A enorme riqueza petrolífera determinou o progresso do pequeno arquipélago do Bahrein e o transformou em centro nevrálgico de comércio e finanças no Oriente Médio.
O Bahrein compreende o arquipélago do mesmo nome, situado no golfo Pérsico, a noroeste da península do Qatar e a leste da Arábia Saudita. Consta de cerca de trinta ilhas e ilhotas, a maior das quais é a de Bahrein, com aproximadamente 16km de leste a oeste e 48km de norte a sul. Unidas à ilha principal por estradas de rodagem ficam as pequenas ilhas de Muharraq e Sitra. Em 1986 foi inaugurada uma ponte que liga Bahrein à Arábia Saudita. A superfície total do arquipélago é de 692km2.
Geografia física
Não existem nas ilhas acidentes orográficos importantes. A altitude máxima, na colina de Jabal Dukhan, na ilha principal, alcança pouco mais de 130m. O clima é árido, com temperaturas muito altas no verão, superando uma média de 28o C, e moderadas no inverno (21o C). As precipitações não ultrapassam oitenta milímetros anuais e se concentram na estação hibernal. Apesar da escassez de água, as ilhas são habitadas desde tempos antigos, e possuem algumas culturas de irrigação concentradas em torno dos mananciais da costa norte. O arquipélago conta com cerca de 200 espécies vegetais. A fauna compõe-se de mamíferos como a gazela, a lebre e o mangusto, este último provavelmente trazido da Índia.
População
Apesar da pequena extensão, o Bahrein é densamente povoado (mais de 500 habitantes por quilômetro quadrado). As maiores cidades são Manama, a capital, situada no noroeste da ilha principal, e Muharraq, na ilha do mesmo nome. As duas estão unidas por um molhe e constituem, na verdade, uma só aglomeração urbana.
A população é árabe na maioria, embora haja uma pequena presença de técnicos europeus e americanos. Uma considerável proporção da mão-de-obra se compõe de trabalhadores imigrantes, na maior parte egípcios, paquistaneses e indianos.
Economia
A utilização de águas subterrâneas permite a prática de uma horticultura mínima, insuficiente para as necessidades da população. A coleta de ostras perolíferas, ocupação tradicional dos habitantes do arquipélago, quase desapareceu, já que não oferece rentabilidade ante a competição das pérolas cultivadas.
Em 1932 descobriu-se petróleo em Awali, no centro da ilha de Bahrein; a extração, originariamente controlada por empresas americanas, passou em grande parte para a jurisdição da Bahrein Petroleum Company (BAPCO). A extração de petróleo e de gás natural adquiriu importância fundamental na economia do país. Além de centro produtor, o arquipélago é notável ponto de refinação e embarque do óleo cru procedente da vizinha Arábia Saudita, que o envia para Bahrein por um oleoduto submarino.
A riqueza petrolífera estimulou nas ilhas a criação de outras indústrias, como as de cimento, alumínio e a construção naval, esta última muito enraizada na tradição artesanal do país. As antigas atividades semipiratas dos nativos do arquipélago foram substituídas pelo tráfego de uma moderna frota mercante. Por outro lado, o desenvolvimento das atividades bancárias e de serviços transformou Bahrein num dos principais centros comerciais e financeiros do Oriente Médio, para o que contribuem a moderna rede de comunicações e o importante aeroporto internacional situado na ilha de Muharraq.
História
Desde a antiguidade as ilhas de Bahrein foram cobiçadas por seu interesse estratégico. Dois milênios antes da era cristã, já constituíam escala obrigatória na rota comercial entre a civilização suméria e o vale do Indo.
A população do Bahrein converteu-se ao islamismo no século VII. Em 1521 o país foi ocupado pelos portugueses e em 1602 caiu em poder do império persa. Em 1783, Ahmad ibn Khalifa, oriundo da Arábia Saudita, obteve a independência e fundou a dinastia reinante até hoje. Sucessivos tratados negociados ao longo do século XIX acabaram fazendo do arquipélago um protetorado britânico. O Bahrein recuperou a independência em 1971 e se transformou em emirado. Dois anos mais tarde, promulgou-se uma constituição que consagrou o regime monárquico tradicional e estabeleceu uma câmara parlamentar.
Sociedade
A população de Bahrein goza de uma das rendas per capita mais altas do mundo. O governo proporciona diversos serviços sociais, sobretudo os relativos à educação e à saúde. Apesar do desenvolvimento econômico, os costumes sociais permanecem muito ligados à tradição.
A religião majoritária é a muçulmana, professada nas variantes xiita e sunita em partes quase iguais. Os xiitas em geral descendem da população persa que ocupou a ilha no passado, enquanto que os sunitas são árabes e constituem a classe dominante, ligada à dinastia que governa o país.
Num estado cujas principais necessidades humanas estão satisfeitas, as fontes de instabilidade social são sobretudo a presença cada vez maior de trabalhadores imigrantes e a pressão do setor xiita, que se considera politicamente submetido ao sunita.