Substantivo é, basicamente, a palavra que nomeia os seres em geral, ou seja, são substantivos os nomes de pessoas, animais, vegetais, lugares, instituições, entes de natureza espiritual ou mitológica etc.
Classificação
Todo substantivo é classificado em quatro categorias. De acordo com sua forma, pode ser simples ou composto, primitivo ou derivado. Já de acordo com seu significado, pode ser concreto ou abstrato, comum ou próprio.
Abstratos: são aqueles que não têm existência independente no mundo. É necessário um ser para que se manifestem. São aqueles que dão nome a ações, qualidades ou sentimentos. Por exemplo: justiça, alegria, caráter, vergonha, encontro.
Concretos: designam os seres propriamente ditos, ou seja, aqueles que possuem existência independente no mundo. Por exemplo: casa, bicicleta, mulher, mar, chocolate, Brasil.
Comuns: designam todo e qualquer indivíduo de uma espécie. Ou seja, trata-se de uma designação genérica. Por exemplo: carro, cachorro, cidade.
Próprios: designam um determinado indivíduo da espécie; é uma designação específica. Por exemplo: Fusca, Totó, Brasil, João.
Simples: formados por apenas um radical. Por exemplo: livro, casa, campo, roupa.
Compostos: formados por, pelo menos, dois radicais. Por exemplo: guarda-roupa, girassol, beija-flor.
Primitivos: são as palavras originais, ou seja, não provêm de outra palavra já existente na língua. Por exemplo: livro, pedra, leite, dente.
Derivados: são palavras formadas por derivação, ou seja, surgem a partir de outras já existentes. Por exemplo: livraria, pedreiro, leiteiro, dentadura.
coletivos: são substantivos comuns que, no singular, nomeiam um conjunto de seres.
- acervo – obras artísticas
- alcateia – lobos
- antologia – trechos literários selecionados
- armada – navios de guerra
- arquipélago – ilhas
- arsenal – armas e munições
Flexão de gênero
Os substantivos antecedidos por artigo “o” ou “um” são masculinos, como: o céu, o sapato, o dia. Já aqueles antecedidos por artigo “a” ou “uma” são femininos: a nuvem, a gravata, a paixão.
Substantivos biformes
No caso dos substantivos que designam seres humanos ou animais, pode haver uma forma para o masculino e outra para o feminino. Temos, então, formas diferentes para cada caso, e por isso eles são substantivos chamados biformes.
As formas diferentes podem ter o mesmo radical, como em menino/menina ou radicais diferentes como homem/mulher.
Substantivos comuns de dois gêneros (comum de dois)
São aqueles que têm uma única forma para feminino e masculino. O que os diferencia é o artigo (ou outro determinante), por exemplo: o estudante, a estudante ou o cliente, a cliente. Esse é o caso de todos os substantivos terminados em -ista: o/a budista; o/a violinista. Veja outros exemplos:
- o/a agente o/a gerente o/a jovem
- o/a artista o/a herege o/a jornalista
- o/a camarada o/a imigrante o/a mártir
- o/a colega o/a indígena o/a selvagem
- o/a dentista o/a intérprete o/a suicida
Substantivos sobrecomuns e epicenos
Há substantivos que são sempre do mesmo gênero, tanto para seres do sexo masculino quanto do feminino. Quando se referem a seres humanos, são chamados sobrecomuns e, quando se referem a animais, denominam-se epicenos. Na tirinha acima, temos a palavra “barata” tanto para o macho, quanto para a fêmea. É um substantivo epiceno.
São exemplos de substantivos sobrecomuns:
- a criança a criatura a pessoa o cônjuge
- a testemunha o indivíduo a vítima
São exemplos de substantivos epicenos:
- a águia a cobra a pulga
- a baleia a mosca o besouro
- a borboleta a onça o crocodilo
Quando há necessidade de especificar o sexo do animal ou da pessoa, usa-se, por exemplo: “pessoa do sexo masculino”, “o jacaré macho”, “ o jacaré fêmea”.
Substantivos de gênero vacilante
Há ainda alguns substantivos que oscilam de gênero. Mesmo em textos que se utilizam da norma padrão da língua, costumam aparecer antecedidos ora por artigo feminino, ora por masculino. Então, para haver uma padronização, a gramática recomenda os seguintes usos:
No masculino:
- o aneurisma o dó o magma
- o apêndice o guaraná o matiz
No feminino:
- a agravante a cal a alface
- a aguardente a omoplata
- a sentinela
Podem vir em ambos os gêneros:
- o/a sabiá o/a suéter
- o/a personagem o/a tapa
Gênero e mudança de significado
É possível, em algumas palavras, acontecer mudança de significado, quando se varia o artigo que a antecede. Veja:
- o banana (pessoa boba) / a banana (fruta)
- o cabeça (líder) / a cabeça (parte do corpo)
- o cura (padre) / a cura (ato de curar)
- o moral (ânimo) / a moral (valores de uma sociedade)
- o cisma (separação) / a cisma (suspeita)
- o grama (unidade de massa) / a grama (vegetal)
Flexão de número
Assim como os substantivos recebem morfemas para designar variação de gênero, também sofrem mudanças na sua forma para indicar singular e plural. Veja a seguir quais as desinências responsáveis por proporcionar tal mudança aos substantivos. Mas lembre-se de que, se houver qualquer dúvida quanto ao plural de uma palavra, é só consultar o dicionário que obterá essa informação.
Substantivos terminados em vogal, ditongo oral ou -ãe – acrescenta-se -s:
- carro/carros rei/reis mãe/mães
Substantivos terminados em -ão b) possuem três possibilidades:
- Substitui-se -ão por -ões: leão/leões.
- Acrescenta-se -s: mão/mãos.
- Substitui-se -ão por -ães: pão/pães.
Substantivos terminados em -m – substitui-se -m por -ens, -ins ou -ons:
- virgem/virgens pudim/pudins som/sons
Substantivos terminados em -r, -s e -z: acrescenta-se -es:
- professor/professores mês/meses cruz/cruzes
Substantivos terminados em -al, -el, -ol, -ul – substitui-se o -l por -is:
- sal/sais hotel/hotéis farol/faróis paul/pauis
Substantivos terminados em -il possuem duas possibilidades:
- se forem oxítonos, troca-se -l por -s: barril/barris
- se forem paroxítonos, troca-se -il por -eis: réptil/répteis
Substantivos terminados em -n – acrescenta-se -s ou -es:
- gérmen/ germens ou gérmenes abdômen/ abdomens ou abdômenes
Substantivos terminados em -x – são invariáveis:
- o tórax/ os tórax
Flexão de grau
Os substantivos, além de sua forma normal (por exemplo, “caderno”) podem aparecer na forma diminutiva (caderninho) ou aumentativa (cadernão).
É interessante perceber que nem sempre o diminutivo e o aumentativo expressam exatamente noção de tamanho. Muitas vezes, o falante utiliza tais gradações para dar conotações afetivas aos substantivos. O diminutivo, por exemplo, pode indicar carinho (filhinho) ou depreciação (gentinha, timinho), enquanto o aumentativo pode indicar, por exemplo, a valorização de algo (timaço, mulherão).