A Crise dos Mísseis em Cuba foi um dos pontos mais delicados da Guerra Fria e pôs em risco a paz mundial estabelecida no final da Segunda Guerra Mundial, com Cuba como pivô do possível enfrentamento entre EUA e URSS.
Cuba, desde a tentativa frustrada dos EUA de derrubar o governo revolucionário, aproximava-se da União Soviética que lhe fornecia apoio militar, técnico, econômico e diplomático. Ainda naquele ano, Fidel Castro, em discurso, afirmou a adesão da ilha ao socialismo.
A pressão estadunidense era de tal ordem que, em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), acusada de “exportar a subversão” para o resto do continente. Apenas o governo do México não obedeceu a essa decisão.
O incidente mais grave ainda estaria por vir, a crise dos mísseis em 1962. O governo soviético acreditava que o governo revolucionário em Cuba dificilmente se manteria com uma nova investida militar dos EUA.
Assim, a União Soviética decidiu instalar bases na ilha para lançamento de mísseis contra os Estados Unidos da América. A ideia foi colocada em execução. Logo foi descoberta pelo governo estadunidense, que imediatamente efetuou um bloqueio naval contra a ilha, exigindo que a URSS retirasse os equipamentos que já haviam sido levados para Cuba.
O líder soviético, Kubitschek, havia declarado antes ao presidente dos EUA, John Kennedy, que não lhe interessava difundir seu poderio bélico no mundo, contudo denúncias de cubanos e fotografias tiradas de aviões estadunidenses revelaram que os russos já trabalhavam em Cuba, em uma instalação de bases para lançamento de mísseis.
O auge da tensão deu-se quando navios petroleiros soviéticos chegaram à zona bloqueada pela marinha de guerra norte-americana. Muitos diziam que haveria uma Terceira Guerra Mundial e que o mundo inteiro corria risco de destruição se houvesse uso da tecnologia nuclear nessa guerra. Foi nessa situação em que o mundo se encontrava “por um fio” que os governos das superpotências firmaram um acordo. Em consistia tal acordo?
Nikita Kruschev, dirigente soviético, renunciaria à pretensão de ter bases para o lançamento de mísseis, retirando o que já havia sido montado no território cubano e, em troca, Kennedy assumiria o compromisso público de não mais invadir Cuba e retirar mísseis norte-americanos atômicos instalados na Turquia.
Sobre o processo revolucionário cubano, destaca-se o fato de que a revolução não foi feita com propósitos socializantes nem foi conduzida por um partido comunista, mas a afirmação do caráter socialista da revolução foi, sem dúvida, um elemento importante para a compreensão dos desdobramentos políticos sobre a América Latina, em especial com o sistemático apoio dos Estados Unidos ao estabelecimento de regimes ditatoriais que pudessem combater a “ameaça do comunismo” nos países latino-americanos.
Por: Renan Bardine