A pecuária sempre ocupou um papel secundário no conjunto da economia colonial, orientada exclusivamente para o mercado externo. Por essa razão, sempre aparece como atividade subsidiária ou satélite da grande lavoura mercantil e de outras atividades econômicas principais que se desenvolveram durante a colonização.
O gado foi introduzido, e passou a ser criado nos engenhos do Brasil em meados do século XVI, para apoiar a economia açucareira como força motriz, animais de tração e de transporte (animal de tiro); num segundo plano, também era destinado à alimentação, através da produção das carnes em conserva: carne-seca e carne-de-sol, entre outras.
A primeira expansão do gado
Com o avanço das plantações de cana e o crescimento dos rebanhos, as duas atividades se separaram. O gado se expandiu pelo interior nordestino, em especial ao longo do rio São Francisco, denominado Rio dos Currais, onde surgiram grandes fazendas de criação, graças à existência de bons pastos, água e reservas de sal-gema. Nessa medida, as fazendas de criação de gado foram responsáveis pela ocupação das terras interioranas, constituindo-se num dos principais agentes da expansão territorial. Contudo, embora separados, o grande mercado consumidor da pecuária eram os engenhos de açúcar do litoral.
Nesse processo, a pecuária extensiva e de baixo índice técnico gerou um outro tipo de sociedade no interior do Nordeste, onde predominava o trabalho livre de mestiços, os vaqueiros ou seus auxiliares, os fábricas. A remuneração, de uma maneira geral, baseava-se na participação do crescimento do rebanho; uma cria a cada quatro nascidas, com o acerto realizado a cada cinco anos.