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Tailândia

A Tailândia, antigo Sião, situada na península da Indochina, é independente há mais de seis séculos. O budismo, seguido por 94% dos habitantes, tem templos ricamente construídos, que atraem milhares de visitantes. O crescimento do turismo, porém, torna a prostituição e a AIDS problemas nacionais.

Nas décadas de 1960 e 1970, durante a Guerra do Vietnã, a Tailândia estreitou relações com os EUA, que ajudaram a sufocar a guerrilha comunista no território.

Na década de 1980, o governo introduziu mudanças importantes na política do país e decidiu estimular os investimentos. A fórmula fez crescer ainda mais a economia tailandesa, que apresentou, em 1989, um crescimento superior a 10,5%.

O governo, na década de 1980, teve como prioridade a política externa, mas descuidou dos graves problemas internos, como a pobreza absoluta em que se encontrava a maior parte da população e a deterioração e contaminação alarmantes do meio ambiente.

Tailandia

O desflorestamento acelerado provocou inundações catastróficas em 1989.

Após anos de forte crescimento econômico, na década de 1990, a Tailândia entrou em crise em 1997. Uma onda de falências assustou investidores e o governo gastou muito para proteger a cotação do baht, moeda nacional. Sucessivas quedas do baht impuseram grandes perdas, aumentando a desconfiança com as economias da região, dando início a uma crise que se alastrou pelo Sudeste Asiático.

Em 1997, foi proclamada a Nova Constituição, com a finalidade de limitar a corrupção, estabelecer os direitos dos cidadãos e eliminar a influência do Exército no Senado.

A economia começou a se recuperar em 1999 e, em 2001, foi ameaçada pela desaceleração da economia dos EUA.

Tailândia, Mianmar, Bangladesh e Sri Lanka firmaram, em dezembro 2001, um acordo que cria urna área de livre comércio entre estes países, a fim de buscar novos mercados, para compensar a queda dos negócios com os EUA e Japão.

Segundo o relatório de competitividade mundial do Fórum Econômico, os motivos da expansão mais rápida do Sudeste Asiático, comparada aos da América Latina, são:

— diferenças estruturais e institucionais;
— segurança dos direitos de propriedade;
— peso da regulação nos negócios;
— incerteza dos contratos;
— inabilidade do setor financeiro em conceder crédito;
— média de dois dias para a liberação de mercadorias na alfândega dos portos (Brasil — dez dias, Leste Asiático cinco dias, América do Norte três dias e meio).

Planos para acordos de livre comércio e pactos bilaterais estão surgindo pelos quatro cantos da Ásia à medida que os governos da região tentam se proteger dos resultados incertos da próxima rodada de negociações da Organização Mundial do Comércio, em Doha, no Catar. Mas a Tailândia
está promovendo um tipo diferente de comércio: o cartel.

O primeiro-ministro tailandês, Thaksin Shinawatra, quer criar cartéis para duas das mais importantes commodities de exportação da Ásia: arroz e borracha. No mês passado, Tailândia, Malásia e Indonésia, que fornecem cerca de 80% da borracha consumida no mundo, formaram a International Rubber Corp. com um fundo de US$ 250 milhões para sustentação de preços. O objetivo da empresa: gerenciar o estoque de borracha e intervir nos mercados para controlar os preços.

Planos similares estão sendo discutidos para a formação de um cartel regional de arroz. Em outubro, a Tailândia recebeu os quatro maiores produtores de arroz — Vietnã, Índia, China e Paquistão — para traçar estratégias para o cartel, o qual poderia controlar mais de 75% do comércio de arroz do mundo.
O Estado de S. Paulo, 10/12/2002.

Os países do Sudeste Asiático sentem os efeitos da retração do consumo norte-americano. Há ainda o impacto da estagnação econômica dos japoneses, que estão entre os principais investidores da região. Para diminuir gastos, empresas do Japão mantêm filiais em locais como Cingapura e Taiwan.

A aflição cresceu entre os países asiáticos depois que Cingapura informou que seu PIB (Produto Interno Bruto) encolheu no terceiro trimestre, o que trouxe a ameaça de uma recessão de “duplo mergulho”. Em 2001, o país, contagiado pela recessão global, passou por uma acentuada contração econômica.

De acordo com estimativas iniciais do governo, o PIB de Cingapura caiu a um ritmo anualizado de 10,3% nos últimos três meses, em relação ao trimestre anterior. No segundo trimestre, houve expansão de 13,2%.
Excluindo-se petróleo, as vendas de produtos eletrônicos são responsáveis por metade das exportações do país. Com o estouro da “bolha” de investimentos em tecnologia e com a economia norte-americana em marcha lenta, as perspectivas para o setor tecnológico seguem fracas.

São três as principais causas para a explosão no endividamento público dos países emergentes:

1) altos déficits orçamentários:

2) a substituição. em muitos países. de câmbio fixo por flutuante abriu espaço para a forte desvalorização de muitas moedas. Como muitos países têm parte de suas dívidas em (ou corrigidas pelo dIar. a desvalorização fez com que o endividamento aumentasse:

3) depois das repetidas crises que afetaram os mercados emergentes, muitos governos partiram para o saneamento dos sistemas bancários de seus países, assumindo dívidas de segmentos quebrados do setor privado. Folha de S. Paulo, 13/10/2002

O Projeto Internacional de Sequenciamento do Genoma do Arroz foi liderado pelo Japão, responsável por 55% do trabalho, EUA (18%) e China (10%). Contribufram ainda Taiwan, França, Índia, Coreia do Sul, Tailândia, Reino Unido e Brasil.

O sequenciamento do arroz não terá consequências apenas econômicas, mas sociais. Cerca de 55% da população do mundo se alimenta diariamente deste cereal.
O Estado de S. Paulo, 19/12/2002

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