A origem dessa guerra está ligada à presença de diferentes grupos nacionais no Líbano, tais como cristãos, muçulmanos, drusos e outros. Os cristãos são a maioria e estão no poder, enquanto os muçulmanos sempre reivindicaram maior participação no poder.
A partir de 1970, com a criação de acampamentos palestinos no Sul do país, aumentaram os desentendimentos entre cristãos, que sempre se manifestaram contra a presença de palestinos em território libanês, apoiando a causa de Israel no Oriente Médio, e muçulmanos, que apoiam a presença de palestinos no país, sendo, automaticamente, contrários à causa israelense. Devido a esse antagonismo entre cristãos e muçulmanos, eclode a Guerra Civil do. Líbano em 1975/76. Os inevitáveis combates entre cristãos e muçulmanos são violentos e arrasam a capital (Beirute), enfraquecendo a economia do país.
1982 — Israel invade o Líbano (então em plena guerra civil entre cristão e muçulmanos) e consegue expulsar a OLP do território libanês. Os israelenses chegam a ocupar Beirute, capital do Líbano. Ocorrem massacres de refugiados palestinos nos acampamentos de Sabra e Chatila pelas milícias cristãs libanesas, com a conivência dos israelenses. 1985 — As tropas israelenses recuam para o sul do Líbano, onde mantêm uma “zona de segurança” com pouco mais de 10km de largura. Para combater a ocupação israelense, forma-se o Hezbollah (“Partido de Deus”), organização xiita libanesa apoiada pelo governo islâmico fundamentalista do Irã.
Na década de 1980, a Síria intensificou sua influência na política libanesa.
Em 1989, no Líbano, os poderes do presidente cristão passaram a ser compartilhados com os do primeiro-ministro muçulmano sunita, e as cadeiras do Legislativo foram divididas em partes iguais entre cristãos e muçulmanos. Mas os problemas não foram de fato resolvidos: continuaram as atividades do grupo palestino fundamentalista Hezbollah no sul do Líbano. A guerra civil do Líbano só chegou ao fim em outubro de 1990.
O sul do Líbano foi devolvido por Israel em maio de 2000, sob pressão da opinião pública israelense, cansada das baixas no país. Em 2001, as tensões entre o grupo Hezbollah e Israel aumentaram no sul do Líbano.
A presença síria no Líbano, com 30 mil soldados no auge da intervenção durante a guerra, chegou ao fim em 2005, depois que milhares de libaneses passaram a exigir a saída dos militares sírios, episódio conhecido como Revolução dos Cedros. Em 2004, uma resolução do Conselho de Segurança já determinava a retirada das tropas sírias do país.
Após o conflito, a divisão de poder ficou assim estabelecida: o cargo de presidente da república deveria ser ocupado por um cristão maronita; o de primeiro-ministro por um muçulmano sunita e o de presidente do Parlamento por um muçulmano xiita.
A cada ano que passa, o equilíbrio das forças religiosas tem se tornado cada vez mais frágil.
O país apresenta a seguinte divisão religiosa: muçulmanos 54% (27% sunitas e 27% xiitas), cristãos 40,5% (21% católico-maronita, 8% grego-católico, 5% grego católico e 6,5% de outros cristãos) e o restante de drusos, aluítas (provenientes do xiismo) etc.
A instabilidade política veio à tona com a Primavera Árabe, em 25 de janeiro de 2011, quando manifestantes sunitas foram às ruas, episódio chamado de Dia de Fúria, para protestar contra a posse do novo primeiro-ministro Najib Mikati – apoiado pelo movimento xiita Hezbollah, em substituição a Saad Hariri, filho de Rafic Hariri.
O Hezbollah deixou de apoiar o governo de Saad Hariri a partir do momento que a ONU abriu investigação sobre o assassinato de seu pai. O grupo fundamentalista xiita, que influencia fortemente a vida política libanesa, é o principal suspeito pelo crime.