Muitos fenômenos climáticos são difíceis de prever. Às vezes, mesmo quando são antevistos corretamente, há poucos meios de evitar seus efeitos catastróficos.
Mudanças climáticas
As alterações do clima vêm sendo debatidas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), órgão das Nações Unidas formado por representantes de 130 governos.
Segundo o IPCC, até o fim do século XXI a temperatura na Terra poderá subir entre 1,8 °C e 4 °C, o que aumentaria a ocorrência de tufões, a intensidade das secas e o degelo nas regiões polares. O IPCC propõe medidas para que os países se comprometam a diminuir até 2030 as emissões de gases causadores do efeito estufa. Em 2007, o IPCC, na figura do ex-vice- -presidente norte- -americano Al Gore, recebeu o Prêmio Nobel da Paz.
Enchentes
Uma enchente ocorre quando o nível da água do mar sobe de maneira intensa e rápida, um rio transborda, ou o solo não absorve toda a água que cai com as chuvas torrenciais.
As consequências das inundações são variadas: pessoas ficam ilhadas em suas casas, tubulações de água, gás e redes elétricas são afetadas, provocando o colapso dos serviços, a água potável é contaminada por resíduos químicos e esgoto (o que pode ocasionar epidemias de cólera ou tifo), as correntes de água podem destruir construções e colheitas, deixando toneladas de lama em seu caminho.
QUANDO O PERIGO AUMENTA?
Chuvas torrenciais são muito perigosas em terrenos inclinados, já que a água adquire grande velocidade e o solo não consegue absorvê-la.
Terrenos desmatados retêm menos água do que os arborizados. As raízes das árvores atuam como esponjas que absorvem o líquido e aumentam a porosidade do solo, acentuando o seu poder de absorção. Por isso, a falta de vegetação favorece a ocorrência de deslizamentos e o transporte de lama.
Quando os rios transbordam, as ruas servem como canais que permitem o rápido deslocamento das águas. Elas podem inundar ou até destruir construções localizadas nas proximidades. Não se deve construir em leitos secos de rios, porque, durante as chuvas, a água corre para os antigos leitos, arrastando tudo que estiver em seu caminho.
Os solos argilosos, ou impermeáveis, absorvem pouca água. Se o solo estiver encharcado e a chuva prosseguir, o excesso de água não é mais absorvido e se espalha pela superfície, carregando tudo que encontrar.
Secas
A seca ocorre quando a quantidade de chuva que cai em uma região é inferior à média durante vários meses. Trata-se, portanto, de um conceito relativo. No sul da Inglaterra, 400 mm de chuva em um ano indicam uma forte seca. No entanto, essa mesma precipitação corresponde ao dobro das chuvas que caem no deserto do Saara em igual período.
Qualquer lugar está sujeito a secas, mas as regiões com períodos bem definidos de chuvas são as que mais sofrem com elas. As secas pioram com o aumento do consumo de água e, para minimizar seus efeitos, constroem-se reservatórios.
As secas prolongadas podem provocar a desertificação de uma região, ou seja, a destruição da cobertura vegetal e a degradação do solo.
CONSEQUÊNCIAS DA SECA
A seca provoca a diminuição ou a perda das colheitas. A quantidade de alimentos cai e a fome se instala. Se a seca for prolongada, o abastecimento de água também é comprometido, e as pessoas podem morrer de sede.
A falta de chuva reduz o nivel de água dos reservatórios. As usinas hidrelétricas são obrigadas a diminuir a sua produção de energia e cortes no fornecimento de água das cidades tornam-se comuns.
A falta de chuvas expõe o solo à insolação. O solo quebra-se em pedaços com formas poligonais (chamadas gretas).
A seca provoca o ressecamento da vegetação das florestas e pradarias, o que facilita a ocorrência e a propagação de incêndios.
A chuva limpa a atmosfera ao precipitar partículas e fuligem no solo. Secas prolongadas aumentam a contaminação do ar nas grandes cidades.
Polígono das secas
A seca é um problema grave no sertão do Nordeste brasileiro, área que se caracteriza pelo clima semiárido, com baixos índices pluviométricos e baixa umidade. O relevo desse Polígono das Secas muitas vezes impede a entrada de massas de ar quentes e úmidas, formadoras de nuvens de chuva. Em alguns casos, as secas prolongadas são causadas pelo aquecimento anormal das águas do oceano Pacífico, fenômeno conhecido como El Nino.
Água para o Nordeste
Para minimizar os prejuízos causados pela seca no Nordeste brasileiro, o governo federal desenvolveu o projeto de transposição das águas do rio São Francisco. O plano prevê a construção de 700 km de canais que levariam a água do rio para quatro estados: Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte.
A transposição é criticada por setores da sociedade que temem o impacto ambiental e social das obras. Em 2007, o frei dom Luiz Cappio fez uma greve de fome em protesto contra o projeto do governo federal.
Furacões
Um furacão é uma grande tempestade com chuvas intensas, ventos fortes e constantes.
As rajadas de vento oscilam entre 120 e 250 km/h, e podem ultrapassar 300 km/h. É possível chover de 300 a 600 mm em algumas horas,
Os furacões formam-se sobre os oceanos, quando as águas estão bem quentes, com temperaturas superiores a 27 °C. Em tais condições, a evaporação da água do mar é intensa e origina essas tempestades. Um furacão perde sua forma conforme penetra no continente, mas o seu deslocamento provoca efeitos devastadores, como inundações, destruição de construções e naufrágios.
Por: Paulo Magno da Costa Torres