As tribos mongóis, tradicionalmente nômades, dividiam-se em clãs. No século XIII, Gengis Khan unificou os clãs sob o seu comando e iniciou uma série de conquistas, que culminaram na criação de um dos maiores impérios da história, o Império Mongol.
História
Os mongóis viviam nas estepes da Ásia centro-oriental, em pequenas tribos nômades dedicadas ao pastoreio de gado lanífero (de lã) e de cavalos.
No fim do século XII, um líder tribal chamado Temudjin conseguiu vencer e unificar a maioria das tribos mongóis. Em 1206 ele foi proclamado imperador com o título de Gengis Khan (“imperador do mundo”). A cidade de Karakorum foi a primeira capital do Império Mongol.
Mais tarde, Gengis Khan ampliou seus domínios até formar um dos maiores impérios da história: ele se estendia desde o mar da China até o rio Dnieper, a oeste, e desde o oceano Ártico, ao norte, até o golfo Pérsico, ao sul.
Gêngis Khan começou por conquistar os povos das estepes asiáticas; atacou depois os reinos chineses do sul e o Império Jin, cuja capital, Pequim, caiu no ano de 1215. Em 1229, Gengis Khan foi sucedido por seu filho, Orgaday, que conquistou a Coreia. Em 1260, Kublai Khan, neto de Gengis Khan, completou a invasão da China, foi nomeado Grande Khan e subiu ao trono chinês, fundando a dinastia Yuang.
Com a morte de Gengis Khan, o império foi dividido entre seus herdeiros, formando-se quatro canatos (reinos) independentes. Cada um dos canatos ampliou seus domínios, fazendo com que o Império Mongol se estendesse por um vasto território.
Dos quatro reinos, o que durou mais tempo foi o da Horda de Ouro (1236-1502), que dominou a Rússia por quase 250 anos, contribuindo enormemente para a formação da identidade russa,
Ao final do século XV, os problemas internos e de sucessão haviam acabado com a dominação dos mongóis nos quatro canatos.
A vida nas estepes
Os mongóis eram um grupo de povos nômades, exímios cavaleiros. No começo do século XII, as tribos mongóis concentraram-se na zona oriental das estepes no interior do continente asiático, nos limites com a Grande Muralha chinesa, atual Mongólia.
Os povos mongóis eram compostos por numerosos clãs unidos por laços de família e viviam basicamente da caça e da criação de gado. Consideravam a terra propriedade coletiva; o gado, porém, era propriedade privada. Antes da ascensão de Gêngis Khan, havia uma intensa rivalidade entre os chefes dos vários clãs.
O trabalho
Entre os mongóis, o trabalho era dividido entre homens e mulheres, com a carga mais pesada para estas. Em geral, apenas as mulheres e os pastores participavam de forma contínua na economia das diversas tribos mongóis.
O pastoreio nômade era a economia principal dos mongóis. Criavam rebanhos de várias espécies, segundo a região: camelos, cavalos, bois, ovelhas ou cabras. Com frequência, precisavam se deslocar por longas distâncias.
Quem foi Gêngis Khan
Em 1196, um chefe tribal mongol chamado Temujin, notável por suas habilidades guerreiras, recebeu o nome de Gêngis Khan. No início do século XIII, conseguiu unificar, às vezes pela diplomacia e outras pela força, as diferentes tribos mongóis.
Os chineses chamaram Gengis Khan (1162-1227) de Cheng-sze, que significa “guerreiro corajoso”; para os turcos, Khan queria dizer “senhor”, razão pela qual ele ficou conhecido também como Grande Khan. Esse brilhante imperador soube conquistar um amplo império graças a seus dotes de estadista e à organização e disciplina.
Gêngis Khan se considerava um enviado divino cuja missão era estabelecer um Império Mongol universal. Em pouco tempo, formou um poderoso e eficiente exército que conquistou um extenso território. Como governante, ditou leis que foram de grande valia a muitos povos conquistados e foi tolerante com todas as religiões.
Dizia-se que qualquer viajante podia percorrer os territórios do Império Mongol de uma ponta à outra graças à boa organização, administração e vigilância. Mas “o guerreiro corajoso” era extremamente cruel com seus inimigos. Segundo estimativas, as tropas comandadas por Gengis Khan mataram mais de 1 milhão de pessoas só na Pérsia.
Morreu dos ferimentos recebidos numa batalha, em agosto de 1227.
Por: Carlos Artur Matos