Geografia

Transformação da Paisagem Natural

Os seres humanos vêm modificando a paisagem natural ao longo dos séculos. Os poucos espaços ainda não transformados estão em áreas de clima considerado inóspito, como desertos, regiões polares e florestas.

Paisagens naturais

As paisagens naturais resultam basicamente da interação entre clima, relevo, vegetação e solo; são paisagens que não foram afetadas pelas atividades humanas.

Atualmente, o poder de interferência do homem sobre o meio é tão grande que restam poucos espaços não modificados. Como as regiões que apresentam as maiores dificuldades para a presença humana são as menos alteradas, elas têm poucos habitantes e podem ser consideradas paisagens naturais.

As regiões polares, as florestas e os desertos são as áreas mais inóspitas, e, portanto, as menos habitadas das paisagens naturais do mundo. Suas características naturais dificultam ou impedem a ocupação humana. Nesses locais existem grandes extensões de terras não modificadas.

Por outro lado, as regiões de clima temperado abrigam mais de 70% da população mundial. Nessas regiões, as paisagens naturais não alteradas são raras. Não passam de territórios pequenos, geralmente protegidos.

Como a maior parte da população se concentra em regiões abaixo de 500 m de altitude, as montanhas também são pouco habitadas e em muitos trechos abrigam paisagens naturais. Nas áreas montanhosas o clima é inóspito, os solos mostram-se pouco adequados para a agricultura e existem dificuldades de comunicação. O relevo extremamente acidentado acentua processos de erosão que culminam com o deslizamento de encostas, prejudicando a construção de moradias e atividades econômicas.

Cerca de um terço da população mundial vive às margens dos rios e ao longo dos litorais, áreas nas quais existem poucas paisagens naturais.

Praia de barayo
Praia de barayo, Astúria (Espanha): paisagem natural.

Paisagens transformadas

Os seres humanos modificam as paisagens naturais ao longo de sua existência. As mais favoráveis à vida e, por esse motivo, mais habitadas, acabam sendo as mais transformadas: matas são substituídas por lavouras e pastagens, originando paisagens agrárias; surgem cidades, que constituem as paisagens urbanas; instalam-se fábricas, que formam as paisagens industriais; constroem-se estradas, pontes, aeroportos, túneis; minérios são explorados em minas.

Muitas das transformações das paisagens ocorrem de maneira indireta, sem intenção deliberada, como a destruição das matas pela chuva ácida, ou das zonas costeiras pelo derramamento de petróleo.

Quanto maior o desenvolvimento tecnológico, maior é o grau de interferência dos seres humanos sobre a paisagem. As sociedades tradicionais não provocam modificações expressivas e permanentes nas paisagens, já que vivem da coleta, caça e pesca e se deslocam quando os recursos se esgotam. Mas sociedades mais complexas como a nossa podem modificar intensamente o meio. A ação humana sobre a natureza é responsável pela contaminação da atmosfera e das águas e pela alteração do relevo.

Transformação das áreas costeiras

A construção altera a paisagem costeira. O crescimento das cidades e da infraestrutura, devido ao turismo ou à própria expansão populacional, aumenta a quantidade de resíduos urbanos, que muitas vezes são lançados ao mar sem tratamento, contaminando-o.

Para aumentar o turismo, muitas praias são “recuperadas”, ou seja, ganham areia nova. A areia é tratada, às vezes, com branqueadores para melhorar seu aspecto e, com isso, surgem verdadeiras praias artificiais. Também são construídos diques e quebra-ondas nos portos, que evitam a chegada de ondas fortes nas áreas que precisam de proteção. Essas barreiras afetam de tal maneira a deposição de areia, que as praias naturais podem desaparecer. Além disso, as âncoras dos barcos esportivos e a prática descontrolada do mergulho afetam os fundos marinhos, destruindo recifes e a vegetação submarina.

Zona Costeira - Miami
Zona costeira intensamente transformada em Miami, Estados Unidos.

Mangues e alagadiços costeiros são drenados para a expansão de lavouras, moradias e instalação de infraestrutura. Essas áreas úmidas servem de refúgio para uma vasta biodiversidade, que corre o risco de se perder, talvez, definitivamente.

O resultado é que espécies nativas se extinguem ou vão para outros lugares.

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