Entre 612 a.C. e 550 a.C., a região do atual Irã foi dominada pelos medos, um povo que dividia esse território há vários séculos com um outro povo, os persas. A unificação política do Planalto Iraniano e a criação do Império Persa foi obra de Ciro, rei da Pérsia.
Em seu reinado, procurou instaurar uma certa unidade econômica no império e tratou os povos submetidos com benevolência, deixando-os com seus próprios costumes, língua e tradição. Foi visto pelos hebreus como um libertador do jugo dos caldeus.
Origem
A leste da Mesopotâmia, nas terras elevadas do Planalto iraniano, viviam medos e persas, povos de origem indo-europeia que desenvolveram uma intensa atividade pastoril, devido à inexistência de grandes rios como o Tigre e o Eufrates.
No início, houve a preponderância dos medos sobre os persas, quando Ciáxares construiu um poderoso reino. Com o declínio da hegemonia medá, Ciro, rei dos persas, uniu os dois povos e fundou o Império Persa, o maior até então organizado na Ásia Ocidental. Esse império desapareceu quando da expansão macedônica, comandada por Alexandre Magno.
Em 522, Dario I subiu ao poder; com ele, o Império Persa atingiu o apogeu. Seus domínios estendiam-se desde a Trácia, na Europa, até a Ásia Central. Dano consolidou o despotismo real, dando à sua pessoa um caráter semi-divino.
Dividiu o império em satrápias, cuja administração civil e militar era confiada aos nobres escolhidos; não obstante, tais sátrapas eram vigiados por funcionários reais (os “olhos e ouvidos do rei”), que percorriam as províncias fiscalizando a ação dos dirigentes. Houve estímulos ao comércio e o florescimento de várias capitais (Susa, Persépolis e Pasárgada), pois a Corte persa se deslocava periodicamente.
Dano envolveu-se em uma disputa pela hegemonia comercial nos mares Egeu e Negro e, apoiado por seus aliados fenícios, deu início às Guerras Médicas, sendo derrotado pelos atenienses na batalha de Maratona.
A derrocada do grande Império Persa teve início no reinado de Xerxes, que também foi derrotado pelos gregos (batalha de Salamina); o fim de sua independência política veio com a derrota e morte de Dano III ante a investida dos gregos e macedônios, comandados por Alexandre Magno.
A economia e a sociedade do Império persa
O ambiente econômico do Império teve seu período de apogeu sob o reinado de Dario I, que procurou estimular o comércio e a agricultura. Com a introdução de um padrão monetário que ficou conhecido com o nome de dárico, cunhado em ouro ou prata, de peso fixo e com a efígie do rei (inovação trazida da Lídia), o comércio interno foi incrementado de maneira espetacular.
A construção de estradas, bem como um eficiente policiamento efetuado por tropas reais, permitiram um tráfego maior de caravanas que demandavam a Mesopotâmia, provenientes dos confins da Ásia. Os correios reais facilitavam as comunicações e dizia-se que “na capital podia-se comer o peixe pescado no mar no mesmo dia”.
O Império Persa nasceu do conflito entre as tribos pastoras e agricultoras. Quando o persa Ciro se impôs pela força, a nobreza agrária e guerreira também se sobrepôs. O povo, constituído de artesãos, agricultores e pastores, que podiam ser recrutados para a guerra, ocupava uma posição superior aos escravos.
Entre os persas, o poder da camada sacerdotal era menor do que na maioria das civilizações da Antiguidade Oriental.
A religião dualista
Antes mesmo do processo de unificação dos persas, realizado por Ciro, um personagem semi-lendário deu aos persas uma forma peculiar de religião: o dualismo.
Esse personagem, conhecido como Zoroastro ou Zaratustra, estabelecendo os princípios gerais da religião persa. Apesar de distorcido por seus seguidores, o zoroastrismo teve grande repercussão em certas regiões da Ásia e ainda é praticado, se bem que com modificações.
Baseado na existência dos princípios opostos do bem (representado pelo deus Aura-Mazda) e do Imal (Ahriman), afirmava que ambos viviam em constante luta pelo controle das ações humanas. Os homens, agindo corretamente, estariam ajudando o bem a vencer o mal. Zoroastro previa que no final dos tempos Aura-Mazda venceria e os que ficassem ao lado do mal seriam destruídos.
O dualismo persa acabou por influenciar o Cristianismo, no que tange à dicotomia entre Céu e Inferno. Previa a vinda de um Messias e se apresentava na condição de religião revelada. A religião persa sofreu influência da Mesopotâmia, acabando por adotar fórmulas de horóscopos e a predição do futuro através da posição dos astros. O culto de Mitra (auxiliar de Aura-Mazda) chegou a influenciar os próprios romanos, que o representavam pelo Sol.
A cultura Persa
Os persas procuraram fora das suas fronteiras os elementos que marcaram suas construções. Influências egípcias e mesopotâmicas fizeram-se sentir na arquitetura e a esculturas persas e os restos de seus palácios evidenciam esse ecletismo cultural.
Os palácios do Império Persa possuíam alicerces de pedra, vastos terraplanos, paredes de tijolos, colunas finas e elegantes, com capitéis esculpidos com cabeças de touro ou de cavalo. O teto era forrado com madeira pintada. Muros recobertos de baixos-relevos ou ladrilhos esmaltados caracterizam as principais construções existentes.