A partir de meados do século VIII, boa parte da Europa viu-se submetida aos ataques de uma nova onda de invasores que, a bordo de embarcações pequenas e rápidas, semearam o pânico em todo o litoral, Nas regiões cristãs, esses piratas do mar, que se autodenominavam vikings (“homens das baías”), eram conhecidos como normandos (“homens do norte”), por procederem da Escandinávia. Os eslavos, por sua vez, eram designados por rus, de onde se origina o nome Rússia.
Livres e iguais
Os vikings eram grupos de povos que falavam a mesma língua (o nórdico), tinham a mesma religião e os mesmos costumes. Cada grupo era governado por um chefe ou yart, eleito entre os mais ricos e nobres, e pela thing, assembleia que ditava as leis e atuava como tribunal.
A família era o núcleo central da sociedade viking: em geral, cada homem tinha várias mulheres, que viviam debaixo do mesmo teto. Os vikings eram politeístas e bastante tolerantes. Seu deus supremo era Sleipnir, divindade do saber e da vitória na guerra, mas eles cultuavam outros deuses igualmente importantes: como Odin, Thor e Freyr. Eles acreditavam que os heróis mortos em combate residiam no Valhala, espécie de paraíso no qual os guerreiros desfrutavam de todos os prazeres e da companhia das formosas valquírias.
Incursões e conquistas
Os vikings costumavam viajar em grupos que variavam de trezentos a quatrocentos homens e eram liderados por um chefe. Eles atacavam os povos do litoral sempre de surpresa e com grande rapidez para evitar a reação da população local, ou adentravam o território pelos rios. Seus principais objetivos eram as cidades, sobretudo os mosteiros, por seus tesouros e suas adegas cheias de vinho. O anúncio de sua chegada aterrorizava a população e provocava sua fuga em massa para os castelos e as cidades amuralhadas. Alguns vikings chegaram às ilhas britânicas pelo oeste, ocupando parte da Inglaterra e da Irlanda. Outros se aventuraram mais além, colonizando a Islândia e a Groenlândia.
E possível que eles tenham chegado à América (à qual chamaram de Vinland) por volta do ano 1000.
Os vikings adentraram também o Mediterrâneo, estabelecendo relações com a população de Bizâncio e dos territórios islâmicos. Alguns deles se instalaram em terras eslavas e contribuíram para a formação da Rússia.
Os vikings no mar
Hábeis marinheiros e temíveis guerreiros, os vikings gostavam de pôr uma cabeça de dragão na frente dos barcos (drakkars). A melhoria das técnicas de navegação lhes permitiu sair do isolamento e cruzar o oceano em busca de aventura, prestígio militar e butim (saque). Os vikings não foram apenas piratas saqueadores e destruidores: eram também comerciantes, e com suas viagens contribuíram para o desenvolvimento do comércio e para a criação de novas rotas.
Por: Paulo Magno Torres