Considerada a primeira revolução americana, fique por dentro dos fatos que levaram ao processo de Independência dos Estados Unidos.
Entre 1607 e 1733, nas costas orientais da América do Norte, os ingleses fundaram treze colônias. Cada uma delas, politicamente, dispunha de liberdades limitadas, sendo governadas por ingleses nomeados pelo rei da Inglaterra. Sob o aspecto econômico, as colônias submetiam-se, teoricamente, ao regime de exclusividade comercial: só podiam comerciar com a metrópole.
No norte se destacava a pequena propriedade, predominando a agricultura, o comércio e a pesca, para consumo local. No sul predominavam as plantações de tabaco e algodão para exportação, cultivadas por escravos negros explorados pelos aristocratas.
O processo de independência dos EUA
As divergências existentes na Europa entre a França e a Inglaterra pela hegemonia mundial acabaram por chegar à América, devido aos conflitos pela exploração do comércio colonial. Em 1756, iniciou-se a Guerra dos Sete Anos, em que a Inglaterra, envolvida com outros palcos do conflito, deixou praticamente aos colonos a defesa de suas possessões na América.
A luta contra os franceses e seus aliados indígenas despertou nos colonos um forte sentimento de autoconfiança, bem como a consciência de sua força militar. Pela primeira vez, as Treze Colônias uniram-se em torno de um ideal comum que mais tarde culminaria na Independência dos Estados Unidos. Vários líderes militares surgiram neste conflito, destacando-se a figura do aristocrata George Washington.
A Inglaterra saiu-se vitoriosa do conflito contra a França, surgindo, porém, uma forte crise econômica devida aos gastos militares. Procurando recuperar seu erário bastante abalado, os ingleses adotaram uma nova política administrativa sobre suas colônias, caracterizada pelo arrocho. A liberdade comercial, que os colonos possuíam até então, restringiu-se às rígidas práticas do pacto colonial.
Com o término da Guerra dos Sete Anos, a Inglaterra proibiu a apropriação de terras situadas a oeste, entre as regiões dos montes Alleghanies e o Mississipi, e entre a Flórida e Quebec, justificando serem reservas indígenas, o que causou forte descontentamento entre os colonos, ávidos por novas terras.
No ano seguinte, em 1764, a Inglaterra promulgou a Lei do Açúcar, que estabelecia uma taxa sobre o melaço comercializado pelos colonos com outras nações. Novas restrições mercantilistas surgiram quando, em 1765, foi aprovada a Lei do Selo, pela qual a metrópole inglesa obrigava que vários produtos, como jornais, revistas, baralhos e livros, fossem sobretaxados com um selo.
Em 1767, o Parlamento britânico aprova a Lei do Chá, que dava monopólio de comercialização do produto à Cia. Inglesa das índias Orientais.
A reação dos colonos e a independência
Contra a Lei do Chá, que concedia a exclusividade de comércio deste produto à Cia. da índias Orientais (inglesa), os colonos protestaram através do Boston Tea Party. A Inglaterra reagiu com a promulgação das “Leis Intoleráveis“.
Os colonos reuniram-se em 1775, na cidade de Filadélfia, num congresso que reivindicava a revogação das “Leis Intoleráveis”, sem, no entanto, pretender a independência das colônias.
Nesse ínterim, ocorreram alguns choques entre os colonos e soldados ingleses, dando início à guerra entre as duas partes. Em 1776, o Segundo Congresso de Filadélfia rompeu com a Inglaterra, aprovando a Declaração de Independência dos Estados Unidos elaborada por Thomas Jefferson.
A Guerra de Independência durou até 1781, tendo sido os colonos comandados por George Washington. A França, a Espanha e a Holanda apoiaram os insurretos. A França foi quem deu maior auxílio, enviando o marquês de La Fayette e o general Rochambeau. A vitória decisiva aconteceu em Yorktown, na Virgínia.
No ano de 1783, em Versalhes, a Inglaterra reconheceu a independência das Treze Colônias da América do Norte. Em 1787, ficou pronta a Constituição, que definiu um regime republicano para os Estados Unidos.
A Declaração de Independência dos Estados Unidos é um texto valioso para a história, pois é um registro nítido da relação entre a independência e o ideário iluminista. O documento afirma que os homens foram criados iguais e dotados dos mesmos direitos inalienáveis, entre os quais o de liberdade e o de busca da felicidade.
Por: Paulo Magno da Costa Torres
Veja também:
- Colonização Inglesa
- Treze Colônias dos EUA
- Marcha para o Oeste
- Guerra de Secessão
- Independência da América Espanhola
- Independência do Brasil
- As Razões da Hegemonia dos EUA