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Grécia

República do sudeste da Europa; ocupa a parte meridional da península dos Bálcãs e compreende numerosas ilhas. Faz fronteira a noroeste com a Albânia; ao norte com a antiga república iugoslava da Macedônia e com a Bulgária; a nordeste com a Turquia; a leste com o mar Egeu; ao sul com o Mediterrâneo e a oeste com o mar Jônico. Sua superfície é de 131.957 km2. A capital é Atenas. Entre as ilhas, destacam-se Euboea, Creta, as Espórades do norte, as Cíclades, o grupo do Dodecaneso e as ilhas Jônicas, Ikaria, Quios, Lemnos, Lesbos, Mitilini, Samos, Samotrácia e Thásos.

Território e recursos

Em geral, o terreno é montanhoso e escarpado. Suas principais regiões geográficas são os montes centrais; a região do oeste, úmida e montanhosa; as planícies a leste de Tessália, Macedônia e Trácia; a Grécia central, que compreende a extensão sul-oriental, berço das cidades – estado da antiguidade e onde se encontra o monte Olimpo, o ponto mais alto do país (2.917 m); a região do Peloponeso, menos escarpada; e as ilhas do mar Egeu, que se destacam por sua importância histórica e estratégica. O extremo sul-oriental, a Ática, é dividido em numerosos vales e planícies, sendo a mais famosa a de Atenas.

O clima é mediterrâneo

Nas terras baixas, os verões são secos e quentes e os invernos, chuvosos. A Grécia é dotada de recursos naturais de baixo valor econômico. No entanto, foram descobertas no mar Egeu, perto de Thásos, reservas de petróleo e gás natural. Possui jazidas de bauxita e ferro; além disso, tem pequenas reservas de cromo, níquel, cobre, urânio e manganês.

População e governo

Cerca de 98% da população é grega; 1% é de origem turca. Há minorias de eslavos, albaneses e armênios. Tem (1993) 10.470.460 habitantes, com uma densidade demográfica de 79 hab/km2. A cidade mais importante é Atenas. Outras cidades são o Porto Pireus, Salônica e Patras.

Grécia

Cerca de 97% da população pertence à Igreja ortodoxa da Grécia. Os outros 3% se dividem entre muçulmanos, católicos, protestantes e monofisistas. A maioria da população fala grego. A língua vernácula do grego moderno e da literatura popular é a demótica, que é o idioma oficial.

Segundo a Constituição de 1975, o presidente da Grécia é o chefe do Estado e comandante-em-chefe das Forças Armadas; eleito pelo Parlamento, é ele quem nomeia o primeiro-ministro. O Parlamento é um corpo unicameral de 300 membros.

Economia

A agricultura desempenha um papel fundamental na economia da Grécia. A falta de combustíveis e de energia elétrica foi um grande empecilho para o desenvolvimento do setor industrial. Duas importantes fontes de renda são a construção naval e o turismo. Desde 1981, a Grécia é membro da Comunidade Econômica Europeia (hoje União Europeia).

O tabaco é a principal cultura do país, mas também são importantes o trigo, o tomate, a laranja, o milho, a beterraba, a uva, a azeitona, a batata e o algodão. Há gados ovinos, caprinos, bovinos e suínos. A pesca é limitada e as esponjas são o principal produto marinho destinado à exportação. Na indústria, destaca-se a produção de metais básicos e seus derivados, alimentos, bebidas, cigarros, têxteis e confecção, cimento e vinho.

A unidade monetária é o dracma.

História

No começo da I Guerra Mundial, a Grécia se declarou neutra, mas o rei Constantino I, filho e sucessor de Jorge I, apoiou a Alemanha em 1913. A intervenção do primeiro-ministro Eleutherios Venizelos e das forças aliadas obrigou o rei a abdicar em favor de seu filho, Alexandre I, e a Grécia participou da guerra no lado aliado. Depois da Conferência de Paris, a Grécia recebeu a Trácia ocidental da Bulgária, a Trácia oriental da Turquia e a maioria das ilhas do mar Egeu, além de ter reivindicado a Esmirna (hoje Izmir, Turquia). Alexandre I morreu em 1920 e o rei Constantino regressou, reafirmado por um plebiscito popular. A expedição para a Esmirna foi derrotada; o Exército se sublevou, impôs uma ditadura militar e obrigou Constantino a abdicar em favor do seu filho, Jorge II.

Em 1923, o rei teve que abandonar a Grécia e o Parlamento proclamou a República. Venizelos voltou para a cena política e o seu Partido Liberal obteve uma extraordinária vitória em 1928. A crise econômica provocou a sua derrota nas eleições de 1932. Os dirigentes militares monarquistas forçaram a renúncia do primeiro-ministro e o general Condylis assumiu poderes ditatoriais e restaurou a monarquia. Jorge II reassumiu o trono no final de 1935. A situação se complicou com o falecimento dos principais líderes políticos, o crescente mal-estar social e a aparição do movimento comunista. Em 1936, o general Ibánnis Metaxás deu um golpe de estado, proclamou a lei marcial e não aceitou nenhum tipo de oposição.

Durante a II Guerra Mundial, tropas italianas procedentes da Albânia atacaram a Grécia em outubro de 1940. Embora em dois meses tenham conseguido expulsar os invasores do país, os soldados alemães venceram a resistência grega em 1941 e ocuparam Atenas. Estabeleceu-se então um governo nacional – socialista na capital e o rei fugiu para Creta e daí para Londres. Entre os grupos de resistência, destacaram-se a EAM (Frente Nacional de Libertação), com um exército próprio, o ELAS (Exército Nacional Popular de Libertação) e o EDES (Exército Nacional Democrático Grego). No final de 1943, ante a perspectiva da libertação da Grécia, começaram a lutar entre si pelo futuro controle do país, mas em 1944 conseguiram formar uma coalizão.

O primeiro-ministro Georghios Papandreou pediu para que o ELAS, sem êxito, abandonasse as armas e se reintegrasse à vida social. Eclodiu a guerra civil e, graças à ajuda de forças britânicas, o exército governamental conseguiu se impor. Em 1944, o arcebispo Damaskinos tornou-se regente da Grécia, mas o futuro da monarquia viria a ser definido em um plebiscito. Em fevereiro de 1945, o ELAS aceitou a trégua. As primeiras eleições gerais ocorreram em 1946, com a vitória dos monarquistas populares. O plebiscito de setembro de 1946 devolveu a coroa para o rei Jorge II; depois de sua morte, assumiu o trono o seu irmão Paulo I. Depois da Conferência de Paz de Paris, realizada em 1946, a Grécia recebeu da Itália as ilhas do Dodecaneso e uma vultosa indenização da Bulgária. Em 1951, a OTAN aprovou a entrada em seu seio da Grécia e da Turquia.

A instabilidade do governo dominou o panorama político interno até o final de 1952. Nas eleições desse ano, o partido conservador União Helênica obteve a maioria parlamentar; foi nomeado primeiro-ministro Alexandros Papagos e, depois de sua morte, o poder foi entregue a Konstantinos Karamanlis. Em 1956, Karamanlis anunciou a formação da União Nacional Radical (ERE). Durante a década de 1950, a Grécia respaldou o movimento enosis (união com a Grécia) na ilha de Chipre, domínio britânico desde 1878, também reclamada pela Turquia. Em 1959, os três governos chegaram a um acordo, segundo o qual o Chipre pôde proclamar sua independência em 1960.

No final de 1961, foi fundada a União de Centro, da qual o grande expoente era Georghios Papandreou. Quando Karamanlis obteve a maioria legislativa nas eleições gerais, o novo partido se negou a reconhecer os resultados. Karamanlis renunciou e foram realizadas eleições em 1962 e em 1964, nas quais a União de Centro obteve uma maioria suficiente para governar sozinha. Papandreou tornou-se então primeiro- ministro.

Depois da morte de Paulo I em 1964, a coroa foi entregue ao seu filho, que assumiu o trono com o nome de Constantino II. Em 1965, o novo monarca foi engolido por uma grande crise política que culminou com a destituição de Papandreou. Sucederam-se no poder vários primeiros-ministros até que, em 1967, um grupo de oficiais do Exército deu um golpe militar. Milhares de pessoas foram presas e as liberdades civis foram suprimidas. Depois de uma frustrada tentativa de derrubar a Junta Militar, o rei Constantino se exilou na Itália. A Junta criou um novo gabinete, liderado pelo coronel Georgios Papadopoulos. Em março de 1968, Papadopoulos apresentou o projeto de uma nova Constituição, mais tarde revisada e ratificada por referendum. A partir de então, o denominado ‘Regime dos Coronéis’ assumiu uma conduta autoritária, prendendo centenas de opositores. No início da década de 1970, o governo devolveu alguns direitos civis e em 1973 aboliu a monarquia, proclamou a República e entregou a presidência da mesma a Papadopoulos.

As revoltas estudantis do outono de 1973 contra o governo trouxeram de novo a lei marcial. Os militares depuseram Papadopoulos, que não conseguira manter a ordem social, e nomearam o general Phaedon Ghizikis presidente. O golpe militar que expulsou o arcebispo Makarios da presidência do Chipre e a invasão turca da ilha levaram a Junta a se afastar em 1974. Karamanlis voltou do exílio e formou o primeiro governo civil depois de 1967. Depois das eleições de novembro, Karamanlis, à frente do partido Nova Democracia, formou um novo governo. O referendum para restaurar a monarquia resultou negativo e em 1975 foi aprovada uma nova Constituição republicana.

Em 1977, o governo convocou eleições gerais, vencidas por uma pequena margem pelo partido Nova Democracia. Karamanlis abandonou o cargo em 1980, quando foi eleito presidente. As eleições parlamentares de 1982 consagraram o Movimento Socialista Pan-helênico (PASOK) e Andreas Papandreou tornou-se o primeiro chefe de um gabinete socialista do país.

Em 1985, Khristos Sartzetakis, apoiado pelo PASOK, foi eleito para a presidência da República, tornando-se sucessor de Karamanlis. Papandreou perdeu a maioria parlamentar nas eleições de 1989 e Tzannis Tzannetakis, da Nova Democracia, tornou-se primeiro-ministro depois de formar uma coalizão com os comunistas. As eleições de 1990 tiveram como resultado uma maioria conservadora e deram o governo ao líder da Nova Democracia. Em outubro de 1993, Papandreou regressou ao poder. As eleições presidenciais de 1995 deram a vitória a Kostis Stefanopoulos, o candidato do PASOK.

Depois da divisão da Iugoslávia, ocorrida em 1991, a república da Macedônia declarou sua independência e obteve o reconhecimento das Nações Unidas como Antiga República Iugoslava da Macedônia. A Grécia se opôs ao nome e aos símbolos do novo Estado, afirmando que os mesmos pertenciam ao histórico estado grego da Macedônia. A Grécia também se envolveu em disputas Albânia depois da queda do regime comunista nesse país.

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