O Grito do Ipiranga foi o brado de Proclamação da Independência do Brasil, dado pelo príncipe regente Dom Pedro (depois Pedro I), no dia 7 de setembro de 1822, às margens do riacho Ipiranga.
Como ocorreu
Em 14 de agosto de 1822, esperando repetir o êxito de uma viagem anterior a Minas Gerais (abril), quando sua presença pacificou os exaltados ânimos mineiros, D. Pedro partiu para a província de São Paulo. Essa província estava agitada por distúrbios internos, que em muito afetavam o prestígio do paulista José Bonifácio, o homem forte do governo.
No dia 7 de setembro, o príncipe voltava de Santos (SP) quando foi alcançado pelo sargento-mor de milícias Antônio Cordeiro, que lhe trazia cartas do Rio de Janeiro contendo notícias de Lisboa. Soube Dom Pedro, pelas cartas, que as Cortes portuguesas não aprovariam a sua intenção de reformular a Constituição, tornando o reino do Brasil autônomo, com governo e Parlamento próprios. Mais ainda: haviam declarado nulos seus decretos e mandavam processar membros do ministério.
Depois de ter lido os despachos e as cartas de José Bonifácio e de Dona Leopoldina, o príncipe gritou: “Camaradas! As Cortes de Lisboa querem mesmo escravizar o Brasil; cumpre, portanto, declarar já a sua independência. Estamos definitivamente separados de Portugal!”. E, levantando a espada, disse: “Independência ou morte!”. O príncipe seguiu depois para a cidade de São Paulo, onde se iniciaram as manifestações populares de apoio ao gesto.
O Grito do Ipiranga formalizou a separação política de Portugal. As tropas portuguesas no Brasil não aceitaram a independência, mas foram derrotadas. Dom Pedro foi aclamado Imperador do Brasil, com o título de Dom Pedro I.
Um grito de independência?
Grito do Ipiranga foi o ato que, simbolicamente, oficializou o rompimento com Portugal; rompimento que, na verdade, se iniciara em 1808, com a transformação do Brasil em sede do Estado português. Portanto, a independência atendeu aos interesses conservadores das elites agrárias, não se alterando, em nada, a velha ordem econômica e social, gerada ao longo da colonização: o latifúndio continuou predominante, a escravidão foi mantida e os laços da dependência econômica com a Inglaterra.