Socialismo é a ideologia política que se desenvolve a partir do século XIX em oposição ao capitalismo e ao liberalismo. Propõe a abolição da propriedade privada, da sociedade de classes e da chamada exploração do homem pelo homem. Defende a revolução proletária e a tomada do poder pelas classes trabalhadoras.
Socialismo utópico
Representa a primeira formulação do pensamento socialista. Esta denominação deve-se ao fato de que seus teóricos, após criticarem a sociedade de sua época, expunham os princípios de uma sociedade ideal, sem indicar os meios para torná-la real.
Apontavam a socialização dos meios de produção, a supressão da herança, a proteção do indivíduo mediante leis sociais, a abolição da moeda, a produção sem finalidade de lucro, o ensino para todos e a igualdade de direitos entre homens e mulheres. Seus principais representantes foram Saint-Simon (1760-1825), Charles Fourier (1772-1837), Louis Blanc (1811-1882) e Robert Owen (1771-1858).
Socialismo científico
Através da análise da realidade econômica e da evolução histórica do capitalismo, Karl Marx (1818-1883) e Friedrich Engels (1820-1895) formulam princípios para o estabelecimento de uma sociedade sem classes e igualitária.
São influenciados pela filosofia de Hegel (dialética) e os escritos da economia política inglesa (David Ricardo). Eles consideram que a evolução histórica é determinada pela luta de classes e pelas condições econômicas de cada época. Defendem a organização da classe trabalhadora como força revolucionária, a fim de tomar o poder político.
Saiba mais em: Socialismo científico.
Socialismo cristão
Também chamado de catolicismo social, surge em fins do século XIX, em oposição às ideias socialistas, e prega a aplicação dos ensinamentos cristãos para corrigir os males criados pela industrialização.
Defende a organização sindical e a justiça social. Com a encíclica Rerum novarum (1891), tida como uma resposta conservadora ao Manifesto Comunista (1848), o Papa Leão XIII (1878-1903) reconhece a gravidade da questão social produzida pelo capitalismo, mas rejeita as soluções revolucionárias ou igualitárias.
Social-democracia
Tentando compatibilizar socialismo e democracia, um grupo de políticos e pensadores esforçou-se por renunciar, na gestão pública, ao dirigismo econômico absoluto e à dominação total da economia pelo Estado.
Compreendeu, pela visão dos fatos, que o dirigismo socialista provocava sempre ineficiência econômica e despotismo político. Mas não abriu mão da ideia da coletividade prevalecendo sobre o indivíduo.
Buscam a igualdade por meio do “Estado protetor”, que atenda às necessidades elementares da população, sem renunciar à “orientação oficial” da economia. Insistindo em juntar contrários, tendem à burocratização para administrar o Estado e a sociedade.
A social-democracia defende a liberdade individual, tal como os liberais, mas enxerga o indivíduo como uma célula apenas da comunidade.
Por: Marina Pascon Capelas
Veja também:
- Comunismo
- Revolução Socialista e o Nascimento da União Soviética
- Teoria Marxista
- Crise do Socialismo
- Capitalismo X Socialismo