As cachoeiras são formadas à partir da diferença de resistência a erosão no curso de um rio que tem como resultado uma queda de água. Podem ainda ser originadas por falhamentos ou diques de rochas ígneas mais resistentes que seccionam o curso do rio. Geralmente as cachoeiras originadas por diques ou falhamentos são temporárias, pois em um pequeno intervalo de tempo serão transformadas em simples corredeiras pela ação das erosões. É observado em vários locais a deposição do basalto sobre arenitos, onde se formam cachoeiras em consequência da menor resistência do arenito a erosão em relação ao basalto.
Este tipo de formação pode ser observado no interior do Estado de São Paulo, sendo que as cachoeiras provenientes desta formação tendem a regredir, conseguindo manter o desnível devido ao solapamento da base que é de menor resistência. Deve-se também destacar as cachoeiras Sete Queda e a do Iguaçú, localizadas na bacia do rio Paraná, cuja formação é resultantante da erosão remontante. Este tipo de erosão apresenta a característca de formar sulcos denominados canhões.
Como consequência da erosão fluvial pode-se observar a formação de pontes naturais, que ocorrem devido a penetração e escoamento da água em fendas localizadas a montante de cachoeiras. Estas fendas tendem a aumentar até o ponto em que toda a água começa a fluir através delas, sendo que se as fendas estiverem dispostas perpendicularmente ao leito do rio, ocorrerá a formação das pontes naturais. A erosão fluvial pode tambem formar tipos de cachoeiras denominadas de vales suspensos, ocorrendo somente quando a erosão for maior no vale principal de um rio do que no vale de um de seus afluentes.
Denomina-se caldeirões às perfurações cilíndricas formadas a partir do turbilhonamento das águas após uma cachoeira ou numa corredeira. Estas perfurações são geralmente possíveis pelo fato de que os seixos ali depositados agindo junto com o turbilhonar das águas desgastam a rocha com um movimento circular. Algumas pesquisas mostraram que se leva aproximadamente quinhentos anos para que se consiga desgastar um metro de gnaisse duro numa certa região do Rio Nilo. No rio Glan, na Alemanha, o tempo levado para se desgastar um folhelho argiloso foi de seiscentos e trinta anos para cada metro.
Autoria: Patrícia Araújo Reis