Também conhecido como álcool etílico, o etanol é um composto orgânico representado pela fórmula química C2H5OH, pertencente ao grupo dos álcoois. Essa substância está frequentemente presente no nosso dia a dia sob a forma de álcool comum, de amplo uso doméstico.
O etanol é comumente obtido a partir da fermentação de açúcares de fontes naturais como a cana-de-açúcar, o milho, a beterraba e a cevada. No Brasil, utiliza-se a cana-de-açúcar para produzir o álcool, num processo que pode ser descrito em quatro fases:
1º. Moagem da cana – nessa etapa obtêm-se o caldo de cana concentrado (ou garapa), que apresenta um elevado teor de sacarose;
2º. Obtenção do melaço – o caldo de cana é constantemente aquecido para produzir o melaço;
3º. Fermentação do melaço – são adicionados alguns fermentos biológicos ao melaço, desencadeando duas importantes reações químicas:
- hidrólise da sacarose
- fermentação
A invertase e a zimase são enzimas produzidas pelo fungo Saccharomyces cerevisae, presente nos fermentos.
4º. Destilação fracionada – através da destilação do mosto fermentado, obtêm-se o álcool a 96 graus Gay-Lussac (96 °GL), ou seja, uma solução de 96% de etanol e 4% de água, em volume. Nesse processo também são obtidos alguns subprodutos, como o óleo fúsel.
Em países ricos em petróleo, o principal processo de obtenção do etanol é a hidratação do etileno, conforme a reação:
De acordo com a quantidade de água presente na composição, o álcool etílico produzido por ser classificado em dois tipos:
– Álcool hidratado – é composto por 95% a 96% de etanol e 5% a 4% de água, respectivamente. Esse tipo de álcool é usado como combustível para automóveis (etanol encontrado nos postos de abastecimento); empregado na produção perfumes, loções, antissépticos, bebidas alcóolicas não destiladas, produtos de limpeza; e na obtenção de compostos orgânicos, como o ácido acético e o éter comum, entre outras aplicações.
– Álcool anidro – apresenta graduação alcóolica de aproximadamente 99,6%, por isso, é chamado também de álcool puro ou absoluto. Nessas concentrações, é misturado com a gasolina e é utilizado na fabricação de vernizes, tintas, solventes, bebidas alcóolicas destiladas, etc.
No Brasil, é obrigatória por lei a adição de etanol à gasolina, numa proporção de 24% (esse percentual pode variar de acordo com a oferta do etanol). Essa mistura favorece a queima da gasolina nos motores, torna-a mais barata, reduz a emissão de poluentes atmosféricos e, ainda, elimina a necessidade de utilizar o chumbo como moderador de explosão do combustível. Sem essa medida, a qualidade do ar nos grandes centros urbanos seria ainda mais prejudicada.
O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo, perdendo apenas para os Estados Unidos, que produzem o álcool a partir do milho. Além de ser um dos líderes de produção, o Brasil é, também, o único país que usa o etanol hidratado como combustível.
Por ser um biocombustível, ou seja, produzido a partir de fontes renováveis, o etanol é uma importante promessa para a redução gradativa do uso de combustíveis fósseis, cujas reservas se esgotam à medida que são explorados.
Referências bibliográficas
FELTRE, Ricardo. Química volume 3. São Paulo: Moderna, 2005.
USBERCO, João, SALVADOR, Edgard. Química volume único. São Paulo: Saraiva, 2002.
MOREIRA, João Carlos, SENE, Eustáquio de. Geografia volume único. São Paulo: Scipione, 2009.
Por: Mayara Lopes Cardoso