É indubitável que poderosos impulsos devem ter agido sobre as camadas que compõem a crosta terrestre, as quais, curvando-se, formaram as montanhas.
Suponhamos, por exemplo, imprimir um empurrão lateral numa pilha de camadas de papelão alternadas com outras de pano: sob o efeito da pressão, elas se curvarão, e em medida menor o papelão, que é mais rígido. Um movimento análogo deve ter, certamente, dado origem às montanhas.
Todavia, não estão ainda bem claras as causas desses movimentos. Alguns cientista supõem que, resfriando-se, a Terra tenha enrugado, assim com a casca duma maçã, que, ao secar, enruga. Outros estudiosos aventam a opinião de que a chuva, o vento e outros agentes atmosféricos teriam, gradualmente, demolido os relevos terrestres. O material da erosão (trata-se de bilhões e bilhões de toneladas, transportado, pelos rios, para o fundo do mar, teria aqui determinado, no decurso de milênios, um aumento de pressão. Vice-versa, as montanhas se teriam aliviado e, para restabelecer o equilíbrio entre as várias massas da litosfera, impulsos laterais teriam provocado o levantamento de novos relevos.
Para a formação da montanha, poderiam ter contribuído outras causas, como o deslizamento das camadas. Pensemos, por exemplo, numa enorme pilha de obstáculos pouco estáveis que correm lentamente ao longo de um plano inclinado. Se, porém, a pilha encontra um obstáculo ou uma superfície horizontal, deverá deter-se e curvar-se, pouco a pouco: justamente assim deve ter acontecido durante a formação de relevos terrestres.
As camadas rochosas não são absolutamente rígidas, mas, também, dotadas de uma certa plasticidade, para que possam dobrar-se. Todavia, se as camadas são submetidas a uma excessiva pressão podem partir-se. Por vezes, um dos pedaços em que a prega se dividiu desliza, também, por milhares de metros, interrompendo assim a continuidade das camadas. Este deslizamento das camadas, difícil de individualizar para quem não é um geólogo, é comumente denominado falha.
Autoria: Roberto Gonçalves