Quando observamos estatísticas relacionadas à população e à economia, é comum ouvir os termos de população economicamente ativa e inativa. Mas, afinal de contas, o que eles significam e como funcionam?
O chamado mercado de trabalho engloba todas as formas de trabalho existentes, envolvendo produção material ou intelectual. Todos aqueles que estão trabalhando, os que estão desempregados e à procura de postos e mesmo aqueles que têm uma profissão, mas escolhem estar desocupados.
A análise do mercado de trabalho propicia uma visão de como uma população está gerando renda, em que nível e abre espaço para um olhar sobre a economia de um país como um todo. Para absorver todos esses dados, precisamos compreender os conceitos de economicamente ativo e inativo.
População economicamente ativa
A PEA (População Economicamente Ativa) corresponde à parcela da população com idade e condições físicas de exercer algum trabalho no setor produtivo, mesmo que não esteja exercendo ou possua algum outro tipo de relação que gere renda – por exemplo, inclui proprietários de empresa.
No Brasil, o IBGE define a PEA como a população com 15 anos de idade. Além do quesito etário, essa população inclui todos aqueles de fato empregados ou trabalhando, além daqueles que não estão desempenhando funções, mas que ativamente estejam em busca de ocupação. Com isso, a PEA divide-se em dois grupos:
População ocupada:
- Empregado. Trabalhador que exerce algum trabalho em troca de salário, qualquer que seja a relação de trabalho.
- Empregador. Proprietário de um empreendimento ou negócio, que seja capaz de empregar ou contratar o trabalho alheio.
- Trabalhador autônomo. Exerce o seu trabalho de forma autônoma, sem ser contratado direto e sem contratar. Inclui, por exemplo, a maioria dos microempresários individuais (MEI).
- Não remunerado. Inclui voluntários, estagiários, auxiliares em templos e similares, que exerçam uma atividade sem remuneração, por no máximo 15 horas semanais.
População desocupada:
- Pessoas que estão temporariamente sem trabalho, mas encontram-se em busca de ocupação.
População economicamente inativa
Há ainda, paralelamente, o conceito de PEI (População Economicamente Inativa). Esse grupo inclui todos aqueles que estão fora da faixa etária correspondente, mas também os que não possuem interesse ou que não estejam ativamente em busca de ocupação.
Assim, a PEI inclui crianças, jovens estudantes que não trabalham, aposentados e pessoas que cuidam dos afazeres domésticos sem remuneração. As “donas-de-casa” estão incluídas.
Além disso, a PEI também inclui os desalentados: os que deveriam estar dentro da PEA, porém desistiram ou não possuem interesse em procurar uma ocupação.
A distribuição da População Economicamente Ativa
Para fins estatísticos, a população economicamente ativa é geralmente dividida em classes específicas. A PEA costuma ser dividida dentro dos seguintes setores da economia:
- Setor primário: setores de extrativismo e exploração mineral, como a agricultura, a pesca, a pecuária, a mineração, a produção de sal e afins. São setores econômicos onde não há o processamento ou inclusão de valor agregado ao produto. Inclui ainda setores como a produção de energia ou fornecimento de água.
- Setor secundário: a chamada indústria de transformação. Toda a indústria do país está aqui: metalurgia, química, automotiva, eletroeletrônicos, têxteis, alimentos e afins.
- Setor terciário: onde está o grosso da população empregada na atualidade, o setor terciário inclui todo o segmento de prestação de serviços e também o comércio, além de setores como o de tecnologia e o de saúde, bem como educação.
A distribuição da PEA no Brasil
Como já vimos, até a década de 1960 a maior parte da população brasileira era rural. O Brasil era um país em urbanização, mas com grande parte da mão-de-obra empregada ainda no setor agropecuário.
Com o processo de industrialização do país e a modernização agrícola, houve o êxodo rural. Os centros urbanos existentes cresceram rapidamente – sobretudo aqueles que abrigaram os grandes parques industriais – e novos centros menores surgiram por todo o país. O crescimento levou a maior parte da população a empregar-se em outros setores econômicos.
Atualmente, o setor que mais emprega brasileiros é o terciário. Além de todo o comércio e a prestação de serviços, estão incluídos também nesse segmento os trabalhadores do setor público. A tendência é observada mundialmente e resulta de um processo cada vez mais intenso de mecanização do setor primário e automatização e desenvolvimento de novas tecnologias no setor secundário.
A produção, seja ela agrícola, mineral ou industrial, tende a aumentar, porém a necessidade de mão-de-obra é cada vez menor, por conta de novos processos e equipamentos que desenvolvem as rotinas repetitivas necessárias a essa produção sem
Por: Carlos Artur Matos