A indústria petroquímica é responsável pela transformação do petróleo em produtos derivados através do processo de refinamento.
Em geral, os produtos petroquímicos são derivados do petróleo e do gás natural e entre os seus muitos produtos estão inclusos plástico, sabões, produtos farmacêuticos, fertilizantes, pesticidas, detergentes, resinas, solventes, entre muitos outros.
Como atua a indústria petroquímica
O petróleo cru e o gás natural consistem principalmente em compostos dos elementos hidrogênio e carbono, combinados de formas diferentes e chamados hidrocarbonetos. Um desses hidrocarbonetos pode ser separado do restante, purificado e vendido como produto químico.
Na maioria dos casos, os compostos químicos existentes no gás ou no petróleo são separados e, em seguida, novamente unidos, porém, com a forma modificada, o que resulta em produtos químicos originalmente não existentes no petróleo ou no gás.
Com frequência adicionam-se outros componentes químicos. Quando a maior parte da composição de um produto químico vem do petróleo ou do gás, ele é chamado produto petroquímico.
Produtos importantes da petroquímica
Centenas de produtos petroquímicos são comercializados:
- Um dos mais importantes é o amoníaco, obtido a partir do gás natural. Sua principal aplicação é na composição de fertilizantes.
- O metanol, o etanol e o propanol são empregados como solventes para tintas, anticongelantes, na fabricação de plásticos e de outros produtos químicos.
- O negro de fumo é importante material utilizado para reforçar pneus de automóveis.
- Os etilenoglicóis e a glicerina são anticoagulantes; entram na composição da dinamite, das tintas e do celofane.
- O butadieno e o estireno servem como importantes matérias-primas para a obtenção das borrachas sintéticas.
- A dodecilbenzina é a principal matéria-prima para a produção de detergentes sintéticos.
- Nas indústrias têxteis utilizam-se fibras sintéticas de ciclo-hexano e paraxileno.
História
Apesar de os derivados dos combustíveis fósseis serem utilizados há muito tempo pelo homem, a indústria petroquímica é relativamente recente.
O negro de fumo tem sido produzido a partir do gás natural desde o final do séc. XIX. No entanto, a utilização em grande escala do petróleo e do gás natural como matérias-primas para fabricação de produtos químicos começou na década de 1920. O uso de produtos petroquímicos espalhou-se rapidamente, em parte devido à maior demanda de produtos químicos de todos os tipos e à incapacidade de suprir o mercado apenas com os produtos antigos.
Esse setor industrial cresceu principalmente durante a década de 1940, quando a crise desencadeada pela Segunda Guerra Mundial elevou o preço dos produtos de madeira e borracha, tornando necessária a busca por alternativas mais baratas para a produção em larga escala, como é o caso do plástico e de outras resinas que, a partir de então, passaram a ser empregadas na indústria.
Muitos cientistas, pesquisadores e engenheiros inventaram e aperfeiçoaram métodos eficientes de obtenção desses produtos. Atualmente, estima-se que pelo menos um quarto de todos os produtos químicos usados na indústria tem origem no petróleo e no gás natural.
Petroquímica no Brasil
Como na maioria dos países, a indústria petroquímica brasileira teve início com o aproveitamento dos subprodutos da refinação do petróleo. Os primeiros empreendimentos petroquímicos do país foram instalados ao redor da Refinaria Presidente Bernardes, inaugurada em 1955 em Cubatão (SP). Antes da entrada em operação dessa refinaria, já havia sido iniciado o projeto da Fábrica de Fertilizantes de Cubatão (Fafer), pertencente à Petrobras e destinada a produzir fertilizantes nitrogenados, com base no amoníaco. A Fafer começou a produzir em 1958.
Posteriormente surgiram as unidades de polietileno, da Union Carbide; de estireno, da Cia. Brasileira de Estireno; de isopropanol e acetona, da Rhodia; de negro de fumo, da Cia. Petroquímica Brasileira; e de metanol, da Alba S.A. Em 1962, a Petrobras inaugurou em Duque de Caxias (RJ) sua fábrica de borracha sintética, obtida à base de butadieno parcialmente importado, até que, em 1967, a empresa estatal criou sua própria unidade de butadieno. A fábrica, inicialmente denominada Fabor, é hoje a Petroflex.
Em 1965, pelo Decreto n° 56. 571, o governo admitiu a participação estatal nas empresas privadas do setor petroquímico. Em 1967, considerando a importância da indústria petroquímica e a expectativa de sua grande expansão, foi criada, por meio do Decreto n° 61.981, a Petrobras Química S.A (Petroquisa), empresa subsidiária e totalmente controlada pela Petrobras.
Os polos petroquímicos brasileiros
A maior parte do petróleo encontrado no Brasil está localizada nas áreas litorâneas, ou muito próxima a elas; assim, grande parte da indústria petroquímica brasileira está concentrada em áreas costeiras. Como o transporte do petróleo é caro e perigoso, a formação dos polos petroquímicos é vantajosa para os custos de produção. Na instalação dos polos petroquímicos, são criados grandes parques onde se instalam as indústrias de refinaria do petróleo e da transformação de seu produto em um mesmo espaço, facilitando a integração das produções.
No Brasil, existem três grandes polos petroquímicos: um localizado na Bahia, o polo de Camaçari; o polo petroquímico de Paulínia, em São Paulo e o Polo petroquímico do sul, localizado no município de Triunfo, no Rio Grande do Sul.
No caso dos polos petroquímicos de Triunfo e de Camaçari, apesar de esses municípios não terem saída para o mar, estão localizados muito próximos das áreas litorâneas e das regiões metropolitanas de Porto Alegre e Salvador, respectivamente, facilitando assim a logística para o transporte de suas matérias-primas – o petróleo e o gás natural – para as refinarias. Já o complexo de Paulínia está localizado mais no interior do estado de São Paulo, utilizando de gasodutos para fazer a logística de grande parte do petróleo refinado.
O Rio de Janeiro é o estado brasileiro com a produção petrolífera mais expressiva. Grande parte do petróleo brasileiro está localizada na região da costa desse estado, na chamada bacia de Campos, cuja produção é responsável por cerca de 75% de todo o petróleo brasileiro.
Apesar da grande produção petrolífera do estado, há enorme dificuldade na instalação de um complexo petroquímico na região metropolitana do Rio de Janeiro. Na década de 1980, foi firmado um acordo para a construção de um complexo industrial de grande magnitude no município de Itaguaí que, apesar de chegar a um projeto de execução, ainda não foi colocado em prática. Já na década de 2000, houve uma segunda tentativa da organização de um polo siderúrgico fluminense, desta vez, na cidade de Itaboraí, denominado como COMPERJ – Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro. Suas obras se iniciaram no ano de 2008, no entanto, foram embargadas por questões legais, complicando a implementação e a ação das empresas que intencionavam se estabelecer na região.