Ciência que pesquisa a estrutura da crosta terrestre, seu modelado externo e as distintas fases da história física da terra. Como a geologia é uma Ciência muito ampla, há a necessidade de que se tenha sólidos conhecimentos de química, física e botânica.
A palavra geologia significa, geo = terra, logos = estudo. Segundo a história, acredita-se que o primeiro a utilizar essa terminologia foi o Bispo Richard Bury, em 1473, diferenciando os Teólogos dos Juristas que valorizavam as coisas terrenas. Antigamente a geologia era sinônimo de ciências da terra, e seus estudos eram realizados de modo empírico.
O que é geologia?
Define-se geologia como a ciência que estuda a terra, procurando abordar todos os seus aspectos como: constituição, estrutura do globo terrestre, as diferentes forças que agem sobre as rochas, modificando assim as formas de relevo e a composição química original dos diversos elementos, a ocorrência e a evolução da vida através das diferentes etapas da história física da terra (Estudo dos seres antigos).
Entre alguns estudiosos da geologia, existe uma pequena diferença, em relação a definição da palavra geologia. Pois alguns acreditam, que esta ciência deva tratar de assuntos relacionados ao aspecto e constituição das rochas, que compõem a terra. Já outros, acham que os assuntos relacionados a história física da terra, são mais relevantes. Por outro lado, existe uma linha de pesquisadores que são mais abrangentes e, definem a geologia como ciência responsável pelo estudo da terra e todos os seus aspectos.
A geologia apresenta-se como uma ciência descritiva, histórica e explicativa, ou seja é uma ciência de observação, de interpretação e de experimentação. O trabalho de campo do Geólogo resume-se na:
- Procura de afloramentos e natureza dos mesmos
- Procura de fósseis
- Estudo dos diferentes tipos de estrutura
- Prospecção
Divisões da geologia
O objeto de estudo da geologia, são os fenômenos geológicos, os quais dividem-se em duas ordens: físicas e biológicas.
Os fenômenos geológicos de ordem física são:
- Litogênese: (Formação de rochas),
- Orogênese: (Formação de montanhas),
- Gliptogênese: (Destruição e modelagem do relevo).
Os fenômenos de ordem biológica, diz respeito aos fósseis (restos de organismos) encontrados nas rochas.
A geologia pode ser dividida em diversos ramos como:
I – Geologia Física:
- Geologia Estrutural (Estudo dos depósitos e das diferentes camadas)
- Geologia Dinâmica (Geodinâmica – Estuda as diversas transformações sofridas pela superfície da crosta terrestre, por causa do trabalho realizado pelos fatores exógenos
A Geologia estrutural ou (Geostática), pesquisa a arquitetura e o arcabouço do subsolo. A Geodinâmica estuda os efeitos produzidos pelos vários agentes e forças, como águas correntes, ventos, correntes marítimas, gelos em movimento ou atividade vulcânica, etc.
A geodinâmica é o mesmo que geomorfologia. Existe uma grande controvérsia entre os geógrafos e geólogos, no sentido, de se considerar a que área deva pertencer essa ciência. Atualmente, tomando-se por base vários autores, entendeu-se que a geomorfologia é uma ciência independente.
II – Geologia Histórica:
Estuda as diferentes eras geológicas. Pode ser definida como “história física da terra. ” Pesquisa o desenvolvimento da vida na superfície da terra.
A Geologia Histórica, pesquisa a história da terra, tendo como base a vida vegetal e animal no decorrer das eras geológicas, através da Paleontologia. Já a Paleogeografia estuda as modificações ocorridas na superfície da terra. As investigações geológicas, historicamente vem sendo orientadas pela teoria do cataclisma. Atualmente, uma nova corrente, o atualismo vem mudando as bases destas investigações. A Teoria do Cataclisma: Explica que as transformações ocorridas na superfície do planeta terra, foram feitas através de movimentos violentos (Nunca transformações lentas). A teoria do atualismo investiga o passado à luz do presente (Resolver o desconhecido através do conhecido). Considerando que em geologia o fator tempo é fundamental.
História da geologia
Surgimento
Os Gregos Antigos foram os primeiros a escrever a respeito da Terra. Misturavam fatos, superstições, lendas, suposições e pontos de vista da época. Nos séc. VII e VI a.C., os filósofos Tales e Anaximandro declararam que os fósseis de peixes eram remanescentes da vida em tempos remotos. O historiador Heródoto observou como a água molda a terra. O filósofo Aristóteles, que viveu no séc. IV a.C., acreditava que o planeta havia crescido tal como um ser vivo, até chegar ao tamanho atual. Seu discípulo Teofrasto redigiu um trabalho chamado A Respeito das Pedras, que pela primeira vez reunia todas as informações existentes sobre rochas, minerais e fósseis. Muitas obras produzidas no Império Romano também descreviam os minérios e o seu comércio.
A geologia no Renascimento
A Renascença foi um período de renovação do interesse por muitos campos de estudo. Georg Bauer, médico e mineralogista alemão, foi quem deu as mais importantes contribuições à geologia durante o Renascimento. Publicou obras sobre minerais, fósseis e metalurgia (ciência dos metais). Nicolaus Steno, um médico dinamarquês, fez, por sua vez, uma grande descoberta geológica em 1669. Demonstrou que os estratos (camadas) de rocha são sempre depositados com os mais antigos no fundo e os mais recentes no topo. Essa lei da superposição ajuda os cientistas a determinar a sequência em que ocorreram os acontecimentos geológicos.
A geologia moderna – Os vulcões e as rochas.
Do final do séc. XVIII ao início do séc. XIX houve uma discussão entre geólogos a respeito da formação das rochas. O mineralogista alemão Abram Gottlob Werner acreditava que um enorme oceano havia coberto toda a Terra. Werner e seus seguidores afirmavam que, lentamente, minerais iam sendo depositados no fundo da água, onde formavam o granito e as outras espécies de rochas. Esses estudiosos acreditavam que as rochas se formavam em camadas e achavam que, uma vez constituída, a Terra não sofreria mais nenhuma alteração.
Uma outra versão foi sustentada por James Hutton, médico escocês. Hutton e seus seguidores acreditavam que a lava quente dos vulcões formava as rochas ao esfriar. Afirmava que a Terra sofria transformações graduais e contínuas e sustentou que essas alterações podiam ser úteis para explicar o passado. Hutton morreu em 1797, antes que outros cientistas aceitassem suas ideias. Em 1802, o matemático escocês John Playfair publicou Ilustrações da Teoria de Hutton, espécie de bíblia do pensamento geológico. Mesmo no auge da discussão, o grupo de Werner ignorava a obra de Nicolas Desmarest, geólogo francês que, em 1765, havia demonstrado que as rochas da região de Auvergne, no centro-sul da França, eram vulcânicas. A discussão foi encerrada no início do séc. XIX, depois que dois dos mais famosos discípulos de Werner, Leopold von Buch e Alexander von Humboldt, se tornaram adeptos da teoria de Hutton. Eles mudaram de ideia, depois de visitar várias localidades, entre elas a região de Auvergne e do Vesúvio, o vulcão italiano.
A geologia contemporânea – Geologia Experimental
A Geologia Experimental começou a engatinhar em consequência da amizade entre Hutton e sir James Hall, um geólogo e físico, também escocês. Hall interessou-se em provar as ideias de Hutton. Organizou experiências nas quais fundiu rochas em grandes fornalhas, tornando-as pastosas como a lava dos vulcões. Ele então verificou que o calcário fundido, uma vez resfriado, formava mármore, e que algumas rochas vulcânicas formavam granito. Sua obra provou ser correta a ideia defendida por Hutton, segundo a qual a Terra se transforma gradualmente.
William Smith, um engenheiro civil inglês, foi o primeiro a usar fósseis para calcular a idade dos estratos de rocha. Enquanto fazia trabalhos topográficos e construía canais no sul da Inglaterra, no final do séc. XVIII, Smith tinha visto camadas de rochas que continham fósseis. Provou que espécies de fósseis iguais eram encontradas nos mesmos estratos, ainda que em localidades diferentes. Em 1815, publicou os primeiros mapas geológicos que indicam os estratos da Inglaterra.
Em 1822 os franceses barão Georges Cuvier (naturalista) e Alexandre Brongniart (geólogo) publicaram um livro que descrevia a geologia e os fósseis da região de Paris. Tempos depois, em 1830, sir Charles Lyell, geólogo escocês, lançou o primeiro dos três volumes de sua obra Princípios de Geologia, que influenciou muitos cientistas. Lyell apoiou o princípio de Hutton, que ainda não tinha sido inteiramente aceito pelos cientistas.
Louis Agassiz, um naturalista nascido na Suíça, estudou as geleiras europeias nas décadas de 1830 e 1840. Convicto de que um grande lençol de gelo havia se estendido outrora do pólo Norte à Europa Central, ele mostrou como os campos de gelo podem alterar a superfície da Terra, movendo-se lentamente.
Em 1846, o engenheiro irlandês Robert Mallet iniciou o estudo científico dos terremotos. Também descobriu como medir a velocidade das vibrações que produzia na Terra mediante a explosão de cargas de pólvora. Ernest Rutherford, um físico inglês, sugeriu, por sua vez, em 1905, que por meio de minerais radioativos podia se calcular a idade de outros minerais. Em 1915, o geólogo escocês Arthur Holmes publicou A Radioatividade e a Medição do Tempo Geológico. Foi a primeira de muitas obras científicas que procuraram determinar a idade das rochas pela radioatividade. Nos anos de 1957 e 1958, o Conselho Internacional de Uniões Científicas patrocinou o Ano Geofísico Internacional, quando cientistas de 66 países reuniram-se para aprender mais sobre a Terra. Em 1968, um grupo de cientistas norte-americanos propôs a teoria de que a crosta terrestre é formada de placas enormes e rígidas que se movimentam continuamente. Essa teoria, plenamente aceita nos dias atuais, veio apoiar a ideia de que os continentes flutuam na superfície da Terra. Ela também explica o aparecimento de montanhas, vulcões e outros fenômenos geológicos.
Por: Marilia Travers