Impressionado com a magnificência e beleza das ilhas Havaí, Mark Twain definiu-as como “a mais formosa frota de ilhas ancoradas em qualquer oceano”. Famoso pelo exotismo e exuberância, o arquipélago é um dos principais centros turísticos do mundo.
O estado americano do Havaí se estende ao longo de 2.400km, no oceano Pacífico, a 3.800km de distância da costa da Califórnia, e compreende oito ilhas principais (Niihau, Kauai, Oahu, Molokai, Maui, Lanai, Kahoolawe e Havaí) e uma série de atóis e ilhotas. Oahu, a mais importante, destaca-se como centro populacional, econômico e cultural. Nela se situam a capital, Honolulu, e as bases militares de Pearl Harbor, Schofield Barracks e Hickam Field.
De origem vulcânica, as ilhas, montanhosas, datam em geral do período terciário. De formação mais recente, a ilha do Havaí é a única que ainda tem vulcões ativos, entre eles o Mauna Loa, que, com 4.169m de altura, é o ponto culminante do arquipélago. Há planícies nas zonas litorâneas. O clima tropical é influenciado pelos ventos alísios do nordeste e pelas montanhas, onde as temperaturas são mais amenas. A temperatura média anual, de 22o a 26o C, é constante. A precipitação média anual é de 600mm, mas sua distribuição varia segundo a exposição aos ventos alísios. No monte Waialeale, em Kauai, têm sido registrados 11.684mm de média, o que o torna o território mais chuvoso do mundo.
A flora e a fauna enriqueceram ao longo do tempo com as sementes levadas pelos ventos, pássaros e homens. O isolamento do arquipélago propiciou uma evolução própria de animais e plantas, que permitiu o surgimento de numerosas espécies peculiares como o nene — o ganso havaiano — e algumas aves. Abundam orquídeas e pteridófitas, e as aves marinhas estão protegidas nas ilhas ocidentais.
As tribos polinésias que primeiro habitaram o Havaí viviam da agricultura e da pesca. A população reduziu-se muito com a chegada dos europeus, que lhes transmitiram doenças venéreas, cólera e peste bubônica. A imigração intensiva de trabalhadores de diversas partes do mundo deu origem a uma composição étnica muito variada. Os grupos majoritários são havaianos, brancos, chineses, filipinos e japoneses. Devido à grande quantidade de casamentos mistos e à convivência cordial dos diferentes grupos, produziu-se uma enorme mistura de raças, especialmente nas cidades e com destaque na capital.
O numeroso pessoal americano acantonado nas bases militares influi de forma notável na vida econômica e social das ilhas. O inglês é o idioma oficial mas, devido à variada composição demográfica, falam-se outras línguas, principalmente um dialeto orientalizado do inglês.
A atividade produtiva do Havaí, que tem uma economia voltada basicamente para os Estados Unidos, se baseia na agricultura (especialmente abacaxi e cana-de-açúcar) e diversas indústrias, as maiores no ramo de transformação de alimentos. A grande fonte de recursos, porém, é o turismo, que começou a se desenvolver de forma extraordinária a partir da segunda guerra mundial, graças ao barateamento dos transportes, à ajuda recebida do governo e aos investimentos privados.
Acredita-se que os primeiros povoadores chegaram ao arquipélago em canoas, por volta do século V, procedentes das ilhas da Polinésia. O inglês James Cook descobriu as ilhas em 1778 e lhes deu o nome de Sandwich. Um ano mais tarde, Cook regressou ao arquipélago e foi assassinado pelos nativos devido à brutalidade de seus homens. Logo depois o rei Kamehameha I submeteu todas as ilhas a seu controle e fundou uma dinastia que as governou até 1898, quando os Estados Unidos anexaram o arquipélago. Em 1941 o Havaí viu-se envolvido na segunda guerra mundial, com o ataque japonês à base naval de Pearl Harbor. Em 1959, tornou-se o quinquagésimo estado dos Estados Unidos.
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Autoria: Cássio Roberto Cartolano