O impressionante crescimento da população e a maior capacidade técnica da indústria têm feito aumentar consideravelmente o aproveitamento dos recursos naturais que provocam graves impactos ambientais.
Como consequência da utilização desses recursos, enfrentamos dois graves problemas para o futuro imediato da humanidade: primeiro, os recursos são limitados e podem esgotar-se; segundo, uma exploração e industrialização tão intensas como as atuais podem chegar a pôr em perigo a própria sobrevivência do ser humano sobre o planeta, devido à contaminação e à alteração do meio físico.
Um dos impactos ambientais mais graves é a contaminação do ar nas cidades. Uma série de gases tóxicos são respirados pelos habitantes urbanos, o que tem refletido no aumento de enfermidades respiratórias e da mortalidade infantil. Em algumas cidades como na China e Índia, várias vezes se tem ultrapassado os níveis máximos permitidos.
Os cientistas creem que esses gases, emitidos na atmosfera pelos escapamento dos veículos, por atividades agrícolas (fertilizantes e pesticidas) e industriais, também são responsáveis pelas alterações no clima do planeta. Segundo essa teoria, do aquecimento da atmosfera, os fenômenos tenderão a radicalizar-se. Assim, por exemplo, nas regiões onde pouco chove, as secas serão mais rigorosas e, nas zonas onde chove mais as populações sofrerão com mais inundações.
Esta situação também pode produzir as chamadas ilhas de calor, em escala mundial, e levar a um aumento do nível de água dos mares, pelo derretimento das calotas polares. Em escala urbana, as ilhas de calor já são um fenômeno bastante estudado. A substituição da cobertura vegetal e dos solos originais por asfalto e cimento retira da terra a sua capacidade de absorção da água de chuva, criando graves problemas de enchentes, além de transformar a área urbana em um grande refletor de energia.
Some-se a isso o desaparecimento de parte da água de superfície pelas canalizações, já que alguns rios e córregos se tornam um verdadeiro caos para as populações urbanas nos períodos de chuvas. Parte disso é consequência do próprio uso que geralmente se faz da paisagem fluvial, como área de despejo de esgoto de variados tipos, o que agrava a questão ambiental.
Importante ressaltar que tanto a água de superfície como a cobertura vegetal são grandes equilibradores térmicos. Suas presenças diminuem as amplitudes térmicas locais.
Os poluentes atmosféricos, provenientes das chaminés das fábricas e dos escapamentos dos veículos automotores, barram a liberação do calor refletido por essa superfície transformada, criando as ilhas de calor.
Em alguns centros urbanos, situados em territórios extensos, com diversos tipos de paisagem e padrões contrastantes de ocupação da superfície, podem-se observar variações térmicas relativamente grandes entre as áreas que sofreram diferentes impactos ambientais.
Outra influência da poluição na atmosfera é o fenômeno chamado inversão térmica, caracterizado pela inversão do comportamento normal da variação da temperatura com a altitude.
Normalmente a temperatura decresce com a altitude; eventualmente, por razões locais específicas, numa determinada camada da atmosfera a temperatura pode aumentar com a altitude. Esse fenômeno tem implicações fortes na poluição atmosférica, pois a base da camada de inversão (que pode começar no nível do solo ou a partir de uma certa altitude) bloqueia a dispersão de poluentes para cima e, por essa razão, é um amplificador da poluição atmosférica em grandes cidades com características topográficas de depressão, como São Paulo (Brasil), Los Angeles (EUA) e Santiago (Chile). Eventualmente, essas cidades têm de recorrer até ao bloqueio do tráfego para que o ar não se torne irrespirável. É um fenômeno mais frequente no inverno e no interior.
Outro exemplo claro de grave impacto ambiental é a chuva ácida, com consequências nefastas para a vegetação. Em zonas altamente industrializadas (principalmente na Europa Ocidental e América do Norte), determinados gases emitidos pelas indústrias, quando entram em contato com o vapor de água da atmosfera, geram componentes ácidos que posteriormente se incorporam ao vapor de água das nuvens. Quando chove, os componentes ácidos caem sobre os bosques, diluídos com a água, e podem provocar a morte de extensas massas florestais.
A atividade econômica pouco cuidadosa que tem sido desenvolvida pelo ser humano produz uma série de rejeitos que são abandonados ou depositados em determinados locais da natureza.
O lixo doméstico, a poluição das águas e do ar e os resíduos industriais são exemplos claros de impactos que podem alterar gravemente o meio ambiente.
Por: Paulo Magno da Costa Torres