Países

Israel

Israel, república do Oriente Médio, fundada em 1948, situada na costa oriental do mar Mediterrâneo. Limita-se ao norte com o Líbano, a nordeste com a Síria, a leste com a Jordânia e a sudoeste com o Egito. Seu extremo mais meridional se estende até o golfo de Aqaba, uma extensão do mar Vermelho. Possui 21.946 km2, englobando a parte oriental da cidade de Jerusalém, a capital, anexada por Israel em 1967, após a Guerra dos Seis Dias, embora a maior parte da comunidade internacional não reconheça esta anexação.

TERRITÓRIO

Israel pode ser dividida em cinco grandes áreas: as montanhas da Galileia, as planícies de Esdrelom, as colinas da Judéia e Samaria, as planícies costeiras e a região do Neguev. O rio mais importante é o Jordão, junto com o lago Tiberíades, também conhecido como o mar da Galileia, o principal lago de água doce. O clima é subtropical, com chuvas que se concentram nos meses de inverno.

POPULAÇÃO E GOVERNO

Apesar de 83% dos habitantes ser de judeus, em Israel existe grande diversidade racial, étnica e cultural. Mais da metade dos judeus nasceram no país (chamados de sabras) entretanto seus antepassados imediatos provinham de mais de 100 países diferentes, falando cerca de 85 línguas ou dialetos. Os grupos mais importantes são os asquenazitas e os sefarditas. Em 1994, a população era de 5.460.900 habitantes, com uma densidade de 248 hab/ km2. Os não-judeus compunham 17% da população total, os muçulmanos são maioria, seguidos pelos cristãos e pelos drusos.

Cidade de Israel

 

As cidades mais importantes tinham em 1992 a seguinte população: Jerusalém com 556.500 habitantes, compreendendo a cidade antiga, Tel Aviv com 356.900 habitantes e Haifa com 251.000 habitantes. O hebraico e o árabe são as línguas oficiais. Muitos falam inglês, ídiche, russo ou diversas línguas europeias. Israel é uma república composta por um parlamento. O estado não tem uma constituição escrita, mas um número de leis aprovadas pelo Parlamento (Knesset). O chefe de Estado é o presidente e seus poderes são extremamente limitados. O principal corpo executivo é um gabinete liderado pelo primeiro-ministro. O órgão legislativo é um sistema unicameral.

ECONOMIA

O déficit do Estado se deve aos investimentos na área bélica e à absorção de um elevado número de imigrantes. A moeda nacional é o novo shekel. A agricultura cobre, aproximadamente, três quartos das necessidades alimentícias da população, exploram-se produtos para a exportação, sobretudo cítricos e ovos. As comunidades agrícolas se dividem segundo sua organização em três tipos: as comunidades coletivas (kibutz), os povos cooperativos (moshav) e as comunidades de pequenos proprietários (moshava). Os principais minerais são o potássio, bromo, magnésio e outros que extraídos dos depósitos de sal do mar Morto. Os principais produtos industriais são: alimentos, azeite de oliva, bebidas, tabaco, produtos químicos, derivados do petróleo e carvão, metalúrgicos e têxteis.

HISTÓRIA

A história moderna de Israel começou quando Theodor Herzl iniciou o movimento sionista na Basileia (Suíça) em 1897. O fundamento ideológico do Estado, da maior parte de seus partidos e instituições políticas e dos indivíduos que as estabeleceram, provém do movimento sionista, que adotou como objetivo principal criar “para o povo judeu uma pátria na Palestina, reforçada pelo direito público”. O apoio ao movimento sionista era dado sobretudo pelos judeus da Europa e dos Estados Unidos. Durante a I Guerra Mundial, (1914-1918), o movimento sionista conseguiu o apoio da Grã Bretanha, que por sua vez procurava o apoio do povo judeu na sua luta contra a Alemanha.

O governo britânico manifestou suas intenções na Declaração de Balfour em 1917. Segundo esse documento, o governo britânico aprovaria o estabelecimento de uma pátria para o povo judeu na Palestina. Após a I Guerra Mundial, as cláusulas da Declaração de Balfour, foram incluídas no Mandato da Palestina que tinha sido apoiado pela Sociedade das Nações em 1922. Durante o período do mandato britânico, grandes assentamentos de judeus foram registrados. A comunidade judaica, o Ishuv, multiplicou-se muito nesse período, principalmente na década de 1930, onde grande número de judeus fugiram das perseguições nazistas na Europa. Após o Holocausto, os líderes sionistas intensificaram suas reivindicações para conseguir um regime de autogoverno e facilitar a imigração para a Palestina.”

Na Palestina, o Ishuv aderiu a essa postura tentando favorecer os imigrantes refugiados que vinham de uma Europa esfacelada pela guerra. Em 1947, a Grã Bretanha decidiu abandonar a Palestina e recorreu à Organização das Nações Unidas (ONU). Como resposta, a ONU adotou um plano de Partição que previa a divisão da Palestina em dois estados, um árabe e um outro judeu, com Jerusalém como zona internacional sob sua jurisdição. Na Palestina, os protestos árabes contra a partição explodiram com muita violência. No entanto, em 14 de maio de 1948, o Congresso Provisório do Estado proclamou o estabelecimento do Estado judeu na Palestina, que se chamaria Medinat Israel (Estado de Israel) e que estaria aberto para receber todos os judeus dispersos pelo mundo.

Os exércitos do Egito, Transjordânia (Jordânia desde janeiro de 1949), Síria, Líbano e Iraque uniram-se aos palestinos. O enfrentamento atingiu conotações internacionais. Durante a primeira guerra árabe-israelita, os árabes não puderam evitar a criação do Estado judeu e o conflito acabou com o armistício que a ONU orientou. Os acordos previam uma extensão do território sob o controle de Israel, mais além dos limites estabelecidos pela divisão da ONU. Na faixa de Gaza, fronteira entre Egito e Israel, a ocupação egípcia foi mantida e a Jordânia se anexou à Cisjordânia. Em 1949, o Conselho Provisório de Estado de Israel, convocou as eleições para eleger a primeira Knesset. Chaim Weizmann foi o primeiro presidente do país. O primeiro chefe de governo foi David Ben-Gurion. Todas as tentativas para conseguir um tratado de paz permanente entre árabes e israelitas fracassaram. O Egito negou a permissão para que os barcos israelenses usassem o canal de Suez e bloqueou o estreito de Tiran (o acesso de Israel ao mar Vermelho), fato que Israel considerou como uma agressão.

Os enfrentamentos fronteiriços com o Egito geraram a II Guerra Árabe-israelense. A Grã Bretanha e a França aderiram ao ataque, por causa do atrito com o presidente do Egito, Gamal Abdel Nasser, que tinha acabado de nacionalizar o canal de Suez. Israel obteve uma rápida vitória e conquistou a faixa de Gaza e a península do Sinai. Em fins desse mesmo ano, as tropas israelenses se retiraram do Egito, mas Israel se negou a abandonar Gaza até o início de 1957. Após a Segunda Guerra Árabe-israelense, a imagem do presidente egípcio Nasser fortaleceu-se em todo o mundo árabe, que testemunhou o crescimento de um ambiente nacionalista desejando a retaliação contra Israel. A formação de um comando militar unificado, que concentrou suas tropas nas fronteiras, fez com que Israel atacasse o Egito, a Jordânia e a Síria simultaneamente.

A Guerra dos Seis Dias acabou com a vitória de Israel. Após a Guerra, Israel se apossou da faixa de Gaza, da península do Sinai, a parte árabe de Jerusalém oriental, a Cisjordânia e as colinas de Golã. O governo uniu formalmente Jerusalém oriental e o setor judeu da cidade, poucos dias depois que a guerra acabou. Após a guerra, houve um aumento no sentimento nacionalista palestino. Várias organizações guerrilheiras da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) cometeram atos terroristas com o objetivo de “libertar a Palestina”.

O grupo conseguiu o reconhecimento da ONU “único representante legítimo dos palestinos”. Em 1973, o Egito e a Síria se uniram durante a Guerra do Yom Kippur contra Israel para recuperar os territórios que tinham perdido em 1967. O exército de Israel venceu seus inimigos mas em troca as forças árabes obtiveram o apoio da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e da maior parte dos países em vias de desenvolvimento. Os estados árabes produtores de petróleo iniciaram o embargo das suas exportações de petróleo para os Estados Unidos e para outros estados ocidentais, como represália pela sua ajuda a Israel. Henry Alfred Kissinger, negociou os acordos de paz. Em 1974, conseguiu a retirada militar de Israel e do Egito (península do Sinai), de Israel e da Síria (colinas de Golã).

À guerra do Yom Kippur, seguiram-se muitos distúrbios em Israel e constantes críticas aos seus dirigentes políticos. O descontentamento geral levou à demissão da primeira-ministra, Golda Meir, e de seu gabinete, em 1974. Ela foi substituída por Yitzhak Rabin, que foi incapaz de deter a inflação e a deterioração da economia. Nas eleições de 1977, Menahem Begin, o novo primeiro-ministro, liderou o movimento Likud, que era uma facção formada por grupos nacionalistas que se opunham a qualquer concessão territorial aos árabes. Begin foi o primeiro dirigente de Israel que assinou um acordo de paz com um estado árabe. Isso foi o resultado de uma iniciativa surpresa do presidente do Egito, Anwar al-Sadat, que em 1977 dirigiu-se a Knesset e solicitou a Begin que se iniciassem as conversações de paz.

A anexação das colinas de Golã, ocorrida em 1981, dificultou as relações de Israel com os países que anteriormente o apoiavam. Apesar desses acontecimentos e das complicações acarretadas pelo assassinato de Anwar al-Sadat, Israel se retirou definitivamente da península do Sinai em abril de 1982. Dois meses mais tarde, Israel invadiu o Líbano com o objetivo de acabar com a OLP, que tinha ali muitas bases militares de onde realizava inúmeros ataques contra Israel. Em meados de agosto a OLP abandonou o Líbano. Em fins da década de 1980, o aparecimento da intifada e do governo de Israel, gerou críticas por parte dos Estados Unidos e da ONU. Begin anunciou sua demissão como primeiro-ministro e chefe do Likud em 1983, sendo sucedido por Yitzhak Shamir. Nas eleições de 1984, os trabalhistas e o Likud formaram um governo de unidade nacional. Shimon Peres, líder do Partido Trabalhista, foi primeiro-ministro até 1986, ano em que Shamir assumiu novamente o cargo.

Os acontecimentos tomaram caminhos inesperados em 1993. O primeiro-ministro israelense, Rabin, e o presidente da OLP, Yasser Arafat, se reuniram na cidade de Washington e selaram um histórico tratado de paz. Israel permitiu a criação de um governo autônomo na faixa de Gaza e nas zonas da Cisjordânia, onde não existissem judeus. A faixa de Gaza ficou sob a autonomia das autoridades palestinas. Em julho de 1994, o primeiro-ministro Rabin e o rei Husein da Jordânia assinaram um tratado de paz pondo fim a 46 anos de enfrentamentos entre ambos os estados. O primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, foi assassinado em 1995 por um judeu pertencente a um grupo de extrema direita. Nas eleições celebradas em 1996 venceu o candidato direitista Benjamin Netanyahu.

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