Em 1520, os portugueses estabeleceram entrepostos comerciais no Timor. Permaneceu como colônia portuguesa até 1975. Com a retirada de Portugal, a Indonésia invadiu o Timor. Com a resistência armada da Frente Revolucionária do Timor Leste Independente (Fretilin), de linha marxista, as tropas da Indonésia desencadearam uma repressão brutal, proibindo língua e religião do Timor.
Hoje, 90% da população com menos de 30 anos fala indonésio, obrigatório nas escolas depois da invasão. A ocupação da Indonésia durou até 1999 e fez surgir também um dialeto, que mistura os dois idiomas, chamado tetum.
A pressão internacional pelo fim da ocupação do Timor cresceu a partir de 1996, quando o Prêmio Nobel da Paz foi concedido a dois defensores da independência: o bispo Carlos Ximenes Belo e o ativista da Fretilin, José Ramos Horta.
Em agosto de 1999, a ONU organizou um referendo e 78,5% das pessoas optaram pela independência. Iniciou-se uma violenta represália no Timor Leste, que destruiu a maioria do território e matou mais de mil pessoas.
Foi organizada então urna administração de transição para preparar o Timor para eleições e para a total independência.
A votação, que acabou sendo vencida por Gusmão, foi realizada em abril de 2002. No dia 20 de maio, o Timor Leste se tornou uma nação independente (a mais jovem do mundo).
Herói da independência do Timor Leste, José Alexandre Xanana Gusmão obteve quase 83% dos votos na primeira eleição presidencial do país, coordenada e fiscalizada pela ONU. A vitória foi esmagadora, mas isso não significa que Xanana pode contar com apoio irrestrito para governar, já que o primeiro-ministro escolhido nas eleições legislativas no ano passado, Mari Alkatiri, é seu adversário de longa data. Como a recém-elaborada Constituição do país faculta ao presidente eleito a demissão do primeiro-ministro, há risco de turbulências, Xanana, que está longe de ter maioria no Legislativo, tomou-se símbolo da luta pela independência depois de ter sido capturado por forças da Indonésia, que dominava o pequeno território desde a desocupação por Portugal, em 1975. Permaneceu sete anos na prisão, até 1998.
O governo brasileiro tem levado estudantes da Universidade de São Paulo (USP) para ensinar português no Timor Leste. A ideia do Itamaraty é resgatar a língua nesse país da Ásia — falada por apenas 20% da população.
O desafio agora é reduzir a pobreza: pois cerca de 40% da população vive com menos de 2 dólares por dia e 20% com menos de 1 dólar.
A infra-estrutura, que já era precária, teve 70% de sua capacidade destruída pelas milícias indonésias.
O único produto agrário de exportação é o café. O país possui reservas marítimas de gás e petróleo, exploradas por empresas internacionais, principalmente da Austrália. Mas a ajuda de organizações mundiais continuará por muitos anos.