História

Franquismo

Na Espanha o general Francisco Franco (1892-1975), apoiado pela burguesia conservadora, reuniu forças para lutar contra a república espanhola, instalada desde 1931. Teve início em 1936 uma sangrenta guerra civil.

Franquismo

O ano de 1931, foi o ano da proclamação da república espanhola. Porém esta, não fora concebida em berço esplêndido, enfrentou em cinco anos de existência uma série de perturbações de cunho político provocadas pela disputa do poder.

O rei Alfonso XIII abdicou, pressionado pelas camadas urbanas que exigiam a república, estabelecendo-se, então, um governo comandado pela burguesia liberal. O crescimento das reivindicações populares, o anticlericalismo, o autonomismo das regiões economicamente mais adiantadas (Catalunha e País Basco), a reação dos antigos setores dominantes na sociedade espanhola levaram o país a um impasse. Surgiu nessa época um pequeno partido de características fascistas, denominado Falange.

Até 1934, o poder esteve nas mãos da esquerda, que foi sucedida por um governo controlado pela direita. Entretanto, as eleições de fevereiro de 1936 reconduziram ao poder a Frente Popular Antifascista uma coligação formada por, anarquistas, comunistas, socialistas radicais, socialistas moderados, empresários liberais e as minorais nacionais formaram a frente popular antifascista. Vitoriosos nas eleições, os partidos da frente popular procuraram efetivar várias reformas sociais prometidas em campanha.

Franquismo

Em 18 de julho de 1936, o general Francisco Franco, com o apoio dos generais Deliano, Mola, e Sanjurjo, apoiados pela burguesia conservadora, deu início a um levante contrário ao governo republicano. Recebeu a adesão da Falange, de latifundiários, da maior parte da classe média e de amplos setores da Igreja, excetuando-se o clero catalão e o basco. Os rebeldes conquistaram rapidamente os setores rurais. Porém, nos grandes centros urbanos, como Madri, Barcelona e Bilbao, o governo republicano manteve o controle da situação.

Porém, milícias improvisadas pelos trabalhadores e demais setores populares conseguiram resistir, permitindo que as tropas republicanas se organizassem. Essa intervenção acabou se transformando em uma guerra civil que se estendeu por três anos. E fora caracterizada por ações de estrema ferocidade de ambos os lados. O conflito desenvolveu-se num momento particularmente delicado da história da Europa, e tornou-se inevitável que, em graus diversos, outros países nele se envolvessem.

A Espanha se dividiu em dois pontos políticos e militares. De um lado republicanos, anarquistas, socialistas e comunistas, apoiados por milícias de trabalhadores e por setores do exército leais à Republica e ao governo eleito; do outro os militares monarquistas e facistas e os militares golpistas, que controlavam a maioria do exercito.

Os republicanos contaram com o apoio material dos soviéticos e com o auxílio Brigadas Internacionais, formadas por operários, estudantes e intelectuais dos mais diversos países, A União Soviética apoiou os republicanos, mas sua ajuda foi inexpressiva diante dos armamentos e dos suprimentos que a Alemanha e a Itália forneceram aos facistas e dos créditos recebidos dos grupos capitalistas estrangeiros. A Grã-bretanha e a França, orientadas pela política de não intervenção permaneceram neutras. Já a Alemanha, Itália e Portugal auxiliaram as forças fascistas com homens, ajuda material e bélica.

A intervenção da Itália e da Alemanha foi decisiva, alterando a correlação de forças da luta e transformando a Espanha em um campo de testes de novos armamentos.

A guerra civil terminou em 1939, Quando os rebeldes conquistaram Madri, restabeleceram a monarquia e impuseram um governo de tendências fascistas, liderado por Franco. Em três anos, a guerra tinha deixado o saldo de um milhão de mortos. Com a vitória dos franquistas, a França Ficou cercada por três países fascistas (Itália, Alemanha e Espanha).

Este conflito foi de fundamental importância para o desenrolar da Segunda Guerra Mundial, uma vez que o país serviu como campo de testes os militares alemães e italianos experimentassem novas armas e desenvolverem suas táticas de guerra moderna, em especial os combates aéreos e blindados.

O general Franco ficou no poder ate sua morte, 1975. Depois, disso, a monarquia foi restaurada na Espanha.

Conclusão

Observou-se na Espanha uma ascensão da massa, em pleno exercício da república, massa esta formada pela mais pura expressão do que seja o povo, em uma união que chegou ao ponto de encantar a própria sociologia e até hoje este fenômeno é estudado por esta ciência, estudado em razão da composição deste povo, pois ali estavam reunidos: trabalhadores, socialistas moderados, anarquistas, comunistas, socialistas radicais, empresários liberais e minorais nacionais. Além do que quando fora preciso receberá também um apoio internacional riquíssimo.

Porém esta riqueza não era metal, muito menos bélica, eram vidas que recebiam, vidas de estudantes estrangeiros e intelectuais de diversas nacionalidades que abriam mão de seus estudos e suas teorias para defender na prática, o que era realmente um governo “do povo, pelo povo e para o povo”.

Porém para pura tristeza, e porque não dizer um dado sentimento de revolta, o lado que refletia a minoria conservadora apoiada por militares comprometidos não com a soberania espanhola mas sim com a aristocracia, fora a vitoriosa em razão pura das armas, favorecidas pela conjuntura mundial e pela qualidade do caráter de seus integrantes, que fizeram acordos, descabidos que só propiciaram sofrimento ao povo, em função de ter em sua posse a mais avançada tecnologia de guerra daquele momento.

Neste momento se faz preciso buscar o pensamento do filósofo Montesquieu quando o mesmo afirmou: “que o que existe de mais difícil na vida é fazer acontecer uma dita mudança em uma situação vigente. Pois quem esta nesta situação, esta sendo beneficiado em razão de seus dogmas já estarem enraizados, e quem quer mudar é visto logo de forma que terá benefícios em razão desta mudança. Até que se forme um consenso, e que este seja aceito por todos da necessidade, este terá uma luta para uma vida inteira”.

Percebemos melancolicamente que na Espanha venceu a minoria aristocrata e pela força. Porem devemos mais uma vez exemplificar de forma sublime que a pólvora jamais vencerá a rosa. Encerramos citando um mister de tragédia e beleza chamado Guernica. No ano de 1937, a Legião Condor formada por nazistas, mais especificamente alemães, em ação de apoio ao general Franco bombardeou e destruiu completamente a pequena cidade Basca de Guernica, com uma dose de violência descabida. O que incentivou ao inigualável Picasso a pintar sua obra conhecidíssima “Guernica”.

É de conhecimento de todos, o porque do nome Guernica na bela obra e o motivo que levou Picasso a pintá-la. Porem durante a ocupação alemã em Paris, Picasso fora interrogado: “Foi você que fez Guernica?”, e com a maestria que lhe era peculiar Ele respondeu: “Não, foram vocês.” Fica claro que a representação do fato existe, de forma ilustre, mas sempre lembrar e relembrar o fato gerador de tal representação.

Autoria: Marcia Cristina Tordin

Veja também: