Em pesquisas realizadas principalmente no século XX, todos os fósseis humanos encontrados na América eram muito mais jovens que os encontrados nos outros continentes. Isso faz com que os cientistas acreditem que o homem americano não é oriundo da própria América (autóctone), mas que ele migrou de outras partes do planeta a partir de uma determinada época.
Existem algumas teorias que buscam explicar a chegada do homem à América. Uma delas, conhecida como Teoria Asiática, defende a tese de que os ameríndios vieram da Ásia, passando pela Sibéria e entrando na América pelo Estreito de Bering, entre 50 e 12 mil anos atrás. Essa teoria ganha sustentação quando se comparam semelhanças notáveis nos aspectos físicos e culturais dos primeiros moradores da América com os asiáticos.
Uma outra teoria bastante aventada por vários estudiosos diz que os primeiros moradores da América vieram dos arquipélagos da Polinésia e da Melanésia, entre 10 e 4 mil anos atrás. Diversas tribos da América usam armas como a zarabatana, usam tambores de pele, usam veneno para pescar e constroem casas sobre estacas e árvores, tais como muitos grupos nativos tanto da Polinésia como da Melanésia.
Segundo a Teoria Malaio-Polinésia, os polinésios e melanésios teriam vindo de ilha em ilha em canoas de pranchas, ao longo de várias gerações, até chegarem ao litoral americano e, daí, espalharam-se por todo o continente, adquirindo ou desenvolvendo aspectos culturais de acordo com as necessidades e peculiaridades da região habitada.
A mesma descrição da Teoria Malaio-Polinésia também é aceita para uma outra possível corrente migratória, que teria vindo pelas ilhas do oceano Pacífico, da Austrália para a América: trata-se da Teoria Australiana.
A bem da verdade, essas teorias, isoladas, talvez não deem conta de explicar a origem da presença humana na América, mas, quando as somamos, percebemos que o ameríndio pode ter chegado nesse continente por pelo menos três correntes migratórias diferentes. Esse é um assunto ainda em aberto, pois as pesquisas continuam sendo feitas. Mas uma coisa é certa: quando os europeus chegaram à América, ela já estava totalmente ocupada, no mínimo, há quatro mil anos.
Alguns povos que se concentravam principalmente nos atuais países do México e Peru, alcançaram o civilização com o surgimento de Estados, populações de dezenas de milhares, hierarquia de classes sociais, organização pública de serviços, clero profissional e especialistas de todos os trabalhos, desde manufatura até comércio, administração e governo. Veja sobre eles em: Maias, Incas e Astecas.
Quanto as tribos que se encontravam em áreas desérticas, frias e regiões que não estimulavam o extrativismo e, posteriormente, a agricultura, praticavam a caça e tímida coleta dos escassos recursos naturais como maneira de sobrevivência.
No ambiente de agricultura limitada da Floresta Amazônica, nasceu uma frágil civilização em povoamentos densamente habitados nas margens de rios, alimentando-se de peixes, tartarugas e do cultivo da mandioca brava. Essas tribos habitavam, em sua maioria, o território atualmente nacional.
Existem estimativas de que a população indígena no Brasil até a chegada dos portugueses era de mais de um milhão de nativos, distribuídos em diversos grupos. Veja sobre eles em: populações indígenas do Brasil.
Por: José Ferreira
Veja também:
- Pré-história da América
- O contato entre brancos e índios na América
- Colonização da América Espanhola
- Origem do Homem
- Primeiros Povos da América