A inversão térmica é um fenômeno natural que ocorre principalmente durante o outono e o inverno, quando o ar frio fica estagnado em baixas altitudes, exercendo um efeito tamponante e dificultando, nas áreas urbanas, a dispersão dos poluentes.
Em situações normais, o Sol aquece a Terra, que irradia o calor absorvido, deixando o ar quente junto à superfície. Acima desta camada aquecida, temos uma mais fria, ocasionando uma troca, isto é, o ar quente, mais leve, sobe sofrendo um resfriamento, enquanto o ar mais frio desce e absorve o calor da Terra, fenômeno conhecido por corrente ascendente ou convectiva.
Nas madrugadas e nas manhãs com temperaturas baixas, o ar frio fica estagnado em baixas altitudes, exercendo um efeito tamponante, interrompendo as correntes ascendentes e dificultando a dispersão dos poluentes.
No decorrer do dia, com o aquecimento das áreas edificadas e pavimentadas e a emissão de calor pelos veículos em geral, o ar aquecido sofre ascensão, portanto a inversão térmica desaparece.
Causas da inversão térmica
Trata-se de uma situação transitória, que pode derivar de várias causas: super-resfriamento de superfície (inversão por radiação), núcleo de anticiclone (inversão por corrente descendente), ou a entrada de uma frente fria (inversão frontal). As cidades situadas em fundos de vale ou de depressões tendem a ser afetadas pelas inversões de fundo de vale, causadas pela descida de ar frio durante a noite.
Problemas relacionados
A poluição emitida nas primeiras horas da manhã não ascende às camadas mais elevadas, permanecendo nas camadas próximas ao solo, o que provoca uma diversidade de problemas respiratórios, principalmente em crianças e idosos, aumentando a ocupação dos postos de saúde e de clínicas, principalmente, para a aplicação de nebulizações (inalações).
Embora seja um fenômeno natural, ocorrendo até mesmo em áreas rurais, suas consequências são sentidas nas grandes cidades, em virtude da intensa poluição atmosférica nelas existentes.
Como controlar
O homem não pode evitar a inversão térmica porque é um fenômeno natural, mas possui a capacidade de tomar medidas para a redução dos níveis de poluição do ar nos grandes centros urbanos (transportes coletivos menos poluentes), gasolina e óleo diesel com menor teor de enxofre, ciclovias, filtros eficientes para controlar a poluição industrial), evitar as queimadas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) atende milhares de pessoas por ano com problemas respiratórios decorrentes da poluição do ar, portanto a redução dos níveis de poluição do ar onerará menos o Estado.
Referência: CONTI, José Bueno. Clima e meio ambiente. São Paulo: Atual, 1998.
Por: Wilson Teixeira Moutinho
Veja também:
- Os problemas ambientais urbanos
- Aquecimento Global
- Efeito Estufa
- Chuva Ácida
- Poluição da Água
- Poluição do Ar