Etiópia, república situada no leste da África, limita-se a noroeste com a Eritréia e com a República de Djibuti, a leste e sudeste com a Somália, a sudoeste com o Quênia, e a oeste e noroeste com o Sudão. A superfície é de 1.128.176 km2. A capital é Adis Abeba.
TERRITÓRIO
O maciço etíope, com uma altitude média de 1.675 m, cobre mais da metade da superfície do país. É dividido pelo Great Rift Valley e cortado por numerosos rios e profundos vales. O lago Tana, onde nasce o Nilo Azul, encontra-se no norte. As margens norte-orientais do maciço estão definidas por pronunciadas escarpas na direção da depressão de Danakil. A margem ocidental desce suavemente até as áreas desérticas do Sudão. Pelo extremo sul, o planalto vai até o lago Turkana (ou lago Rudolf) no Quênia. O clima varia conforme a altitude: tropical até os 1.800 m, subtropical entre 1.830 e 2.440 m, e temperado nas altitudes mais altas.
POPULAÇÃO E GOVERNO
A população (1993) é de 51.070.000 habitantes, com uma densidade de 45 hab/km2. A composição étnica é muito diversa. Destacam-se: os oromo (40% da população), os amhara, povo com uma origem parcialmente semítica, os tigrenses (32%), os shangalla (5%) e os somalis (5%). Addis Abeba (1990) possui 1.912.500 habitantes. Outras grandes cidades são Diredawa (117.000 habitantes) e Dese (1989) com 87.601 habitantes. Aproximadamente, a metade da população é cristã. A Igreja Unida ortodoxa etíope, uma das mais antigas do mundo cristão e ligada à Igreja copta egípcia, foi a igreja estatal até 1974; há também uma alta porcentagem de muçulmanos e animistas. A Etiópia albergou os falashas. São falados mais de 70 idiomas, a maioria pertencente aos ramos semíticos e cusíticos da família afro-asiática. O idioma litúrgico da Igreja etíope, ge’ez, deu lugar ao grupo de idiomas: amárico (idioma oficial e falado por 60% da população), tigrinya e tigré. A Constituição de 1987 estabeleceu uma república liderada por um presidente eleito pelo Shengo, uma assembleia nacional unicameral. Em 1994, foi adotada uma nova Constituição.
ECONOMIA
No início da década de 1990, a Etiópia era uma das nações mais pobres da Terra. Seu produto interno bruto em 1991 era de 6.100 milhões de dólares, cerca de 120 dólares per cápita. A fome é uma ameaça constante. A economia segue dependendo da receita do setor agrícola, sobretudo do café. O birr etíope é a moeda oficial, mas em grande parte do comércio se usa o trueque. A mineração não é importante, embora se tenha encontrado jazidas de petróleo e gás natural. Há consideráveis depósitos de potássio que ainda não foram explorados. A indústria é de transformação dos produtos agrícolas e têxteis.
HISTÓRIA
Restos fósseis de hominídeos encontrados no vale de Awash datam de aproximadamente 3 milhões de anos, e evidências posteriores sugerem uma ocupação humana contínua. Durante o primeiro milênio a.C., povos semíticos de Sabá cruzaram o mar Vermelho e conquistaram os camitas da costa. Até o século II d.C., os vencedores haviam estabelecido o reino de Aksum, governado pela dinastia Salomônica, que se considerava descendente do rei bíblico Salomão e da rainha de Sabá.
Aksum se converteu ao cristianismo no século IV, seguindo a tradição dos cristãos coptas do Egito. Durante o reinado de Zara Yakub (1434-1468) surgiu um sistema político que duraria até meados do século XX, caracterizado por monarcas absolutistas que exigiam serviço militar e dízimos em troca de concessões de terras. Após o falecimento em 1706 de Iyasus I, que reinava desde 1682, começou outro longo período de confusão dinástica e de decadência, durante o qual o país se dividiu em várias regiões. A única força unificadora durante todo esse período foi a Igreja etíope. Com o apoio de altos hierárcas eclesiásticos, Ras Kassa se fez coroar como imperador com o nome de Teodoro II em 1855. Por volta de 1870, o Império era pouco mais que uma coleção de estados semi-independentes.
Menelik II, que estabeleceu sua capital em Addis Abeba, conseguiu unificar as províncias de Tigre e Amhara em seu reino de Shoa. A partir da abertura do canal de Suez, a costa do mar Vermelho se transformou em uma área muito atrativa para os poderes europeus. Após o ditador Benito Mussolini chegar ao poder em 1935, a Itália invadiu o país, mas o imperador Hailé Selassie foi restituído ao trono pelas forças britânicas e etíopes em 1941. Depois da II Guerra Mundial, a Organização das Nações Unidas (ONU) votou a federação da Eritréia com a Etiópia.
Uma vez que esta foi estabelecida, Hailé Selassie acabou com a autonomia da Eritréia, dando lugar ao movimento nacional de resistência e ao início de um confronto militar. Hailé Selassie ignorou, em grande parte, problemas internos urgentes (desigualdade na distribuição da riqueza, subdesenvolvimento, corrupção, inflação, desemprego e as severas secas e fomes no norte entre 1972 e 1975) e em 1974 começou uma forte oposição que culminou em um golpe militar. Criou-se o Conselho Administrativo Provisório Militar, ou Dergue, que em 1974 anunciou o estabelecimento de uma economia socialista. Em 1975, a terra foi nacionalizada, a monarquia abolida e a República instaurada. Durante a década de 1970, Mengistu Hailé Mariam foi a principal figura política, enfrentando uma forte oposição.
O governo recebeu ajuda militar de Cuba e da URSS e, em 1984 Mengistu estabeleceu um regime marxista-leninista. Entretanto, a grande fome e seca unidas à guerra civil, impediram durante toda a década de 1980 a ajuda internacional. Em 1990, o colapso do bloqueio soviético e a drástica restrição de sua ajuda, tornou vulnerável o governo de Mengistu. Após a mediação dos Estados Unidos nas conversações de paz, foi constituído um governo nacional interino. Sob a presidência de Meles Zenawi, o novo governo se encontrou com o enorme trabalho de reconstruir a nação. Em 1995, foram realizadas eleições multipartidárias. Depois que em 1993 os eleitores aprovaram a secessão, a Eritréia declarou sua independência, que foi reconhecida pela Etiópia.
Autoria: Cola da Web