As falhas geológicas são tensões causadas pelo movimento das placas tectônicas que nem sempre originam fenômenos grandiosos ou catastróficos. Às vezes, repercutem nos conjuntos rochosos, rompendo-os, mas ocasionalmente, são fraturas tão sutis que é difícil descobri-las.
As falhas também são evidências em escala local (ou regional, no caso das grandes fraturas como a falha de San Andrés) da atividade tectônica, do dinamismo da litosfera.
Características
Uma falha geológica é uma fratura nos materiais rochosos de um lugar determinado, através da qual é produzido o deslocamento dos blocos. Normalmente, origina-se por esforços de distensão em uma zona da crosta, embora também possam ser produzidas falhas por compressão ou por deslizamento lateral.
Nas falhas sempre existe deslocamento de um dos blocos ou de ambos. As fraturas ou fendas sem deslocamento não são denominadas falhas, e sim diáclases (ou juntas).
Em geral, a produção ou não de uma falha depende, em última instância, da natureza das rochas que configuram um terreno e, concretamente, de seu limite de plasticidade. Se o esforço não for muito intenso, e/ou o limite de plasticidade das rochas for elevado, será mais provável a produção de uma dobra. Pelo contrário, diante de esforços muito intensos e/ou rochas com baixa plasticidade, é indubitável que será formada uma falha.
As falhas são fáceis de reconhecer nos taludes ou nos cortes de terreno, ou quando são visíveis os estratos dos blocos com falha. É mais complexo reconhecer as falhas na superfície, onde não existe um corte que deixe visíveis os estratos, ou onde a superfície falhada sofreu erosão, eliminando-se o desnível entre os blocos. Nesse caso, costuma existir um dado importante que revela a existência de uma falha: a mudança na vegetação.
É frequente que exista uma vegetação predominante em um dos blocos da falha e que, no outro, seja diferente porque a rocha pode ser diferente, e as plantas que crescem bem em um solo rico em uma rocha concreta não o conseguem em outro com características distintas.
Partes de uma falha geológica
Diversas partes ou elementos podem ser distinguidos em qualquer falha.
Em primeiro lugar, os blocos rochosos afetados pela fratura e que se separam, levantando-se, deslizando lateralmente ou subindo um sobre o outro. O bloco superior é denominado teto ou capa da falha, e o inferior, muro ou lapa da falha. Em geral, a finalidade dessa denominação é ter uma correspondência com o sentido de deslocamento dos blocos.
O plano de falha é a superfície de fratura, pela qual é produzido o deslocamento dos blocos. Novamente, o deslocamento pode ser de diversas formas, mas, seja como for, o valor em metros é denominado rejeito de falha. Esse elemento se distingue do caimento, que é o “degrau” (desnível) entre os blocos.
Tipos e associações de falhas
Com base no deslocamento dos blocos, distinguem-se quatro tipos de falhas: reta, normal, inversa e transformante. É possível encontrar isolados esses tipos de falhas, mas frequentemente aparecem associados.
As associações de falhas são diferentes, dependendo de se tratar de falhas normais ou inversas. Muitas falhas normais reunidas formam fossas tectônicas (zonas deprimidas) e pilares tectônicos (zonas elevadas). Um sistema de falhas inversas forma o que se denomina cinturão ou cadeia de cavalgamento.
As associações de falhas e dobras são chamadas mantos de deslizamento. Aparecem quando uma dobra muito tombada acaba se fraturando, de maneira que a parte superior da mesma dobra desliza sobre a inferior. Nessas formações, é fácil observar discordâncias entre os estratos e as rochas, assim como evidências da fricção.
Por: Paulo Magno da Costa Torres