Hoje os Maias são pouco mais de 3 ou 4 milhões de pessoas espalhadas pelo México, Honduras, Guatemala e El Salvador. São descendentes de uma civilização fascinante e ainda misteriosa que, ao longo de mil anos, floresceu e desapareceu na América Central e do Norte, muito antes da chegada de Colombo à nova terra.
Bem mais que índios (selvagens ou dóceis), bem mais que homens exóticos e pagãos aos olhos do europeu expansionista e cristão, os Maias foram um povo que deixou um legado inestimável de organização social, política e de conhecimentos científicos – especialmente de engenharia, matemática, astronomia e cálculo, só comparado aos antigos egípcios e suas pirâmides e templos perfeitos.
A civilização Maia tem raízes na miscigenação há 10 mil anos. Tinham deuses severos e implacáveis diante das fraquezas humanas a quem eles deveriam ofertar-lhes o sangue para que a cidade tivesse um bom desenvolvimento.
Morrer para os Maias significava tudo pois veriam a face de KUKULKAN que lhes daria a vida eterna.
Esses sacrifícios ocorriam até no esporte, uma espécie de basquete usando os cotovelos e os joelhos. Se um time ganhava o capitão do time adversário era decapitado.
Além do sacrifício existia um templo para cada deus, existiam feiras onde comercializavam-se alimentos e objetos, existiam fases percorridas pelos guerreiros, em si uma civilização muito bem organizada.
Organização política e social
Os Maias parecem ter tido um governo descentralizado, ou seja um território dividido em estados dependentes, ainda que nos últimos tempos, houveram caciques que governavam vários centros. Distantes cargos políticos e sacerdotais, assim como as hierarquias sociais existiam no final do Pós-clássico: o halach ainic (homem verdadeiro) era o chefe político supremo, com todas as facilidades e o cargo hereditário. O chefe supremo era assessorado por um conselho entregado pelos ahcuchcabado. Os chefes das aldeias eram os leotaboob, com funções cíveis, religiosas, militares e sacerdotais, estes, por sua vez tinham também seu conselho. O chefe militar era o “el nacom”, única autoridade eleita, por um período de 3 anos.
A sociedade Maia estava dividida em classes:
- Nobreza (almehenoob), a qual pertence o sacerdote, governantes, chefes guerreiros;
- Comerciantes (oh chembal unicoob), contituída de artesãos e trabalhadores;
- Escravos (pentacoob) parte reduzida da população destinada principalmente ao sacrifício, pois a sociedade Maia não se baseava na escravidão.
O grupo sacerdotal era o de maior poder, pois além da autoridade religiosa tinham em suas mãos todo o conhecimento científico, que era o fundamento da vida da comunidade. O sumo sacerdote se chamava ahau tan (senhor serpente) e controlava os rituais e as ciências, escrevia os códices, tanto religiosos como históricos e administrava os templos. Os sacerdotes menores eram el ahkin, com várias funções, como pronunciar discursos baseados nos códices.
Religião
Os Maias tinham uma religião politeísta, rendiam culto a muitos deuses, que podiam ser masculinos e femininos, jovens e velhos, benéficos e maléficos, também alguns não eram seres perfeitos como em outras religiões, nem culto suficientes, que para continuar existindo necessitariam de homens e do culto.
Suas divindades eram representadas como seres de características humanas, animais e vegetais. Devido a dificuldade para identificar certas figuras nos códices que aparecem na escrita, eles eram denominados como letras. Os principais deuses, além dos correspondentes números e os lapsos foram entre Yucatecos os seguintes: Hunab kei deus celeste; Itzamná (deus D) do céu, Ahuia (deus G) do Sol ; Chaac (deus B) da chuva; Ah puch (deus A) cenote do inframundo e dos mortos; Ixchel (deusa I) da lua. Segundo o pensamento Maia, os deuses criaram o mundo com o fim de que, não poderia habitar um ser que não os venera-se.
Julgavam o mundo como sendo uma superfície plana e quadrangular que se divide em quatro setores dos quais se associavam em cores significativas: roxo ao leste, amarelo ao sul, branco ao norte, negro ao oeste e verde ao centro, lugar onde se encontra uma grande selva cuja as raízes penetram no mundo subterrâneo, formado por nove estados e cuja copa toca os níveis do céu.
Economia e Política
A base da economia Maia foi o cultivo do milho com técnicas de roçado e semeio, que acaba esgotando as terras em 2 ou 3 anos, obrigando-os a mudar de lugar de plantio, o que resulta num cultivo extensivo e não intensivo. Também cultivam legumes, frutos, condimentos, algodão e tabaco. Ao lado da agricultura se praticava a caça, a pesca e a domesticação de animais.
No aspecto tecnológico, a indústria mais importante era lítica; produziam armas e objetos de trabalho em torno de vários tipos de pedras, como a obsidiana, o pedernal e o jade. Outras indústrias foram: a de sal, a têxtil, la hulera, la cesteiria, la primeira e la alfarreria. A metalurgia apareceu entre os séculos XI e XII procedente da América Central, e foi visada quase exclusivamente para produzir adornos.
O comércio foi um dos aspectos importantes da economia Maia: haviam rotas terrestres, fluviais e marítimas. Existiam mercados “internacionais” como o de Xicalanço, haviam edifícios especiais assim como cortes judicias. Os mercadores, chamados de polom, pertenciam a nobreza e possivelmente estavam organizados em grêmios. O comércio se realizava por meio de troca, ainda que alguns produtos tinham valor de moeda como o jade e os objetos de cobre.
Tikal e um pouco mais sobre os maias
O sítio arqueológico de Tikal fica na Guatemala, a história dessa cidade começa no século I, ela possui o mais impressionante conjunto arquitetônico das Américas. Era um local de cerimônias, no seu centro havia uma pirâmide maior, que é o templo do Jaguar, um primor de arquitetura, que foi o centro da cidade, a maior dos Maias.
Os vestígios arqueológicos demonstram que naquela região existiam vilas agrícolas. As evidências são de que haviam palácios, mercados, templos religiosos e habitações muito grandes, tudo em torno da pirâmide.
Histórico da cidade
No século 17 a cidade foi descoberta pelos espanhóis, missionários que queriam converter tribos que viviam às margens do lago Petén-Itzá, estes passaram aterrorizados por suas ruínas. A partir deste relato feito pelos religiosos o coronel Modesto Mendez em 1848 foi procurar a cidade, e quando a encontrou ficou maravilhado com sua cultura.
Intrigando-nos até hoje, com o tamanho da pirâmide e dos templos feitos daquele tamanho com objetos construtores equivalentes a idade da pedra europeia. Além disso a cidade possuía grandes reservatórios de água, e ainda alguns objetos que até hoje não foi possível reproduzir. Mais recentemente os americanos encontraram pirâmides Maias na Guatemala com até 45 metros de altura na região de Nakbe com objetos com + ou- 400 a.C.
Medicina
Os Maias tiveram uma medicina que foi combinação da Ciência e magia, pois consideravam que as enfermidades teriam tantos casos naturais como sobrenaturais. O médico era o ahmén, quem diagnosticava a partir de sintomas, fundados na ideia de que as enfermidades se devia ao frio, ao calor ou a alguma coisa mágica.
Havia médicos especializados,como herbolárias, hueseros e parteras. Entre as curas haviam infusões e pomadas feitas de ervas, substâncias animais, sangrias, hantro de vapor e fórmulas mágicas.
Autoria: Carlos Marcos Fernandes