espanha, com uma população de 40 milhões. A estagnação econômica árabe só perde para a da África Subsaariana, a região mais pobre do mundo. Nos últimos 20 anos os países árabes cresceram a uma média anual de 0,5%.
A riqueza gerada pelo petróleo trouxe poucos benefícios, pois é aplicada nos mercados da Europa, dos Estados Unidos e do Japão. Para os países árabes, com a população mais jovem do mundo — um efeito dos altíssimos índices de natalidade —, esse atraso é sinônimo de desemprego, cerca de 15% na média da região.
Para os pesquisadores da ONU, há três grandes déficits que mantêm o mundo árabe aquém de seu potencial econômico e humano: liberdade, igualdade para as mulheres e conhecimento. Nenhum país árabe é uma verdadeira democracia.
Também a utilização das capacidades da mulher no mundo árabe é a menor do mundo, segundo o Pnud. ‘Toda a sociedade sofre quando metade de seu potencial produtivo é asfixiada’, afirma o estudo. As mulheres, mantidas a distância da participação política e com menor acesso à educação, têm pouca chance de mudar o quadro. Cerca de 50% da população feminina árabe é analfabeta, índice duas vezes maior que entre os homens. Outro grave empecilho ao desenvolvimento é a falta de investimento em pesquisa e o acesso restrito à tecnologia de informação.
Veja também:
- Os Árabes e o Islamismo
- Cultura Muçulmana
- Origens do Islamismo
- Estado Islâmico
- Questão Palestina
- Jihad – Guerra Santa
- Geopolítica do Oriente Médio