Inúmeros tipos de substâncias são despejadas pelas indústrias nas águas do rios; muitas delas, diretamente tóxicas, vão se propagando através das cadeias alimentares.
Assim, sais de chumbo, zinco, cádmio, mercúrio e níquel têm o efeito de tornar compacta a camada de muco que recobre as brânquias dos peixes, dificultando as trocas respiratórias. Mais alarmante ainda é o fato de muitos dos despejos serem formados por substâncias que não sofrem decomposição (ou decompõem muito lentamente).
Já clássico e bastante comentado é o caso dos detergentes sintéticos não biodegradáveis, normalmente do tipo alquilbenzeno-sulfonato, que, despejados na água, formam muitas vezes as “montanhas de espumas” tão noticiadas pelos jornais. Dizer que uma substância não é biodegradável equivale a afirmar que não existem na natureza seres capazes de transformar enzimaticamente essas substâncias. Por esse motivo, suas tendências é se acumular nos ecossistemas, aumentando sua concentração com o tempo. Os sabões comuns tem o mesmo efeito sobre os ecossistemas aquáticos; no entanto, têm a vantagem de serem decompostos facilmente.
O principal efeito dos detergentes (que podem ser nocivos à saúde humana) é de modificarem a tensão superficial da água, com o prejuízos para inúmeros organismos. Por exemplo, todo mundo sabe que as aves aquáticas não “se molham” ao nadar; isso por causa de uma secreção gordurosa que impermeabiliza suas penas, evitando seus encharcamento. Quando, no entanto, elas nadam em águas ricas em detergentes, essa secreção é retirada, as penas se embebem de água e a ave morre afogada. Outras substâncias não-biodegradáveis, como herbicidas e inseticidas, podem se introduzir nas cadeias alimentares, aumentando sua concentração em cada elo, como veremos no próximo item.
Potencial Hidrogeniônico (pH):
Este, por definir o caráter ácido, básico ou neutro de uma solução deve ser considerado, pois os organismos aquáticos estão geralmente adaptados às condições de neutralidade e, em consequência, alterações bruscas do pH de uma água podem acarretar o desaparecimento dos seres presentes na mesma. Valores fora das faixas recomendadas podem alterar o sabor da água e contribuir para corrosão do sistema de distribuição das águas, ocorrendo com isso, uma possível extração de ferro, cobre, chumbo, zinco e cádmio e dificultar a descontaminação das águas.
Oxigênio dissolvido (OD):
Uma adequada provisão de oxigênio dissolvido é essencial para a manutenção de autodepuração em sistemas aquáticos naturais e estações de tratamento de esgotos. Através de medição do teor de oxigênio dissolvido, os efeitos de resíduos oxidáveis sobre a água receptoras e a eficiência do tratamento dos esgotos, durante a oxidação bioquímica, podem ser avaliados. Os níveis de oxigênio dissolvido também indicam a capacidade um corpo d’água natural manter a vida aquática.
Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO):
A DBO de uma água é a quantidade de oxigênio necessária para oxidar a matéria orgânica por decomposição microbiana aeróbia para uma forma inorgânica estável. ADBO é normalmente considerada como quantidade de oxigênio consumido durante um determinado período de tempo, numa temperatura de incubação específica. Um período de 5 dias numa temperatura de incubação de 20ºC é frequentemente usado e referido como DBO5. Os maiores aumento em termos de DBO, num corpo d’água, são provocados por despejos de origem predominantemente orgânica. A presença de um alto teor de matéria orgânica pode induzir à completa extinção do oxigênio na água, provocando o desaparecimento de peixes e outra forma de vida aquática. Um elevado teor da DBO pode indicar um incremento da micro-flora presente e interferir no equilíbrio da vida aquática, além de produzir sabores e odores desagradáveis e ainda, pode obstruir os filtros da areia utilizadas nas estações de tratamento de água. Pelo fato da DBO só medir a quantidade de oxigênio consumido num teste padronizado, não indica a presença de matéria não biodegradável, nem leva em consideração o efeito tóxico ou inibidor de materiais sobre atividade microbiana.
Resíduo Total:
Os sólidos podem causar danos aos peixes e à vida aquática. Eles podem se sedimentar no leitos dos rios destruindo organismos que fornecem alimentos, ou também danificar os leitos e desova de peixes. Os sólidos podem reter bactérias e resíduos orgânicos no fundo dos rios, promovendo decomposição anaeróbia. Altos teores de sais minerais, particularmente sulfato e cloreto, estão associados à tendência de corrosão em sistemas de distribuição, além de conferir sabor às águas.