O presente artigo pretende esclarecer os conceitos de objeto direto e objeto indireto e dicas de como identificá-los.
Objeto Direto
O objeto direto (OD) é o termo que completa o sentido do verbo transitivo direto (VTD) e liga-se a ele sem preposição. Serve para indicar o ser ao qual a ação se direciona.
Para encontrar o OD, duas perguntinhas básicas precisam ser feitas ao verbo: o quê? / quem?. Acompanhe:
Agora que você já sabe o que é e como identificar o objeto direto, que tal aprofundar o assunto?
Segundo Celso Cunha, o objeto direto pode ser representado por:
a) Substantivo:
“Amava a vida, a esposa, e tinha muitos filhos.”
(Augusto Frederico Schmidt)
b) Pronome (substantivo):
“Não direi nada; essa palavra explica tudo.”
(Machado de Assis)
c) Numeral:
“Nessa noite deixou cinco ou seis estirados.”
(G. Amado)
d) Palavra ou expressão substantivada:
“Com que ânsia tão raiva
Quero aquele outrora.”
(Fernando Pessoa)
e) Oração substantiva (objetiva direta):
“Não sei se viu alguma coisa.”
(C. Neto)
Nota: os exemplos aqui citados foram retirados da Gramática da Língua Portuguesa do professor Celso Cunha – 1ª edição.
Lembre-se que toda oração é centrada em um verbo e é ele quem vai te ajudar na hora de identificar o objeto, por isso sempre pergunte para ele “o quê?” e “quem?”. Essas perguntas te ajudarão a conhecer o que o verbo está indicando, afinal é para isso que serve o objeto. Outro fator que ajuda muito é verificar a ausência de preposição.
Objeto direto preposicionado
Aprendemos que o objeto direto não vem acompanhado de preposição, entretanto, em alguns casos ele pode vir precedido de preposição. E isso acontece por diversas razões. Antes de prosseguir, veja alguns exemplos:
- Disse a todos.
- Comi da gelatina.
- Você ama a outra.
- Elas tomaram das bebidas.
Repare que em todos os casos o uso da preposição é facultativo, ou seja, não se faz obrigatório.
1. Geralmente os verbos que exprimem sentimentos podem vir precedidos de preposição.
“Ama a outro, não é? perguntou ele com voz trêmula.”
(Machado de Assis)
2. O objeto direto preposicionado também serve para evitar ambiguidade.
“Sabeis, que ao Mestre vai matá-lo!”
(M. Mesquita)
Há uma única situação em que, obrigatoriamente, o objeto direto é preposicionado: quando se expressa através de pronome oblíquo tônico.
O garoto havia esquecido a carteira, a alegria e a si.
Viu como é simples?
Atente-se a essas peculiaridades citadas aqui para não confundir o objeto direto preposicionado com o objeto indireto, que por si só pede preposição.
Objeto Indireto
O objeto indireto (OI), se analisado morfologicamente, vem precedido por uma preposição (a, para) e, na terceira pessoa, corresponde aos pronomes átonos lhe e lhes. E qual é o seu conceito? O OI é o termo que completa o sentido do verbo transitivo indireto (VTI) na oração e geralmente vem auxiliado por uma preposição conforme citado acima. Viu qual é a importância de saber identificar a transitividade do verbo?
Na dúvida sobre a transitividade verbal, consulte ao dicionário. Ele será o seu melhor amigo na hora de analisar o objeto em uma oração.
Agora veja dicas básicas para identificá-lo:
1. Vem sempre associado ao verbo transitivo.
2. Pode complementar verbos acompanhados de objeto direto, nesse caso, indicando a posse de algo ou a dependência do objeto indireto.
3. Indica quem faz ou quem sofre com a ação verbal.
4. É ligado ao verbo por meio de uma preposição (obrigatória).
Você não se lembra de todas as preposições? Então, confira!
A, ao, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por, sem, sob, sobre etc.
Por: Miriã Lira