Mais conhecidos como programas, os softwares são um conjunto de instruções (código fonte) capazes de controlar a operação do computador e solucionar problemas para o usuário. Os sistemas operacionais, os editores de texto, os navegadores são alguns exemplos de softwares.
Muitos programas computacionais são desenvolvidos por programadores autônomos ou empresas privadas e vendidos para outras instituições e usuários finais, e, por isso, seus códigos fontes são preservados. Esses softwares, chamados de proprietários ou restritos, possuem licenças de uso e podem ser adquiridos somente através de vendas autorizadas pelo fabricante, e o código fonte pode não pode ser acessado nem tampouco alterado.
Por outro lado, existem também muitos programas de computador que podem ser usados, modificados, copiados e distribuídos gratuita e legalmente, são os chamados softwares livres ou open sources. Os softwares dessa categoria não têm custo de royalties e possuem o código fonte aberto, assim, qualquer desenvolvedor tem permissão para adaptá-los de acordo com suas necessidades.
Desde a década de 1970, muitos desenvolvedores já compartilhavam seus programas e suas ideias. Entretanto, no fim desse período, as empresas do ramo começavam a restringir o uso dos softwares através de contratos de licença, como ocorreu com o sistema operacional Unix. Inicialmente, o código fonte desse sistema era completamente acessível, mas a companhia detentora de sua licença percebeu que se tratava de um valioso produto comercial e lançou uma nova versão proibindo o estudo do seu código.
Com a restrição de uso do Unix, o físico e programador Richard Stallman criou o projeto GNU, um novo sistema operacional definitivamente livre. Dois anos depois, Stallman fundou a Free Software Fundation (Fundação pra o Software Livre), uma organização sem fins lucrativos que defende o fim das restrições sobre o uso, alteração, cópia e distribuição de programas de computador. Hoje, os trabalhos da instituição estão mais voltados aos aspectos legais, como, por exemplo, o aprimoramento das licenças de software livre.
Existem alguns tipos de licenças de software livre, sendo a GPL e a BSD as mais comuns. A GPL (Licença Pública Geral), criada pelo projeto GNU, é a licença regida por 4 pilares básicos:
- “A liberdade de executar o programa, para qualquer propósito (liberdade 0).”
- “A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo às suas necessidades (liberdade 1).”
- “A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa ajudar ao próximo (liberdade 2).”
- “A liberdade de distribuir cópias de suas versões modificadas a outros (liberdade 3). Desta forma, toda a comunidade pode beneficiar-se de suas mudanças.
Uma importante propriedade da licença GLP é a exigência de copyleft, ou seja, o profissional pode utilizar o software como garantido nas 4 liberdades, porém, é obrigatório constar nos registros da licença o nome do autor principal do programa e dos desenvolvedores que contribuíram com o projeto. Assim, a liberdade não será perdida, pois o código fonte sempre continuará aberto e outras pessoas podem conhecer, melhorar e distribuir o software sob a mesma licença.
A licença BSD (Distribuição de Software de Berkeley), por sua vez, foi criada para os sistemas operacionais do tipo Berkeley Software Distribution, que são derivados do sistema Unix. Ela garante que tudo o que foi criado originalmente seja mantido, mas o uso do código fonte a partir de então é irrestrito. Sob esta licença, um desenvolvedor pode alterar o software original e distribuí-lo sem o dever de disponibilizar o código fonte com as modificações e sem exigências de copyleft.
Dentre milhares de software livres já desenvolvidos, podemos citar o OpenOffice (conjunto de programas para escritório), o servidor Apache e o navegador Mozila Firefox. O exemplo mais característico dessa categoria é o sistema operacional Linux, desenvolvido pelo engenheiro finlandês Linus Torvals, em 1991. Torvals desenvolveu um kernel (núcleo) que poderia utilizar toda a programação do sistema GNU de Stallman, daí surge o GNU/Linux ou simplesmente Linux. Atualmente, já existem diversas versões do Linux, como o Ubuntu, o Fedora, o Debian, o Mandriva, entre muitas outras desenvolvidas para diferentes fins.
O uso de softwares livres é considerado uma importante iniciativa para o combate à exclusão digital no mundo. A possibilidade de manipulação desse tipo de programas estimula o desenvolvimento de tecnologias nacionais e gera perspectivas de renda para os profissionais da área.
Referências
http://softwarelivre.org/portal/o-que-e
http://www.softwarelivre.gov.br/documentos-oficiais/estudo-sobre-o-software-livre
http://www.cultura.ufpa.br/dicas/linux/li-lisol.htm
Por: Mayara Lopes Cardoso