Mitologia

Deuses Romanos

Em Roma havia deuses públicos, privados e estrangeiros que eram considerados cidadãos e tinham lugar próprio nos templos da cidade.

Os deuses romanos oficiais

Os deuses romanos mostravam seu estado de ânimo por meio de presságios, e seus favores eram obtidos por meio de oferendas. Havia deuses de todos os romanos, deuses públicos, cujo culto era controlado pelo Estado. Mas também havia deuses privados, e cada família tinha os seus. A esses se somavam os deuses estrangeiros, provenientes de diversas influências, motivo pelo qual os romanos tiveram uma grande quantidade de deuses.

Júpiter era o principal símbolo de Roma. Era chamado de optimo (o melhor) e maximo (o maior).

Deus Jano.
Deus Jano. Representado com barba e duas faces. Na imagem só se vê uma delas, mas essa escultura possui a outra face representada na parte posterior. Museu de Múrcia, Espanha.

Também Marte, deus da guerra, encontrava-se entre os deuses públicos mais respeitados. Era invocado para ajudar o exército nas batalhas, além de ser considerado um deus dos camponeses, Juno era a deusa protetora das mulheres e das esposas; e Minerva, das atividades artesanais e intelectuais e da medicina. Vesta era uma deusa protetora, considerada a própria chama doméstica. Tinha um templo circular em Roma e, no lugar de uma imagem da deusa, existia um fogo que suas sacerdotisas — as vestais — deveriam manter aceso para que a cidade estivesse protegida.

Por último, Jano era um dos deuses mais antigos, representava os fins e os começos, com duas faces opostas. Em seu templo, as portas principais ficavam abertas em tempos de guerra e eram fechadas em tempos de paz.

Os deuses e os planetas, os dias e os meses

Entre tantos vestígios da civilização romana na atualidade, encontram-se os nomes de seus deuses, que se mantiveram em boa medida incorporados na designação de outros elementos. Por exemplo, os nomes dos planetas do sistema solar, salvo a Terra, coincidem com nomes dos deuses romanos, a despeito de que nem todos foram incorporados na mesma época: Urano, Netuno e o planeta anão Plutão foram nomes dados por astrônomos que viveram muitos anos depois, já na época moderna.

Também os dias da semana, em línguas latinas como o espanhol e o francês, receberam nomes dados pelos romanos, ou originados de sua cultura. Segunda-feira — lunes em espanhol, lundi em francês — foi nome dado em homenagem à deusa Lua. Alguns foram se modificando, como o sábado, que representa o dia do descanso judaico, sabbath, e domingo – que vem de dominicus dies, “dia do senhor” — é o nome dado pelos cristãos. Os demais dias correspondem a Marte, Mercúrio, Júpiter e Vênus.

Por último, no caso dos meses do ano, a procedência dos nomes é mais variada, mas alguns têm origem na denominação de deuses romanos: janeiro (ianuarius em latim) era o mês de Jano; março (martius em latim), mês de Marte; e junho (iunius em latim), o de Juno. Além disso, existem dois meses que foram dedicados a governantes divinizados. Depois de dedicar a Júlio César o mês de julho, dedicaram a Augusto o mês de agosto, e o ampliaram de 30 para 31 dias, para que César não tivesse uma homenagem maior que a de Augusto.

Os deuses romanos familiares

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Vênus, Mercúrio e Cupido no quadro Educação de Cupido por Vênus e Mercúrio, obra de Louis-Michel van Loo, Real Academia de São Fernando, Madri.

Os deuses familiares estavam presentes em cada casa (em latim, domus), e seu culto na chama ou pira doméstica de cada família era presidido pelo pai. Os três grupos principais eram os penates (espíritos dos antepassados), os lares (espíritos domésticos) e os gênios (espíritos guardiães pessoais). Os penates eram encarregados de garantir que a família tivesse alimentos e prosperasse. Os lares protegiam cada casa, e o gênio era o deus que dava fecundidade ao pai da família e também concedia intelecto e grande talento. Existia também um equivalente para a mulher, juno, com as mesmas características do gênio.

Os deuses lares foram inicialmente associados a Mane — divindade protorromana dos mortos —, mas logo passaram a ser venerados no culto doméstico primitivo como personificações de seus antepassados. Os antepassados eram também cultuados, sendo feitas oferendas, como flores junto às tumbas.

Os corpos eram incinerados e colocados em um monumento funerário fora da cidade. Se a família fosse rica, esse monumento poderia ser esplêndido, como no caso dos imperadores, caso contrário, poderia ser um simples nicho, como nos atuais cemitérios, ou uma Vasilha enterrada.

Os deuses gregos e romanos

Os romanos adaptaram um bom número de deuses gregos, mantendo ou não os mesmos nomes.

Zeus – Júpiter
Hera – Juno
Posêidon – Netuno
Atena – Minerva
Apolo – Apolo ou Febo
Ártemis – Diana
Afrodite – Vênus
Hermes – Mercúrio
Deméter – Ceres
Dioniso – Baco

Hefaisto – Vulcano
Hades – Plutão
Perséfone ou Core – Prosérpina
Ares – Marte
Héstia – Vesta
Asclépio – Esculápio
Eros – Cupido
Urano – Urano, Celo ou Céu
Cronos – Saturno

Por: Paulo Magno Torres