Nassau consolidou e expandiu as conquistas holandesas. No Nordeste, ocupou todo o litoral, até o Maranhão, e na África tomou São Jorge da Mina e as feitorias de Angola, assegurando o abastecimento dos engenhos do Nordeste holandês de escravos africanos. Falhou, entretanto, nas tentativas de conquistar a Bahia, em 1638.
A administração nassoviana foi favorecida por uma estranha situação de paz. Em 1640, os holandeses apoiaram os portugueses no movimento da Restauração, encerrando o domínio espanhol. Por essa razão, Portugal e Holanda assinaram a Trégua dos 10 Anos (1641-51), em que a segunda continuava a ocupar sete capitanias brasileiras.
Aproveitando-se dessa condição, Nassau aproximou-se da população local, principalmente dos senhores-de-engenho, de quem procurou ganhar a simpatia, financiando a reconstrução de engenhos a juros baixos, encampando suas dívidas, recuperando engenhos abandonados, garantindo os preços do açúcar e o fornecimento de escravos.
O comandante Maurício de Nassau, legítimo representante da companhia das Índias Ocidentas, foi o grande responsável pela consolidação das conquistas holandesas no Brasil.
Consequentemente, houve um aumento significativo da produção açucareira. Além disso, Nassau garantiu uma justiça mais igualitária, a liberdade de culto (os holandeses eram protestantes), e chegou a publicar normas protegendo a alimentação dos escravos (obrigatoriedade de cultivo de 200 covas de mandioca para os escravos). Politicamente, permitiu a participação dos senhores de terras no Conselho dos Escabinos, espécie de Câmara Municipal, dirigido por um membro da W.I.C. (Companhia das Índias Orientais), o esculteto. O Recife. foi modernizado e embelezado e uma série de realizações marcaram sua atuação no terreno cultural, como a criação do Observatório Astronômico e de uma biblioteca.
A política de Nassau, entretanto, entrou em choque como os interesses da W.I.C., que considerava a sua administração muito dispendiosa e personalista. Pressionado, o governador acabou por se demitir em 1643, retirando-se para a Holanda.
Bibliografia:
O domínio holandês na Bahia e no Nordeste – José Antônio Gonçalves de Mello – Difel, São Paulo.