No dia 15 de novembro de 1889 a República do Brasil foi proclamada, dando fim a 70 anos de monarquia em que o país estava inserido. Como toda transição política, seu início foi marcado por uma série de crises políticas e econômicas que serão expostas.
Antecedentes:
Dom Pedro II, o então Imperador do Brasil, se mostrou simpatizante a abolir a escravatura no Brasil, o que atrapalharia e muito as elites conservadoras do país. Dessa maneira há uma aproximação das elites com a ideologia republicana, colocando no poder alguém que seja favorável aos seus interesses.
Marechal Deodoro tinha até uma boa relação com o Imperador Dom Pedro II, tendo recebido dele, até mesmo, indicações para cargos políticos. Porém, as circunstâncias o fizeram entrar em desacordo com o Império devido aos seus interesses militares.
Marechal então buscou o apoio dos Republicanos e estes ganharam um líder de prestígio entre os militares para apoiar o novo regime.
A Proclamação:
Com a Proclamação da Republica, deu-se inicio um governo provisório, liderado pelo Marechal, que foi o primeiro Presidente da Republica.
O poder e a estrutura do governo foram reorganizados, adequando-as ao novo regime. Contudo os conflitos com o Exercito ainda continuavam e toda manifestação que acontecia era tida como conspiratória e com o objetivo de restabelecer a monarquia.
Alguns problemas:
Marechal ganhou a antipatia da imprensa brasileira, acusando-a de fazer propagandas antirrepublicanas, chegando ao extremo ao instituir a censura.
Querendo resolver os problemas econômicos o primeiro ministro da Fazenda, Rui Barbosa, lançou o encilhamento, uma política de incentivar a emissão de papel-moeda com o objetivo de pagar a mão-de-obra assalariada e de viabilizar a industrialização.
O objetivo não foi alcançado e o país caiu em uma grave crise econômica que envolveu problemas de inflação, fechamento de empresas, falência de investidores, dentre outros.
O Governo:
O Presidente formou a primeira Constituição Republicana e o Congresso Nacional Constituinte, exatamente um ano após a proclamação. A nova constituição foi aprovada em 1891 e Deodoro é eleito Presidente do Brasil pelo colégio eleitoral, formado por senadores e deputados.
Nove meses depois o país enfrentou uma grave crise política e econômica que obrigou Deodoro a se posicionar a favor de uns, sabendo que a maioria iria se colocar em oposição a ele. Destituiu as forças que lhe faziam oposição e como não tinha o apoio do Congresso Nacional, decidiu fecha-la.
Em 3 de novembro de 1891 Deodoro deu um Golpe de Estado. Com a dissolução do Congresso lançou o “manifesto da nação” para explicar a finalidade dos seus atos. As tropas cercaram os prédios do Legislativo e a oposição foi presa. A imprensa também não ficou de fora. Foi posta a total censura, decretando, também estado de sítio no país.
No dia 23 de novembro de 1891 ocorreu a primeira revolta armada. O almirante Custódio Melo ameaçou bombardear a cidade do Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse.
O Marechal não suportou a pressão e temendo uma guerra civil renunciou o cargo deixando na presidência seu vice Floriano Peixoto.
Por: Pedro Augusto Rezende Rodrigues
Veja também:
- História da República
- Resumo da História do Brasil
- República Velha
- Capoeira – História e Cultura de um Povo
- República da Espada
