Nas regiões próximas à linha do Equador surge a floresta úmida, que, conforme a latitude aumenta, é substituída por uma floresta menos densa, constituída de árvores caducas.
Florestas úmidas
O clima equatorial apresenta temperaturas e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. As temperaturas são uniformes e sempre elevadas, com médias que oscilam entre 25 e 27 °C, tanto de dia, quanto de noite. As chuvas são abundantes, acima de 2 mil mm/ano.
Em tais condições, a floresta úmida é a cobertura vegetal mais típica: uma floresta densa e sempre verde, com inúmeras espécies vegetais e animais (sobretudo insetos e aves). Nos locais em que as queimadas e o desmatamento abriram clareiras para a prática agrícola, pode surgir uma outra cobertura densa, porém mais baixa, um matagal com uma vegetação mais emaranhada do que a floresta nativa.
Como as árvores mais altas das florestas impedem que a luz do Sol atinja as plantas mais baixas, as espécies vegetais apresentam uma variação de altura. Por isso a divisão em estratos constitui uma das características mais notáveis dessas florestas.
Nas regiões equatoriais e tropicais, a vegetação costeira é bastante específica, Destacam-se nela os mangues, onde a profundidade da água é pequena, e as faixas de palmeiras, como os coqueiros.
Estratificação da Floresta
Na Amazônia, o estrato superior é formado por árvores com alturas variáveis entre 40 e 65 m. As árvores são recobertas por cipós e outras plantas trepadeiras, formando um emaranhado vegetal quase impenetrável.
No estrato médio, encontram-se árvores e plantas adaptadas a uma luminosidade menor. As árvores, de casca lisa, estão mais próximas umas das outras e não têm galhos nos dois terços inferiores do tronco. Suas folhas são largas e perenes. A competição pela luz é acirrada.
O estrato inferior é pouco iluminado. Apesar do solo bastante úmido, essa camada é pobre em vegetação.
Recursos da floresta
As regiões de florestas são importantes para várias atividades econômicas: madeireiras, mineração, agropecuária. E todas elas acarretam a derrubada em larga escala de árvores.
A faixa equatorial é pouco habitada devido ao forte calor e umidade, que trazem várias doenças. A vegetação exuberante tem como contrapartida solos frágeis.
Existem regiões praticamente desabitadas. No entanto, nelas são encontrados alguns povos autóctones: indígenas na Amazônia; pigmeus na África Central; aborígines na Austrália etc.
Esses grupos sobrevivem basicamente da coleta e da caça. A população concentra-se ao longo dos litorais, em planaltos e montanhas, onde o clima é mais ameno, a vegetação, menos densa e o solo, mais fértil.
O desmatamento obriga as populações nativas, que habitam esses locais há séculos, a se deslocar. Muitas vezes elas são retiradas à força de suas terras, para que seus recursos possam ser explorados por empresas privadas e públicas.
A floresta, refúgio da biodiversidade
Nos últimos cinquenta anos, a área coberta pelas florestas equatoriais e tropicais foi reduzida pela metade. A cada ano, desaparecem mais de 100 mil km2 dessas matas. A atual extensão de florestas úmidas é de cerca de 15 milhões km2. Nesse ritmo, essa cobertura vegetal deverá acabar em 150 anos.
As florestas úmidas servem de abrigo para a maior parte das espécies animais e vegetais do planeta. Devem existir nelas entre 5 e 10 milhões de espécies, enquanto outros 5 milhões ocupam o resto do mundo. A Terra perde cerca de 10 mil espécies de seres vivos por ano, a maior parte nas florestas equatoriais e tropicais.
Sem a intervenção humana, apenas uma ou duas espécies desapareceriam anualmente. O homem está extinguindo espécies que sequer foram identificadas e estudadas.
Por: Paulo Magno da Costa Torres