A Paleozoologia é um ramo da Paleontologia que estuda os fósseis de animais, bem como a ecologia e a relação evolutiva entre esses fósseis. O estudo dos fósseis foi em grande parte desenvolvido pelo famoso anatomista francês George Cuvier que viveu entre 1769 e 1832. Cuvier tinha interesse em documentar a sucessão das espécies fósseis na Bacia Hidrográfica da região de Paris.
Segundo ele, em cada época de sua história a Terra havia sido habitada por certos animais. Pode parecer surpreendente, mas esse francês era um criacionista e discordava totalmente das ideias propostas pelos evolucionistas que acreditavam que os seres vivos sofriam transformações ao longo dos tempos dando origem a criaturas diferentes.
Para Cuvier, as variações que ele observava no registro fóssil resultavam de eventos sucessivos de extinção, cada qual seguido de uma criação divina, que gerava novos seres. Atualmente, sabemos que Cuvier estava enganado, em parte graças ao próprio objeto de estudo desse anatomista.
A comparação dos animais que habitaram nosso planeta no passado com aqueles que hoje aqui vivem, permitiu, não apenas identificar semelhanças entre esses seres vivos, mas também conhecer sua origem e estabelecer relações de parentesco. Apesar da Paleozoologia ser um ramo extremamente fascinante, o estudioso dessa área depara-se com grandes dificuldades. De modo geral, o registro fóssil apresenta informações bastante incompletas sobre os animais do passado.
Frequentemente, o paleozoólogo tem de trabalhar com esqueletos fragmentados que têm de ser reconstituídos e mesmo assim permanecem incompletos. Tampouco é raro o pesquisador que conhece os ancestrais de um determinado grupo apenas a partir de uma porção da dentição dos animais. Além disso, muito raramente e somente em casos excepcionais, o cientista terá a oportunidade de encontrar as partes moles de um organismo.
Em geral, ele terá de fazer inferências com base na estrutura do esqueleto ou do ambiente que o animal vivia. Na melhor das hipóteses, ele conta com impressões deixadas no sedimento, ao longo do processo de fossilização, que constituem uma espécie de molde do animal.
Apesar desses obstáculos, a Paleozoologia tem contribuído bastante no sentido de conhecermos as origens dos animais. Hoje sabemos a época que os primeiros vertebrados surgiram, há cerca de quinhentos milhões de anos, graças ao registro fóssil. Conhecemos os dinossauros e sabemos de sua extinção por volta de sessenta e cinco mil anos atrás porque existem fósseis e técnicas de datação que nos permitem estudá-los.
Descobrimos que por volta de quinhentos e cinquenta milhões de anos atrás a Terra estava repleta de curiosos artrópodes, os Trilobitas. Também identificamos alguns dos possíveis ancestrais dos mamíferos, podendo investigar sua evolução devido ao mesmo tipo de evidências. Em suma, se considerarmos qualquer grupo animal, encontraremos informações preciosas sobre ele nos estudos de seus fósseis.
