Monarquia constitucional da Europa sul-ocidental que ocupa a maior parte da península Ibérica; faz fronteira ao norte com o mar Cantábrico, França e Andorra; a leste com o mar Mediterrâneo; ao sul com o Mediterrâneo e o oceano Atlântico e a oeste com Portugal e o oceano Atlântico.
A dependência britânica de Gibraltar está situada no extremo meridional. As Ilhas Baleares no Mediterrâneo e as Ilhas Canárias no Atlântico são duas comunidades insulares. Também pertencem ao país, embora estejam situadas em território africano, as cidades autônomas de Ceuta e Melilla, bem como o Peñón de Vélez de la Gomera e as ilhas de Alhucemas e Chafarinas. A extensão é de 504.782 km2. Madri é a capital.
Território
A cadeia montanhosa dos Pirineus faz fronteira com a França, ao norte; no extremo sul, o estreito de Gibraltar separa a Espanha do norte da África. A característica topográfica mais importante é a grande planície central, chamada de Meseta, com uma altura média de 610 m. A Meseta é dividida em uma seção norte e outra sul por cadeias montanhosas irregulares (serra de Guadarrama, serra de Gredos, montes de Toledo). A planície costeira é estreita e em muitas áreas é interrompida por montanhas que descem até o mar para formar promontórios rochosos.
Os principais rios são: Douro, Minho, Tejo e Guadiana, que nascem no território espanhol e cortam o território de Portugal para desembocar no Atlântico; o Guadalquivir, que é o mais profundo e tem grande parte do seu percurso navegável; e o Ebro, no no leste, que desemboca no mar Mediterrâneo.
O clima é mediterrâneo com temperaturas extremas exceto no norte, onde as precipitações em geral são insuficientes; as diferenças fisiográficas determinam importantes diferenças climáticas.
População e governo
O povo espanhol é uma mistura dos povos indígenas da península com os que foram conquistando sucessivamente o seu território: os romanos, um povo mediterrâneo; os suevos, os vândalos e os visigodos, povos germânicos, e elementos semíticos, em especial de origem árabe e judaica. Os ciganos formam uma importante etnia.
A população (1995) é de 40.460.055 habitantes, com uma densidade demográfica de 80 hab/km2. As cidades importantes são: a capital Madri, Barcelona, o maior porto e centro comercial, Valência, Sevilha, Zaragoza e Bilbao.
A população é maioritariamente católica, embora a Constituição de 1978 tenha criado um Estado sem preferências religiosas, no qual é total a liberdade de crenças. Há pequenas comunidades de protestantes, judeus e muçulmanos. O espanhol é o idioma oficial; além dele, são línguas cooficiais, em suas respectivas comunidades autônomas, o basco (euskera, língua pré-indo-europeia), galego, catalão e valenciano.
É uma monarquia parlamentar regida pela Constituição de 1978. O chefe de Estado é um monarca hereditário; o poder executivo está nas mãos do chefe de Governo e o legislativo, de um Parlamento bicameral.
Economia
Historicamente, a Espanha sempre foi um país agrícola e ainda é um dos maiores produtores agrícolas da Europa Ocidental, mas a indústria começou a crescer rapidamente a partir da década de 1950. As divisas obtidas com o turismo garante o equilíbrio da balança comercial. O produto nacional bruto em 1993 era de 533.986 bilhões de dólares, que equivalem a 14.130 dólares per capita. O país produz cereais, cítricos, uvas e olivas. A pecuária, em especial o gado ovino e caprino, tem uma grande importância econômica. A cortiça é o principal recurso florestal.
A pesca é importante para a economia; entre as espécies mais encontrados em seu litoral, estão o atum, as lulas, o polvo, a merluza, as sardinhas, as anchovas, a cavala, a pescadinha e os mexilhões. A riqueza mineral é considerável. Os principais recursos são: carbono, linhito, ferro, zinco, chumbo, mercúrio, gesso e petróleo. Entre os principais artigos produzidos, destacam-se o ferro e o aço, bens de consumo, barcos, petróleo refinado e cimento; além disso, trata-se de um dos maiores produtores mundiais de vinho.
A unidade monetária é a peseta.
História
O curso da história contemporânea traçou um caminho irregular devido ao fato de o processo de consolidação da nova ordem, a partir do segundo terço do século XIX, ter se chocado com múltiplas resistências emanadas de distintos flancos (Guerras Carlistas, poderes factuais, velhas classes privilegiadas). As interferências entre os poderes civil, militar e religioso se traduzem ao longo do século supracitado em uma cadeia de desencontros e tensas relações entre a Igreja e o Estado, unidos a intermitentes pronunciamentos militares de matiz conservadora ou progressista, artífices das trocas de governo e das sucessivas idas e vindas constitucionais. Fracassada a experiência democrática do Sexênio Revolucionário (1868-1874), o regime oligárquico da Restauração introduziu a Espanha no século XX sem assentar um sistema de partidos, fundamental para a reclamada estabilidade na vida pública.
A fragilidade das instituições, junto com os visíveis reveses extrapeninsulares ocorridos nas últimas décadas, a perda colonial de 1898, o desastre de Annual e outros fracassos na guerra de Marrocos, provocou uma paulatina militarização da monarquia de Afonso XIII até desembocar na ditadura de Primo de Rivera (1923-1930). O pretorianismo militar patente no século XX, impondo o regime democrático republicano mediante uma cruenta Guerra Civil (1936-1939), conheceu o seu ápice com a ditadura do general Franco, que se manteve no poder durante quatro décadas até sua morte, em novembro de 1975.
Morto Franco, a Espanha conheceu um período de transição de um regime autoritário para uma monarquia democrática desde a legalidade corporativa franquista. Autodissolvidas as velhas Cortes e tendo o monarca dominado a nova situação, teve início o longo e complexo período da transição política.
A via escolhida para tal fim foi a reforma, em lugar de outras mais radicais (ruptura, revolução), principalmente com a constatação da rede de interesses ligados ao regime anterior e aos esforços necessários para materializar sem violência a alentadora promessa de Juan Carlos I de ser o “rei de todos os espanhóis”. Em 1976, a designação de Adolfo Suárez como presidente do governo em substituição de Carlos Arias Navarro facilitou a realização de um projeto de reforma que, em um ano e com a estimável ajuda de Torcuato Fernández-Miranda, desembocaria em eleições gerais, uma prática esquecida desde a etapa republicana.
A Constituição promulgada em 1978, fruto do consenso da pluralidade de forças políticas, define a Espanha como um Estado de direito, democrático e social. Esse terceira tentativa de democratizar o país foi marcada por uma série de problemas: os setores contrários à mudança se escandalizaram-se com ‘provocações’ como a legalização do Partido Comunista, a reforma autonômica, a laicização e a crise econômica. Não foi à toa a tentativa de golpe de 23 de fevereiro de 1981.
A vitória socialista obtida nas eleições de 1982 por maioria absoluta simbolizou a reconciliação nacional e a normalização da vida pública. A liderança exercida por Felipe González, chefe de governo durante treze anos, tinha um compromisso com uma declarada vocação europeia e com a modernização do Estado. Depois das eleições gerais de 1996, o Partido Popular formou o governo depois de fazer uma coalizão com os nacionalistas bascos e catalães. A alternância democrática está garantida, mas o governo de José María Aznar tem importantes desafios pela frente, em especial o cumprimento dos acordos de Maastricht e a convergência com a Europa.
Autoria: Cola da Web