A savana forma a maior parte da paisagem natural nas zonas tropicais. É composta de pequenas árvores e diversas formações herbáceas.
Na transição entre a floresta e o deserto
A alternância de duas estações origina uma paisagem natural tipicamente tropical, conhecida como savana: uma extensa e uniforme paisagem de herbáceas que podem alcançar grande altura. A savana muda de cor conforme a estação.
Fica esverdeada na estação úmida e amarelada na estação seca. Essa superfície herbácea é pontilhada por alguns arbustos e pela dispersão de árvores de folhas caducas, como a acácia e o baobá. A savana arbórea é composta por árvores dispersas e que guardam grande distância entre si, e eventualmente forma uma faixa vizinha à floresta, podendo evoluir para formações espinhosas e herbáceas de grande porte.
Na savana africana existe uma grande quantidade de herbívoros, como a girafa, o gnu, o rinoceronte, e também de carnívoros, como o leão, a hiena e o chacal.
Nas margens dos rios encontra-se a mata ciliar (ou mata- -galeria), formada por árvores típicas da floresta. Nas proximidades dos desertos, a estação seca prolonga-se por mais de nove meses e a savana é substituída pela estepe, vegetação composta por gramíneas e arbustos espinhosos.
Povoamento da savana
A savana mostra o contraste entre os povoados e as cidades que sofreram um crescimento incontrolável. É o caso dos podokos em Camarões, dos serere no Senegal e dos masai no Quênia, em contraste com os habitantes dos imensos agrupamentos situados no litoral e ao longo dos grandes rios.
A população rural da savana pode ser nômade ou sedentária. As tribos nômades ou seminômades, como a dos masai, constituem povoados de pastores que se deslocam com seus rebanhos bovinos segundo as estações chuvosas. Já a população sedentária é essencialmente camponesa. A agricultura é diversificada, do tipo tradicional e extensiva. Para preservar o solo, a terra é dividida em várias partes e em cada uma delas se cultiva um determinado produto a cada ano.
Paisagem da savana: 1. ilha tropical; 2. área de turismo; 3. cidade costeira; 4. vegetação densa junto à costa; 5. ligação ferroviária entre a capital e o interior; 6. savana arbórea; 7. comunidade tribal dedicada à agricultura tradicional (sorgo, milho, amendoim e outros cultivos); 8. herbívoros da savana; 9, rebanho nômade; 10. savana herbácea: 11. mata ciliar; 12. comunidade pastoril; 13. safari fotográfico.
A ameaça das secas e da desertificação
O aumento da população toma necessária a expansão das áreas cultivadas, o que vem provocando a desertificação da savana.
A desertificação é a transformação de uma área seca em deserto. A África Subsaariana é a região mais afetada: no Sahel, zona de transição entre o Saara e a savana, a devastação desse bioma provoca o avanço do deserto em quase um metro por ano para dar espaço às atividades agrícolas e pastoris. As secas podem ser catastróficas.
Desertificação da Savana
O corte das árvores e dos arbustos e a queima dos campos eliminam totalmente a camada protetora do solo que sustenta esta vegetação.
O resultado é que as chuvas arrastam os nutrientes e o próprio solo e a insolação destrói as substâncias nutritivas. Muitos agricultores são pobres e não dispõem de recursos para repor essa perda.
O solo se esgota e surge um deserto; seu solo compactado resulta da exposição contínua ao Sol, que o resseca, endurece e fragmenta, transformando-o numa crosta estéril, já que a terra mais solta e fértil foi arrastada pelas chuvas.
Esta carapaça é uma formação dura, seca e pouco fértil, muito difícil de ser rompida; tão dura quanto uma rocha, pode atingir 2 a 3 m de espessura.