A Terra desloca-se pelo espaço, ao redor do Sol (translação), e também gira em torno de si mesma (rotação). Tais movimentos acontecem contínua e simultaneamente. É difícil percebê-los, mas é possível observar seus efeitos.
O giro da Terra em torno de si mesma e seu movimento de translação ao redor do Sol têm consequências claramente observáveis. Os dias, as noites e as estações do ano são as mais evidentes.
Movimento de rotação
Esse movimento é realizado pela Terra, no sentido oeste para leste, em torno de si mesma ou de um eixo imaginário que atravessa de um polo a outro, com duração de 24 horas, mais precisamente 23 horas, 56 minutos e 4 segundos, a uma velocidade de 1666 km/h na altura do Equador, sendo nula nos polos.
O eixo de rotação da Terra é uma linha imaginária que passa pelos polos Norte e Sul e pelo centro do planeta. Se dividíssemos a Terra em duas metades, com um plano perpendicular ao eixo de rotação, teríamos dois hemisférios: o hemisfério Norte e o hemisfério Sul. A linha imaginária traçada sobre a superfície terrestre, separando os dois hemisférios, é chamada de Equador.
Consequências do movimento de rotação
O movimento de rotação da Terra cria a sucessão dos dias e das noites. Todos sabemos, sem dúvida, que as horas de exposição ao Sol e de escuridão variam ao longo do ano. A duração do período noturno é mais curta no verão e mais longa no inverno. Tal fenômeno se deve à inclinação do eixo de rotação terrestre, de cerca de 66,55º em relação ao plano da eclíptica, apontando sempre para a mesma direção.
À medida que o planeta se desloca pelas diferentes posições de sua órbita, o Sol atinge diferentes posições máximas em relação ao horizonte, por isso o tempo que ilumina cada zona da Terra muda ao longo do ano.
Outras consequências:
- Abaulamento da Terra na região equatorial e achatamento polar.
- A circulação atmosférica e as correntes marítimas sofrem um desvio para oeste.
- O nível do mar no litoral leste dos continentes tem alguns metros a mais em relação ao nível do mar no litoral oeste.
- Determinação dos fusos horários.
Movimento de translação
Corresponde ao movimento que a Terra e os demais planetas realizam ao redor do Sol. O caminho (trajetória) percorrido chama-se órbita, que é elíptica e percorrida em 365 dias, 5 horas, 48 minutos e 48 segundos.
O ano é uma referência de tempo muito importante, serve de base para vários eventos em nossa vida. Vale ressaltar que as quase 6 horas excedentes aos 365 dias que completam o ano são acumuladas e, a cada 4 anos, somam 24 horas, sendo esse tempo adicionado ao mês de fevereiro (ano bissexto), que passa a ter 29 dias.
Durante a órbita elíptica que a Terra realiza ao redor do Sol, a distância entre os dois astros varia durante o ano, sendo 147,1 milhões de quilômetros no início do ano, quando o planeta se encontra mais próximo do Sol (periélio), e 152,1 milhões de quilômetros no meio do ano, quando ele está mais distante do Sol (afélio).
Em relação ao Sol, a Terra movimenta-se a uma velocidade muito grande: aproximadamente 30 quilômetros por segundo, ou seja, cerca de 108 mil quilômetros por hora, dando origem ao movimento de translação.
Consequências do movimento de translação
O movimento de translação terrestre é responsável por originar as estações do ano, períodos de tempo agrupados a cada três meses aproximadamente, invertidos em cada Hemisfério (Norte ou Sul), já que em cada um, dependendo da época do ano, a insolação recebida varia, gerando essa diferença.
As mudanças sazonais são pronunciadas nas latitudes médias e são sempre complementares em cada um dos hemisférios da Terra. Assim, por exemplo, quando é inverno no Brasil, é verão no México, e vice-versa.
Esses contrastes não são provocados pela maior ou menor distância da Terra ao Sol, mas porque a translação do planeta ao longo do ano faz os raios solares chegarem a cada hemisfério com uma inclinação diferente, segundo o momento considerado do ano.
As estações do ano iniciam-se com fenômenos chamados de solstícios e equinócios.
Para o hemisfério Sul, o solstício de inverno, época em que o Sol está mais afastado do Equador terrestre, acontece em 12 de junho, dia do ano em que o tempo de iluminação é o mais curto. Em 22 de dezembro é o solstício de verão, dia em que o tempo de iluminação é o mais prolongado e, portanto, a noite é mais curta. O equinócio de primavera, época em que o Sol está mais próximo da Terra, ocorre em 22 de setembro e o equinócio de outono em 21 de março. Nos equinócios, a duração do dia e da noite é igual.
Por: Paulo Magno da Costa Torres